Como analisar um romance/novela

Quando pensamos em livros para vestibulares e provas, alguns desses livros serão de Literatura. E, dentro da Literatura encontramos diversos gêneros, mas os que são mais cobrados são Poesia e Romance (ou novela).

Primeiro, é necessário dizer: romance e novela são gêneros narrativos de prosa, não necessariamente histórias de amor. A primeira palavra faz referência à Roma (devido ao tipo de produção literária que era feita lá). A segunda vem de “Novelo”, e a própria palavra “Trama” também, por conta de as histórias terem “entrelaçamentos”.

 

Estruturando romances

A estrutura de um romance, em geral, serve para o conto. A principal diferença é na extensão. Críticos literários costumam afirmar: Romances têm mais de 50 páginas.

O principal, porém, está nos detalhes: romances trazem muitos detalhes, e esses são desenvolvidos e resolvidos antes do fim do livro. Já o conto, esse traz os detalhes e deixa-os em aberto.

Assim, de forma geral, podemos dizer que o romance tem dois pilares: narrador e personagem.

 

As vozes da narrativa

De maneira geral, existem 2 tipos de narrador: o narrador-personagem e o narrador não-personagem, e identificar esse narrador é o primeiro passo.

Se for um narrador-personagem, o que precisamos observar é a forma como ele narra, e os detalhes que ele lança sobre sua vida, a fim de interpretarmos o que ele conta.

Por exemplo, em Dom Casmurro de Machado de Assis, o narrador é a personagem Bento. Mas Bentinho sempre fala que ele é distraído, que ele é inseguro, que ele é ingênuo… Ou seja: a narrativa que ele constrói vai ser marcada por essa personalidade.

Já no caso de um narrador não-personagem, o mais importante é percebermos qual o nível de aproximação que esse nos coloca das outras personagens.

Se o narrador revela a mente de todas as personagens, muito bem, ele é alguém que prefere deixar o julgamento para nós; já se ele revela a mente de algumas personagens, apenas, nossa interpretação deve ser a partir da importância dessas personagens.

E por falarmos nelas.

 

Personagens

Personagens podem ser protagonistas ou auxiliares, e podem ocupar esses papeis em diferentes graus.

A personagem José Dias, agregado da família em Dom Casmurro: não sendo protagonista, quando ele surge, porém, suas falas “contaminam” a forma como o protagonista (Bentinho) narra. Ou seja, é uma personagem secundária que influencia as principais.

E o contrário também é válido: quando a personagem principal fala de um secundário, estamos vendo uma visão “verdadeira” sobre essa secundária, ou uma visão que alguém motivado por emoções e intenções, está criando, dessa personagem?

Logo, estudar uma personagem, em um romance, depende, primeiro: do papel dela no enredo; segundo, da relação que ela causa nas demais.

 

A narrativa não é A VERDADE, e sim mais uma verdade

 

Partindo dessas ideias de narrador e personagem, o mais importante é pensar que o romance não é a verdade daquela história, e sim uma “versão” sobre ela. Essa versão depende de entender a ideologias das personagens e narradores como isso influencia o enredo.

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