4 mitos racistas sobre o continente africano

 

Quando falamos do continente africano, muitas coisas e imagens veem à nossa mente. E grande parte delas, provavelmente, frutos de uma educação colonialista, ou seja, uma educação pautada em valores de países europeus.

Essa perspectiva da História é extremamente danosa ao continente africano, e as populações que lá habitam, pois é uma visão agressiva e racista, usada, principalmente, para justificar domínios e violências cometidas contra as populações do passado e presente.

A verdade é que o continente africano tem povos tão antigos quanto a própria civilização grega. Além disso, alguns desses povos tinham tantas tecnologias quanto povos europeus, vivendo em cidades extensas.

Assim, veja o que foi ensinado sobre o continente que está errado.

 

1.      “A África”

O primeiro grande misto é no que se refere a forma como falamos do continente. Não é “A África”, porque não existe “a África”, mas “áfricas”.

Na Europa, temos diversos países, cada qual com sua cultura e línguas próprias, Historias, religiões e mitologias, e mesmo meio-ambiente diferente.

No continente africano é a mesma coisa. São 54 países e 1,2 bilhões de habitantes. Logo, temos diversos povos, culturas, línguas e tradições diferentes.

 

2.      Pessoas vivendo na selva

No continente africano, houve, no passado, alguns povos massivamente agrários. Isso significa que esses países não tinham cidades tão grandes, ou com uma arquitetura tão complexa.

Porém, havia outros nos quais existiam cidades monumentais, com palácios tão grandes quanto qualquer um da Europa.

É o caso das populações do Reino de Gana, na região onde hoje é Gana e Mali. Há indícios de que o início desse reino tenha começado por volta do ano 700 d.C., sendo conhecido pelo uso massivo do ouro na vida cotidiana.

Já na região onde atualmente fica Angola, antes, ficava o reino do Congo, existente desde o século 12, aproximadamente. Esse existiu até 1888, quando foi dominado pelos portugueses.

Outro reino imponente foi o Primeiro Estado do Zimbábue, do qual, atualmente restam diversos monumentos, construídos desde o século 13.

 

3.      Pessoas sem tecnologia

Muitas pessoas associam os povos africanos a povos pré-históricos. Isso é: pessoas vivendo em cavernas, usando armas de pedra e peles de animais.

Algo muito distante da realidade. Historiadores identificam que em algumas regiões, como atual Egito e Mali, já existiam fornos de fundição de metais desde o século 5 a.C. Nesses, produziam-se ferramentas, armas, peças de joalheria entre outros.

Além disso, já existia produção de tecidos, bem como o comércio ultramarino, principalmente com populações pérsicas e fenícias.

Quando os povos europeus começaram a explorar o continente, no século 15, já existiam nações desenvolvidas por lá.

 

4.      As mulheres oprimidas

Quando pensamos em mulheres do continente africano, imagens de mulheres violentadas vêm à mente. Essa ideia, porém, é posterior às invasões de povos europeus, no século 15.

Tradicionalmente, as mulheres tinham tanto poder quanto os homens, em nações africanas.

Inclusive, no reino do Congo, e depois Matamba (atual Angola), entre os séculos 16 e 19, a sucessão foi quase só de rainhas.

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