As figuras de pensamento são recursos linguísticos utilizados na produção de textos para expressar ideias de forma mais expressiva, vívida e impactante. Elas envolvem o uso de técnicas que vão além do sentido literal das palavras, buscando despertar emoções, criar imagens sensoriais ou transmitir ideias de maneira mais persuasiva.
A metáfora consiste em estabelecer uma comparação implícita entre dois elementos diferentes, atribuindo características de um ao outro para transmitir uma ideia de forma mais poética ou expressiva.
Exemplo: “Seu coração realmente é uma pedra.”
Neste caso, se compara o coração da pessoa à dureza e frieza de uma pedra, sugerindo falta de emoção e empatia.
2. Comparação
A comparação, também conhecida como simile, é semelhante à metáfora, porém aqui se utiliza explicitamente termos como “como” ou “tal qual” para estabelecer a comparação entre dois elementos.
Exemplo: “Ele é forte como um touro.”
Nesta frase, a comparação explícita é feita entre a força da pessoa e a de um touro, transmitindo a ideia de grande resistência física.
3. Metonímia
Aqui, se substitui um termo por outro que tem uma relação de proximidade ou associação com ele.
Exemplo: “A mão da obra já chegou e começou a trabalhar.”
Aqui, “mãos” é usado para se referir às pessoas que estão realizando o trabalho, usando uma parte do corpo para representar a pessoa como um todo.
4. Personificação ou prosopopeia
Se atribui características humanas a objetos inanimados, animais ou ideias abstratas.
O sol é personificado, então lhe dão a ação de sorrir, uma característica associada aos humanos.
5. Hipérbole
Consiste no exagero intencional de uma ideia ou característica para enfatizar seu significado.
Exemplo: “Ai, minha nossa! Estou morrendo de fome.”
Nesta frase, a pessoa utiliza a hipérbole para enfatizar a fome, sugerindo que está faminto mesmo, embora não esteja literalmente morrendo.
6. Eufemismo
É uma figura que suaviza uma expressão ou ideia desagradável, a substituindo por uma mais amena.
Exemplo: “Ele nos deixou” (em vez de “ele morreu”). Aqui, o eufemismo é usado para suavizar a expressão da morte de alguém.
7. Ironia
Consiste em expressar uma ideia de forma oposta àquela que se pretende transmitir, muitas vezes com intuito humorístico ou crítico.
Exemplo: “Ah, que esse dia só melhora! O meu chefe me pediu para fazer hora extra. Acredita?”
Neste caso, a ironia está presente na expressão positiva sobre o dia, contrastando com a realidade do imprevisto.
8. Antítese
A antítese trata da apresentação de ideias opostas ou contrastantes em uma mesma frase, buscando criar um efeito de contraste e destacar a diferença entre essas ideias.
Exemplo: “O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente.”
Neste exemplo, retirado do poema “Soneto XV” de Luís de Camões, o poeta utiliza a antítese para contrastar a ideia de amor como algo intenso e poderoso, mas, ao mesmo tempo, ainda invisível e imperceptível.
9. Paradoxo
Ilustra uma ideia aparentemente contraditória, mas que, ao ser analisada mais profundamente, revela um sentido verdadeiro ou profundo.
Exemplo: “Menos é mais.”
O paradoxo é utilizado para expressar a ideia de que a simplicidade muitas vezes é mais eficaz e valiosa do que a complexidade. Apesar de parecer contraditório à primeira vista, ao refletir sobre o significado, percebemos que faz sentido.
10. Gradação
Se refere a uma sequência de palavras ou ideias que se organizam em uma progressão crescente ou decrescente de intensidade, tamanho, importância, entre outros aspectos. Ela cria um efeito de amplificação ou diminuição.
Gradação crescente
Exemplo:
“Ele estava cansado, exausto, exaurido.”
Aqui, a intensidade do cansaço aumenta progressivamente, partindo de um estado inicial de cansaço e culminando em um estado extremo de exaustão.
Gradação decrescente
Exemplo: “Ele berrou, gritou, falou, sussurrou… até que já não tinha o que fazer.”
Nesse caso, a intensidade da expressão diminui progressivamente, partindo de algo significativo como um berro, passando pelo falar e culminando em um sussurro.
Essas são apenas algumas das figuras de pensamento mais comuns, cada uma com seu papel na ampliação das possibilidades expressivas da linguagem e na criação de textos mais ricos e impactantes.
Formada em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas pela UFRN desde 2021, atuo como escritora de contos e de romances há mais de uma década e, por isso, também trabalho como ghostwriter. Sempre lado a lado com a escrita, estou presente no ramo de revisão, redação e edição de textos.
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