Quem inventou a ópera?

 

Um dos gêneros musicais que, durante centenas de anos, foi o mais popular da Europa e a ópera. E se hoje as encenações e habilidades vocais dos cantores parecem um pouco exageradas, antes, elas supervalorizadas, e cantores de grande poder vocal eram tão populares quanto artistas pop hoje.

Entretanto, com o correr do século 20, o gênero foi perdendo um pouco de seu apelo popular. Porém, o gênero continua vivo. tanto na música de eruditos como Philip Glass (1937) e John Adams (1947), quanto na música de populares como Roger Waters (1943) e Rufus Wainwright (1973) compuseram óperas.

Ou seja, a ópera pode não lotar estádios, mas tem seus fãs, e seus renovadores.

E de onde o gênero veio? Como ele chegou até hoje? Para saber mais, veja nosso artigo.

 

As origens gregas

A ópera, como gênero teatro-musical, veio da Grécia antiga. Como aliás, quase todas as manifestações artísticas da Europa.

Porém, na Grécia, não existia a ópera, como conhecemos hoje, mas peças de teatro com músicas de fundo.

Nessas peças havia partes nas quais os atores – e o coro – eram acompanhados pela música da lira, um tipo de harpa (daí a palavra “lírica”).

Esse formato de teatro influenciou o teatro romano. Os romanos por sua vez, influenciaram os teatros cristãos medievais, a partir do século 12.

 

Idade média e pré-renascença

A partir do século 12, mais ou menos, começaram a surgir peças teatrais, que eventualmente tinham música, e de caráter didático ou religioso. Eram os autos. Um dos autores mais conhecidos do gênero, em português, é Gil Vicente (c. 1465 – c. 1536).

Esse formato de teatro foi sendo aprimorado, e com a ascensão da burguesia, a partir do século 15, as formas de entretenimento foram ficando mais refinadas. A Igreja também financiou compositores, de peças musicais bíblicas.

Essas, os oratórios, entretanto, não tinham encenação. Nos séculos seguintes, temas da mitologia greco-romana começaram a ser usados.

 

Monteverdi e a ópera

No século 15, as composições de teatro musical ganharam ainda mais popularidade, e surgiram compositores como Jacopo Peri (1561-1633) e Claudio Monteverdi (1567-1643). Se a maior parte das obras do primeiro se perderam, as do segundo foram um enorme sucesso, e influenciaram todos os compositores de ópera posteriores.

O gênero ganhou força política e ideológica, inclusive, e começou a ser utilizado por músicos – notadamente Handel (1685-1769) e Pergolesi (1710-1736) – que produziram óperas de forte discurso religioso, e por vezes, moralista.

Um dos principais compositores a romper com essa tendência foi, Glück (1714-1787), que uniu temas greco-romanos às questões políticas da França de então. Um de seus principais seguidores foi Mozart (1756-1791).

 

Do século 19 à contemporaneidade

O século 19 foi quando a ópera atingiu seu apogeu, em termos políticos, com as obras nacionalistas de Verdi (1813-1901) e Wagner (1813-1883), que também revolucionaram as composições.

Com Berg (1885-1935) e Gershwin (1898-1935), as óperas ganharam novas sonoridades (como dodecafonismo e o jazz). Posteriormente, ela foi mesclada ao formato dos musicais, com Bernstein (1918-1990), atingindo, enfim, seu status atual.

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