Apesar da conhecida frase, não tem jeito: nós julgamos um livro pela capa. A capa de um livro é o primeiro contato que o público tem com a obra, na maioria das vezes.
Entretanto, há diversas editoras que, por motivos variados, optam por capas, com elementos estranhos, figuras espalhafatosas ou aparência incomum… Capas “feias”.
“Feio” é um conceito relativo, cultural, claro. Porém, há valores objetivos, quando pensamos em uma comunicação não-verbal, tais como imagens, uso de cores, fontes tipográficas etc.
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Logo, quais são os cuidados que um capista precisa ter? Como fazer uma capa de livro boa? Veja em nosso artigo.
1. O conceito da obra
Um livro é uma obra que é atravessada por conceitos; influencia a concepção da capa, na etapa de produção gráfica do livro.
Por exemplo, um livro de medicina não demanda uma capa tão criativa. Trata-se de um livro-referência, em dada área do saber; sua leitura será pela necessidade de um público específico.
Algo que não acontece em um livro de poesias ou em um romance teen: ali existem conceitos, ideias. Logo a capa pode tentar transmitir esse aspecto, a fim de atrair possíveis leitores.
Basta procurarmos capas russas de Anna Karenina de Tolstói: não conseguimos ler as palavras, mas podemos antecipar o conteúdo, devido à imagem.
2. Fontes tipográficas
A fonte tipográfica, isso é, a letra das palavras da capa de um livroé extremamente importante, porque ela vai comunicar o nome do livro e do autor. Mas também vai comunicar sobre a obra.
Dependendo do conceito da obra, de seu gênero, de seu objetivo, as letras podem ser mais formais e centralizadas, ou podem ter um aspecto estético mais profundo, sendo, inclusive distorcidas ou difíceis de serem lidas.
Por exemplo, no livro Mate-me, por favor, de Legs McNeil e Gillian McCain, que é um livro sobre a história do punk rock, as letras têm um tom agressivo, ou semelhante a uma colagem: trata-se de uma fonte que reproduz a essência do movimento cultural descrito no livro.
3. Imagens
Capas de livro, muitas vezes, têm imagens que são alusivas ao conteúdo da obra. Mas isso não é obrigatório. Assim, é preciso que a publicação tenha uma capa interessante, seja em termos de estética, seja em termos de comunicação semiótica.
A escolha das imagens depende do conceito do livro. Um livro sobre Van Gogh ou de fotografias de Sebastião Salgado, por exemplo, obrigatoriamente terá uma imagem dos artistas na capa – afinal, são livros de artes visuais.
Evidente que há obras nas quais uma capa simples (um fundo monocolor com o nome do livro e do autor em letras douradas) funciona bem. É o caso de livros de Filosofia antiga, por exemplo.
Há editoras que podem optar por fazer capas alusivas, artísticas; isso vai se refletir na imagem do livro, tornando-a marcante.
Outras por sua vez, até querem fazer uma capa com imagem, mas optam por baratear os custos – e isso também reflete na imagem, que pode ficar grotesca.