Para obter uma boa nota na redação do Enem, é essencial evitar erros, estar atualizado com as notícias, ler artigos sobre temas diversos, praticar a escrita dissertativa semanalmente e… dominar as regras gramaticais da língua portuguesa. Pode parecer que conhecer a norma culta é menos importante do que desenvolver um vasto repertório sociocultural ou formular uma solução para a conclusão, mas é fundamental.
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Erros para evitar na redação
A Competência 1 da redação do Enem avalia o domínio da norma culta da língua portuguesa. Esta competência instrui os avaliadores a verificarem se o candidato tem conhecimento sobre a grafia correta das palavras, o uso apropriado da pontuação, a correta separação silábica e o emprego adequado de letras maiúsculas e minúsculas. Além disso, é analisada a maneira como as frases são estruturadas, o que é referido como estrutura sintática. Os erros não passam despercebidos.
- Convenções da escrita: incluem acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas, e separação silábica (translineação);
- Regras gramaticais: abrangem regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, tempos e modos verbais, pontuação, paralelismo sintático, uso de pronomes e crase;
- Escolha de registro: refere-se à adequação à modalidade escrita formal, ou seja, a ausência de linguagem informal e/ou marcas de oralidade;
- Escolha vocabular: envolve o uso de vocabulário preciso, com palavras apropriadas ao contexto e empregadas em seu sentido correto.
Cometer esses desvios, incluindo erros gramaticais, resulta na perda de pontos.
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Os 5 equívocos mais comuns
Dado o vasto volume de material necessário para o Enem, é recomendável focar nos erros gramaticais mais frequentes cometidos na escrita. Para isso, adaptamos trechos do Manual de Redação e Estilo do jornal O Estado de S. Paulo, que compila os enganos mais comuns.
“Houveram” muitos casos
A forma correta é “houve muitos casos”. Quando o verbo haver é usado no sentido de “existir”, “acontecer” ou “tempo decorrido”, ele é invariável e deve ser conjugado na 3ª pessoa do singular, independentemente do número.
Exemplos:
- Havia muitas pessoas no evento.
- Deve haver centenas de casos semelhantes.
ATENÇÃO: o termo “houveram” só é apropriado como verbo auxiliar, concordando com o sujeito, mas essa forma é pouco comum, pois o verbo geralmente é desnecessário na frase.
Exemplos:
- Houveram de ocorrer acontecimentos raros para que a situação mudasse.
- Elas houveram de ir para a cama cedo devido à prova.

Uso de “faz” para indicar tempo
Em vez de “fazem dois anos”, o correto é dizer “faz dois anos”. Quando o verbo “fazer” é usado para expressar a passagem do tempo, ele deve estar na forma impessoal.
Exemplos:
- Faz cinco anos que não vejo minha amiga.
- Faz mais de dois séculos que o Brasil se tornou independente de Portugal.
“Há” e “atrás” juntos
Como tanto “há” quanto “atrás” indicam passado, usá-los juntos é redundante. Escolha um dos dois.
Exemplos:
- Há uma década ocorreu o show daquele artista.
- Uma década atrás ocorreu o show daquele artista.
Uso de “para mim” e “para eu”
O pronome “mim” não pode ser sujeito da frase, então o correto é “para eu fazer”.
Para decidir entre “para mim” e “para eu”, considere a função da expressão na oração:
- “Para mim” funciona como objeto indireto.
- “Para eu” funciona como sujeito.
Exemplos:
- Estava com sede e preparei um suco para mim.
- Preparei um suco para eu beber.
Entre “eu” e você
Uso de pronomes pessoais
Pronomes pessoais oblíquos (mim, ti, ele, nós, vós e eles) devem ser usados após preposições como objeto indireto. Já os pronomes pessoais retos, como “eu”, são usados após preposições para indicar ação.
Portanto, o correto é “entre mim e você”.