Muito provavelmente, você já ouviu, na escola, seu professor falando que desenhar nas carteiras era “vandalismo”. Outro significado da palavra é encontrado quando os jornais anunciam a prisão de suspeitos de depredar patrimônios públicos.
Essas pessoas são chamadas de vândalos.
Mas afinal, de onde vem a expressão? Caso você não saiba, os vândalos eram uma tribo que, até meados do século 5 depois de Cristo, invadiu territórios romanos, contribuindo para o fim desse império.
Mas será que eles eram tão destrutivos, quanto o termo (hoje) designa? Para saber mais, leia nosso artigo.
Vândalos: início nômade
A primeira coisa que é importante frisar sobre os vândalos é a respeito do nome referido a eles. Das muitas origens prováveis, uma delas seria na palavra Wandeln – vagar, em alemão.
Isso porque, os registros mais antigos dessa tribo, no século 1 d.C. já indicava que esses povos se deslocavam pela região báltica (o sul de países escandinavos, norte da Alemanha, face ocidental da Polônia).
Tanto que alguns registros da Idade Média (1300-1400), apontam que os povos vândalos ocuparam a região onde hoje é a Polônia, se dividindo em tribos como silingos e asdingos, durante os séculos 2 até 4 d.C.
Nesse último período, começaram suas incursões e invasões aos territórios romanos, dentre eles, a atual Hungria e Romênia, e, acompanhando o curso do rio Danúbio, a invasão da Gália (norte da atual França), até a península ibérica (atual Espanha e Portugal), onde foram expulsos.
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Essa peregrinação culminou na tomada de Cartago (atual Tunísia) entre 429 e 435, onde esses povos se fixaram, se estendendo até a Sicília.
As invasões vândalas ao Império Romano
Fixando seus territórios, os vândalos comandados pelo rei Genserico (389-477), começaram campanhas contra os Romanos. As guerras travadas por esse rei foram cruciais, para o enfraquecimento daquele império.
O ano de 455 é importantíssimo, nesse sentido, pois foi o momento em que Roma sofreu um decisivo ataque dos Vândalos, que destruíram parte da capital do Império.
Como resposta, tanto o Império Romano Oriental, quanto o Ocidental, enviaram tropas, para atacar Cartago, mas as defesas vândalas foram mais fortes e em 470, Roma e os vândalos entraram em armistício.
Tais episódios, provavelmente, foram o que motivou o adjetivo para pessoas que depredam patrimônio público. Porém, a palavra só foi usada dessa forma a partir de meados do século 18.
Declínio e queda dos vândalos
O declínio dos Vândalos começou após a morte de Genserico em 477. Seu filho, Hunerico (420-484) promoveu uma intensa perseguição contra católicos e demais denominações (os vândalos, em sua maioria, eram cristão arianistas).
Ataques empreendidos por godos e ostrogodos (outras tribos germânicas) enfraqueceram o poderio vândalo. A partir do ano 500, contudo, a nação vândala fez alianças com o rei Teodorico (454-526), rei ostrogodo que dominou parte da Europa.
Somado a isso, investidas dos mouros (mulçumanos do noroeste do continente africano) e novos ataques romanos, promovidos pelo imperador bizantino Justiniano I (482-565) enfraqueceram os vândalos, até a retomada de Cartagena pelos romanos em 534.
