Como a escola deve agir, quando os alunos têm problemas em casa?

 

Dos problemas que afetam o desenvolvimento e aprendizado infantil, aqueles de cunho íntimo e familiar são os mais graves de serem resolvido, e, eventualmente, os mais difíceis de serem identificados.

Isso porque, crianças que sofrem violência doméstica, abusos, ou são forçados a trabalhar, muitas vezes, desenvolvem comportamentos para disfarçar esses problemas, ou lidam com eles com extrema violência, tanto contra os outros, quanto contra si mesmos.

Logo, a escola pode, e deve, intervir em casos de atitudes, falas, ações ou demonstrações suspeitas. A ideia de que a instituição escolar precisa ser neutra é uma falácia.

Escolas, públicas ou particulares, são instituições que têm (ou deveriam ter) como função social a promoção de Direitos Humanos, a educação cidadã, e o bem-estar de seus estudantes, e de seus familiares.

Logo, o que pode ser feito quando um aluno aparece, por exemplo, com marcas roxas pelo corpo, ou quando fala excessivamente sobre uso de drogas ou atos sexuais, por exemplo?

Veja algumas ações necessárias.

 

1.      Tenha certeza do problema

O grande erro dos “salvadores da pátria”, isso é, das pessoas que querem resolver todos os problemas a sua volta, é que eles, muitas vezes, atribuem falas, comportamentos e gestos a uma questão social, quando essa não existe de fato.

Tem situações onde a criança, simplesmente, está brincando. Se é uma brincadeira ofensiva ou não, isso é outro mérito. Entretanto, uma acusação falsa pode significar a destruição de um nome – o do acusado e eventualmente, o da vítima, também.

Assim, só faça denúncias, se você tiver certeza.

Junte evidências, para você apresentar aos profissionais responsáveis, e não apenas evidências de um dia, mas de um período.

 

2.      Não extrapole sua competência

Se você é professor e viu o problema, avise para sua chefia direta. Se você é um gestor escolar, avise o órgão mais competente (se tratando da escola, o juizado de menores).

Não procure a polícia, se o menor não for sua responsabilidade. Fazer isso é tomar atitudes que não lhe dizem respeito. Sabemos que é angustiante: conhecer um problema e não conseguir resolve-lo.

Entretanto, a resolução depende de diversas instancias. O da escola, você já fez: identificou o problema, e avisou para a secretaria responsável.

 

3.      Seja discreto

Não faça o caso se tornar público, e nem divulgue para jornais, revistas, e similares. Isso pode ser fatal para a criança em um caso como, por exemplo, de ameaça à vida.

O agressor, acuado, age impulsivamente, ou ainda, passa a perseguir você.

Além disso, expor a criança vai traumatizar ela, além de ser uma atitude ilegal – assim, virando uma penalização legal contra você.

 

4.      Seja legalista

Outro erro muito comum, em se tratando de resolver problemas sociais é o das soluções ilegais, como por exemplo, pedir para alguém “dar um susto” em um agressor de crianças.

Atos ilegais só servem para dar ao algoz uma aura de vítima. Além disso, você poderá responder criminalmente, como mandante de um crime ou réu.

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