Uma das habilidades de maior importância na comunicação interpessoal é a oralidade. Pessoas leigas acham que, como nascemos no Brasil, não precisamos estudar oralidade – afinal, aprendemos a falar, não é?
Contudo, esse é um erro crasso – e aqui não estamos pensando no caso de pessoas surda não oralizadas. Por quê?
Primeiro, porque estudamos oralidade em cursos de Letras. Vale lembrar: não falamos como escrevemos e, às vezes, nossa fala esconde sentidos implícitos, e em outras, usamos recursos extraverbais para nos comunicar.
Segundo, porque a oralidade reflete as variantes linguísticas de uma língua; logo, não basta saber falar. É preciso saber sobre outras formas de português, seja ela de pessoas de outras épocas ou países.
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Terceiro, existem gêneros textuais orais que são ensinados. Vale lembrar que antigamente existia uma matéria, principalmente em cursos de Direito, chamada Oratória – isso é, a arte de falar bem.
Logo, como a oralidade pode ser trabalhada em sala de aula? Veja nossas dicas.
1. Aposte nos seminários
Seminários são apresentações orais, produzidas pelos alunos. É uma tradição na escola, digamos assim.
Entretanto, poucas vezes a postura do estudante no seminário é avaliada e trabalhada pelo professor. Isso leva os alunos a cometerem problemas como o uso de palavrões, a fala em voz baixa, a fala sem coerência.
Logo, cabe aos professores ensinarem aos alunos sobre como eles podem se expressar oralmente, para falar de um trabalho é um assunto.
2. Aulas de teatro
O teatro é uma forma de arte que se utiliza de múltiplas habilidades, dentre elas a expressão vocal. Entretanto, a expressão corporal também aparece. E o conjunto entre voz e corpo produz um terceiro formato de mensagem.
O professor de teatro deve trabalhar com todas essas possibilidades. Inclusive, para ensinar os alunos a avaliar esses recursos, seja na TV, seja na comunicação com outras pessoas.
Vale lembrarmos: há pessoas que usam de dissimulação, para obterem vantagens, das mais variadas formas. Quem ensina sobre como identificar essas posturas falsas?
3. Faça debates
O gênero “debate” é de enorme importância, inclusive para pensarmos politicamente o país.
A falta de interesse na política, somado a dificuldade de compreender o que está sendo dito (devido a recursos que os candidatos usam, tais como quebras de período e vocabulário específico) faz com que o debate se torne um palco de esquetes de humor.
A escola deveria quebrar esse paradigma, ao ensinar os alunos a debaterem e identificarem ideias em debates.
No debate existe uma estrutura específica, como exposição de ideias, replica, treplica, e essa dinâmica é essencial para que o evento não vire um piada, e a ideias possam ser, efetivamente, estudadas.
4. Crie podcasts
Um podcast é um programa de rádio pela internet, e ele tem enorme potencial na educação por ser multimodal.
Fazer um pode ser um ótimo recurso tanto para desenvolver a oralidade, quanto para motivar que os alunos façam pesquisas.
Para tanto, o professor precisa trabalhar adequação de linguagem, criação de texto, criação de vinhetas.