O que faz uma língua?

O que constituí um sistema de comunicação, uma língua?

 

Quando pensamos em língua através do mundo, sempre costumamos estudar e considerar aquilo que se chama de “língua oficial”. E muitas vezes, em países que foram colonizados, essa língua é uma europeia.

Logo, línguas dos povos nativos, ou de comunidades menores, são chamadas de “dialeto”, não recebendo importância política. Isso é: a língua é desconsiderada pelo governo.

Mas o que faz uma língua? Para isso pensamos em termos de sociolinguística. Em linguística, uma das áreas de estudos é a chamada sociolinguística, ou seja, uma área dos estudos da linguagem com ênfase em questões sociais.

E aqui, o “Social” não se refere, apenas, à parte de política, embora tenha política também. Podemos pensar, por exemplo, na formação de uma língua em uma sociedade, e a questão subjacente: o que constituí um sistema de comunicação, uma língua?

Veja alguns conceitos em nosso artigo.

 

1.     Gramatica

A primeira coisa a se considerar, quando pensamos em uma língua, é um sistema gramatical, isso é, a existência de diversas palavras, que modulam a comunicação.

Assim, é preciso existir substantivos, pronomes para substituírem esses substantivos, verbos, advérbios dos mais diversos tipos, e demais aspectos próprios das linguagens.

Além disso, esses blocos comunicativos precisam ser reproduzíveis, seja por um sistema fonético, seja por um sistema gestual (no caso das línguas de sinais).

 

2.     Reprodutibilidade

Reprodutibilidade, nesse caso, precisa ser a qualidade de uma língua ser reproduzida e trabalhada por outras pessoas, além de seu criador individual.

No caso de línguas humanas “normais” (aquelas que surgiram ao longo dos séculos), isso não é um problema, uma vez que os falantes mais novos aprendem com os mais velhos e assim por diante.

No caso de línguas artificias, como esperanto ou as línguas de Jornada nas Estrelas, a capacidade de a língua ser aprendida e reproduzida poderia vir a ser um problema; porém, elas são estudáveis com gramáticas normativas.

 

3.     Questões culturais

Uma língua também tem sua origem e formação a partir de questões culturais. Isso é, a partir da forma como a sociedade em questão se organizava enquanto sociedade.

A língua japonesa é um exemplo bom, tenha vista que muitas palavras japonesas foram pegas do português e do inglês, devido à ausência de termos ou conceitos semelhantes originários do japonês em si, como o caso de “Karuta” para “cartas de baralho”

No alemão, por sua vez, há palavras que são feitas pela junção de duas outras, pois o entendimento que se tinha desse referencial é que ele juntaria qualidades dos outros dois, como no caso de “Fledermaus” – para “Morcego”, mas cuja ideia seria de um “rato voador”.

 

4.     Importância política

Uma língua também tem importância política, e nesse sentido, a maior parte das línguas artificiais não têm. Isso é, elas representam a identidade de um povo ou de um grupo social, como na língua basca.

Algumas como Libras, a Língua Brasileira de Sinais, por exemplo, são artificiais, mas de enorme importância social, uma vez que elas são a forma de pessoas surdas se comunicarem.

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