Os segredos da concordância verbal no português

Desvende agora os segredos da concordância verbal neste artigo detalhado!

A concordância verbal é um dos aspectos fundamentais da gramática da língua portuguesa e de muitas outras línguas. Ela se refere à harmonização entre o verbo e o sujeito da frase, garantindo que ambos concordem em número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). O não respeito à concordância nesse sentido provoca um estranhamento imediato em que lê ou ouve sentenças onde não há a harmonia desses elementos.

Sendo assim, essa concordância é essencial para a clareza e correção da comunicação escrita e falada. No artigo de hoje, confira algumas considerações importantes sobre essa relação.

Leia mais: Linguagem e tecnologia: as redes sociais estão mudando a língua?

Concordância verbal

Como já explicado, a concordância verbal é, em resumo, essa relação criada de forma harmônica entre o verbo e o sujeito. Como assim? Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também precisa estar; o que implica que quando o sujeito estiver no plural, o verbo também deverá estar.

Veja os seguintes exemplos para que o conceito fique mais claro:

  • Lucas e o avô foram assistir ao jogo no estádio;
  • Apesar do atraso de 20 minutos, eu disse à Ana que foi ótimo revê-la.

Eu sei que agora parece muito simples, mas pode acreditar quando digo que, no dia a dia, escrevendo textos acadêmicos e até de caráter informal, as pessoas se confundem muito. Isso, para não mencionar a fala, visto que assim é muito mais fácil “engolir” os plurais e seguir em frente.

Vamos dar uma olhada em só algumas das regras de concordância.

Com as expressões “cerca de”, “mais de”, “menos de”

Nas expressões mencionadas acima, o verbo concorda com o numeral. Veja os exemplos:

  • Mais de um homem apareceu para cortar o cabelo no sábado;
  • Vi cerca de três bandidos assaltando o supermercado;
  • Acho que mais de seis alunos faltaram hoje.
Desvendando os segredos da concordância verbal (Foto: Unsplash).
Desvendando os segredos da concordância verbal (Foto: Unsplash).

Com nomes próprios

Já com os nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou falta de artigos. Confira!

  • Estados Unidos é a terra das oportunidades;
  • A aula de Juliana foi surpreendente;
  • Como já imaginávamos, os Estados Unidos ganharam novamente.

Alguns títulos de obras, como “Os Sertões”, são exclusivamente escritos no plural. Portanto, nesses casos, há a flexibilidade de escolha, já que o verbo pode concordar tanto no singular quanto no plural. E quando se trata dos nomes de obras (literárias, teatrais, etc.), que são sempre escritos no plural, pode ocorrer o que temos como concordância ideológica. Nesse caso, ela não se baseia nos termos presentes na oração, mas sim na ideia transmitida por eles. Eis alguns exemplos:

  • (o livro) “Os Sertões” narra a saga de Canudos;
  • “Os Sertões” contam a saga de Canudos.

Confuso? Eu te ajudo. Em resumo:

  • Nome próprio no plural com artigo no plural = verbo no plural;
  • Nome próprio no plural sem artigo = verbo no singular;
  • Quando o nome próprio no plural é título de algo = verbo no singular ou no plural.

Com pronome relativo “quem”

O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular, mas também pode concordar com o antecedente do pronome “quem”.

  • Fui eu quem gritou;
  • Fui eu quem gritei.

Com pronome relativo “que”

O verbo tem que concordar com o que vem antes do pronome “que”.

  • Fui eu que guardei;
  • Foste tu que guardastes;
  • Foi ela que guardou.

Com sujeito formado por “pessoas gramaticais” diferentes

Nesse caso, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa por ordem de prioridade. Entenda:

  • Eu, você e ela voltaremos para casa ao anoitecer.

[eu, 1.ª pessoa + você, 2.ª pessoa + ela, 3.ª] pessoa. Assim, a primeira pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós chegaremos”.

  • Vanusa e eu conseguimos quitar a casa no mês passado.

[eu, 1.ª pessoa + Vanusa, 3.ª pessoa]. A primeira pessoa do singular também tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós conseguimos”.

Com sujeito coletivo

Quando o sujeito é coletivo, o verbo fica sempre no singular.

  • O grupo venceu o desafio.
  • O elenco era muito competente.

Por outro lado, se o coletivo for especificado, o verbo pode ser conjugado tanto no singular quanto no plural.

  • O grupo de alunos venceu o desafio;
  • O grupo de alunos venceram o desafio.

A concordância verbal pode ser um desafio, mas dominar essas regras é fundamental para produzir textos gramaticalmente corretos, bem como estabelecer uma comunicação eficaz.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.