O que é o Gótico Sulista?

 

Quando vamos estudar filmes de terror, especialmente aqueles que vêm dos Estados Unidos, é muito comum que alguns críticos usem o adjetivo “Gótico”:

Coisas sombrias, fantasmagóricas, almas penadas buscando vingança, seres raivosos etc… Acontece que essa definição é incompleta e um tanto longínqua do movimento estético surgido nas artes europeias no século 19.

Quando procuramos por “filmes góticos”, surgem obras como O Sol é para todos, filmes Góticos, mas sem nada de fantasmas ou espíritos demoníacos.

Antes, são filmes com dramas familiares e pessoais, personagens moralistas, e um profundo senso de melancolia na fotografia e trilha sonora.

Por que, então, esses filmes são Góticos?

Porque uma obra gótica é, precisamente, uma com dramas familiares e pessoais e melancolia.

 

Retomando mitos e lendas

A primeira noção que devemos ter, ao falarmos de uma obra gótica, é a de que “Gótico” é uma referência aos Godos e Visigodos, e não a obscuridade em si.

Godos e visigodos foram os povos que ocuparam, da Antiguidade Clássica até meados do século 15 (ou seja, até o fim da Idade Média), as regiões do norte da Europa, e mais visivelmente em parte da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.

Algumas das principais características estéticas da arte e arquitetura gótica são, justamente, as “formas góticas” (o melhor exemplo é a Catedral de Notre-Dame) e os temas “góticos”, isso é, forte influência de lendas e mitos (incluindo aí espíritos, fantasmas e afins).

Além disso, a economia de nações e povoados, até a renascença (a partir do século 16), era fortemente rural.

 

O gótico do século 19

No século 19, principalmente por influência de pensamentos nacionalistas, países europeus começam a retomar a estética e os mitos fundadores da Idade Média, e períodos anteriores.

Em termos mais concretos, podemos citar a construção de castelos de arquitetura gótica, romances e poemas épicos com fadas, e cavaleiros medievais (a exemplo de Eurico, o presbítero, Ivanhoé), e a valorização da burguesia rural.

Além disso, a nascente disciplina da Psicologia deus arcabouços para a problematização da mente. Ou seja, a problematização de questões como memória, rememoração, taras e psicoses entre outros.

Nesse cenário, surgem obras como, por exemplo O Morro dos Ventos Uivantes, onde dramas familiares e comportamentais, bem como embates de ordem econômica surgem como questões psicológicas. E com elas, as figuras dos fantasmas e espíritos, enquanto metáforas para culpa, traumas e afins.

 

O gótico sulista

O gótico sulista diz respeito, precisamente, às características estéticas do gótico europeu, mas no sul dos Estados Unidos. Questões como o trauma da escravidão, o excesso de moralismo protestante e a decadência da burguesia rural são o centro desse movimento.

Tanto é que a pintura chamada “Gótico Americano” é justamente um casal de fazendeiros brancos:

 

Autores como William Faulkner, Carson McCullers e Harper Lee abordam esses temas em suas obras, e o fazem com tanta força, que, a partir de então, “Gótico” vira o sinônimo para as questões abordadas no início do artigo – mais do que para um filme de “terror”.

 

Quando vamos estudar filmes de terror, especialmente aqueles que vêm dos Estados Unidos, é muito comum que alguns críticos usem o adjetivo “Gótico”:

Coisas sombrias, fantasmagóricas, almas penadas buscando vingança, seres raivosos etc… Acontece que essa definição é incompleta e um tanto longínqua do movimento estético surgido nas artes europeias no século 19.

Quando procuramos por “filmes góticos”, surgem obras como O Sol é para todos, filmes Góticos, mas sem nada de fantasmas ou espíritos demoníacos.

Antes, são filmes com dramas familiares e pessoais, personagens moralistas, e um profundo senso de melancolia na fotografia e trilha sonora.

Por que, então, esses filmes são Góticos?

Porque uma obra gótica é, precisamente, uma com dramas familiares e pessoais e melancolia.

 

Retomando mitos e lendas

A primeira noção que devemos ter, ao falarmos de uma obra gótica, é a de que “Gótico” é uma referência aos Godos e Visigodos, e não a obscuridade em si.

Godos e visigodos foram os povos que ocuparam, da Antiguidade Clássica até meados do século 15 (ou seja, até o fim da Idade Média), as regiões do norte da Europa, e mais visivelmente em parte da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.

Algumas das principais características estéticas da arte e arquitetura gótica são, justamente, as “formas góticas” (o melhor exemplo é a Catedral de Notre-Dame) e os temas “góticos”, isso é, forte influência de lendas e mitos (incluindo aí espíritos, fantasmas e afins).

Além disso, a economia de nações e povoados, até a renascença (a partir do século 16), era fortemente rural.

 

O gótico do século 19

No século 19, principalmente por influência de pensamentos nacionalistas, países europeus começam a retomar a estética e os mitos fundadores da Idade Média, e períodos anteriores.

Em termos mais concretos, podemos citar a construção de castelos de arquitetura gótica, romances e poemas épicos com fadas, e cavaleiros medievais (a exemplo de Eurico, o presbítero, Ivanhoé), e a valorização da burguesia rural.

Além disso, a nascente disciplina da Psicologia deus arcabouços para a problematização da mente. Ou seja, a problematização de questões como memória, rememoração, taras e psicoses entre outros.

Nesse cenário, surgem obras como, por exemplo O Morro dos Ventos Uivantes, onde dramas familiares e comportamentais, bem como embates de ordem econômica surgem como questões psicológicas. E com elas, as figuras dos fantasmas e espíritos, enquanto metáforas para culpa, traumas e afins.

 

O gótico sulista

O gótico sulista diz respeito, precisamente, às características estéticas do gótico europeu, mas no sul dos Estados Unidos. Questões como o trauma da escravidão, o excesso de moralismo protestante e a decadência da burguesia rural são o centro desse movimento.

Tanto é que a pintura chamada “Gótico Americano” é justamente um casal de fazendeiros brancos:

Autores como William Faulkner, Carson McCullers e Harper Lee abordam esses temas em suas obras, e o fazem com tanta força, que, a partir de então, “Gótico” vira o sinônimo para as questões abordadas no início do artigo – mais do que para um filme de “terror”.

 

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