O que é neocolonialismo?

Quando pensamos em economia global, estamos considerando uma relação comercial entre países que exportam commodities e países que exportam royalties.

Países que exportam royalties costumam ser os países do dito “primeiro mundo”. São países que investem pesado em tecnologia e ciências de ponta. Tais tecnologias dependem de matérias-primas variadas, como minérios e produtos agrícolas.

Já os países que exportam commodities, esses são os países que alimentam as indústrias dos países produtores de royalties.

Essa relação comercial pode parecer equilibrada, afinal, a indústria de um depende da matéria-prima de outro. Entretanto, o sistema de produção desses commodities pode ser extremamente violento e desigual.

Alguns países, notadamente os Estados Unidos e a China, dominam certos mercados, como o de tecnologia. Assim, eles submetem outros a um regime de dependência do comércio com eles.

Como assim?

Esses países do dito “primeiro mundo” criam monopólios de produção e venda de commodities, em nações cuja economia é fortemente agrária ou extrativista.

Dessa forma, o sistema político desses países produtores é influenciado pelas pressões econômicas das nações de “primeiro mundo”.

Esses países começam a ter pouca autonomia para decidirem os rumos de suas finanças e produção anual. Sofrem ameaças (veladas ou não) de intervenções militares, casos governos que busquem romper esse establishment.

A esse fenômeno damos o nome de neocolonialismo.

 

O que é o colonialismo?

Se estamos falando acima em neocolonialismo, é porque existe uma noção anterior, chamada de “colonialismo”. O que seria isso?

A ideia de “colônia” vem de uma distinção que começa lá no Império Romano, centenas de anos antes de Cristo. Os romanos classificavam aqueles que não eram de Roma e adjacências como “Bárbaros”.

Ao longo dos séculos seguintes, essa diferenciação foi o que serviu para justificar as ações e invasões de países e reinos europeus, a países e reinos de África e Ásia.

A invasões serviriam à “civilização” e cristianização desses países. Logo, ser uma colônia seria uma forma de levar a “sociedade” a um povo “selvagem”.

Todas essas distinções serviram, na verdade, para uma única coisa: justificar o poderio político e opressão de um país sobre o outro (inclusive, de Portugal sobre o Brasil).

Vale notarmos, inclusive, que há países que ganharam sua independência apenas nos anos de 1970, como é o caso de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, países africanos que foram dominados por Portugal.

 

Acabam as colônias, continua o colonialismo

O neocolonialismo é uma consequência e transformação que os países passam a ter, no século 20, depois da Segunda Guerra, principalmente.

Muitas nações de África e Ásia tiveram levantes nacionalistas, como é o caso da África do Sul, Argélia, Vietnã ou Sri Lanka. Esses eram colônias do Reino Unido, França, Holanda, entre outros, mas, com a ascensão do comunismo, ideais de independência foram sendo difundidos entre as elites deles.

Assim, grupos políticos dessas nações lutaram pela independência, por vezes, até em guerras civis. Entretanto, politicamente independentes da Europa, hoje continuam sendo economicamente explorados, agora também por China e EUA.

1 comentário
  1. […] neocolonialismo e a descolonização (também chamada de decolonialidade), bem como o ensino descolonizado, são […]

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