A, à ou há: aprenda a usar em 4 passos

Na linguagem falada, "a", "à" e "há" parecem soar exatamente da mesma forma, o que confunde muitos falantes no momento de escrever o termo. Entenda as diferenças e aprenda a utilizar esses elementos da língua em 5 passos simples.

Entre as armadilhas da língua portuguesa, temos vocábulos e palavras que soam de maneira igual ou parecida, como é o caso de “a”, “à” e “há”. A semelhança faz com que frequentemente os falantes e estudantes do idioma tenham dúvidas ou errem no emprego dos termos quando necessitam escrever.

Vamos sanar definitivamente as dúvidas e aprender quando utilizar “a”, “à” ou “há” na língua escrita e entender a que classe cada um desses recursos da pertence e em que construções devem ser empregados.

1. A: ARTIGO DEFINIDO

O uso do “a” é certamente o mais simples de compreender e de empregar. “A” é artigo feminino definido e acompanha substantivos femininos. Vejamos alguns usos e exemplos:

  • “Júlia pegou a folha e começou a escrever” – artigo “a” acompanhando o substantivo comum “folha” , determinando-o.
  • “A Júlia pegou a folha e começou a escrever” – artigo “a” antecedendo o substantivo próprio “Maria”, provocando o sentido de que “Maria” é pessoa conhecida, familiar, próxima daquele que fala.
  • “A doutora Júlia sempre tem decisões imparciais” – artigo “a” acompanhando o título “doutora”.
  • “A Iracema é uma das obras mais famosas de José de Alencar” – artigo “a” acompanhando o nome da obra “Iracema”.

Atente-se ao fato de que o artigo “a” é variável em gênero e em número. Isso significa que possui variável variação no masculino (“o”) e no plural (“as”).

2. A: PREPOSIÇÃO

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Quando invariável, ou seja, quando não pode ser modificado para masculino ou plural, “a” é um preposição. A função da preposição é ligar e estabelecer relação entre termos. Quais tipos de relação? Vejamos exemplos:

  • Relação de tempo: “Daqui a pouco ministrarei uma palestra”. A expressão “Daqui a pouco” indica futuro e é comum a dúvida se, neste caso, deve-se empregar “a” ou “há”. Por isso, guarde a dica de que se utiliza “a” na construção de expressões que indicam futuro.
  • Relação de distância: “Usain Bolt chegou a 44, 7 km/h na quebra do recorde mundial”.
  • Relação de modo: “Este sofá foi lavado a seco” – indicação da maneira como determinada ação foi executada.
  • Relação de lugar: “Vou a Maringá no mês que vem” – indicação de deslocamento a determinada localidade.

3. À: ARTIGO + PREPOSIÇÃO

“À”, com acento grave, representa justamente a junção do artigo “a” com a preposição “a”, nesta sequência. Assim, para precisarmos empregar “à”, é preciso de uma frase composta por verbo que exige preposição (“a”) seguido de substantivo feminino que existe ser precedido pelo artigo “a”. Veja:

  • O aluno vai a a biblioteca.

Nesta frase, temos o verbo “ir”, conjugado na terceira pessoa do singular. O verbo ir exige ser sucedido de uma preposição. Lembra-se da regra? Quem vai, vai a algum lugar. Por sua vez, biblioteca é substantivo feminino precedido, determinado, pelo artigo feminino a.

O acento grave de “à” indica justamente que ocorreu ali uma fusão, em razão da existência de um artigo “a” e de “uma preposição “a”, tendo como resultado a frase: “O aluno vai à biblioteca”.

Dica importante: como você percebeu, é fundamental a existência de um artigo feminino “a” para a composição de “à”. Deste modo, “à” só é colocado antes de substantivos femininos. Não precede, portanto, substantivos masculinos ou verbos.

diversos livros abertos sobre uma mesa
Há, a ou à: quando utilizar?

4. HÁ

“Há” tem dois empregos de fácil compreensão. Pode ser verbo impessoal (haver), adotando o sentido de “existir” e sempre adotando a terceira pessoa do singular. Acompanhe alguns exemplos:

  • “Há um mistério nesta história” – A frase tem o mesmo sentido de “Existe um mistério nesta história”.
  • “Há muitos mistérios nesta história” – Perceba que o “há” se manteve, mesmo diante do substantivo “mistérios” no plural. Recorde-se, portanto, de que “há”, quando tem sentido de “existir”, se mantém sempre no singular.

Caso devêssemos substituir, no segundo exemplo acima, o verbo “há” pelo verbo “existir”, este sofreria flexão. A frase seria, portanto, “Há muitos mistérios nesta história.

“Há” também é indicador de tempo decorrido, ou seja, de passado. Nesta caso, é sinônimo e pode ser substituído por “faz”. Observe:

  • Há dois meses não chove na região” – Perceba o sentido de “Faz dois meses que não chove na região” e de que a frase se refere a fato iniciado no passado e que está ocorrendo até o momento da fala.
  • “Não vejo meu amigo há anos” – O sentido da frase, efetuando-se as substituições, é “Faz anos que não vejo meu amigo”.

Importante destacar que, substituindo-se “há”pelo verbo “fazer”, este se mantém na terceira pessoa do singular e não sobre conjugação, mesmo quando diante do plural.

Assim, “As competições ocorreram há dois meses” se convertem em “Faz dois meses que as competições ocorreram”.

5. AH

Vamos de explicação bônus. Já que falamos de “a”, “à” e “há”, deixemos também explicado que “Ah” é uma interjeição, ou seja, uma expressão de emoção. Obviamente, a emoção que a interjeição “Ah” transmite dependerá do contexto, não tendo ela, por si só, isoladamente, significado definido.

  • “Ah, como é bom estar de férias” – O contexto da frase nos faz depreender que se trata de uma interjeição de alegria.
  • “Ah, que dia longo. Estou exausta” – O contexto da frase nos faz depreender que se trata de uma interjeição de cansaço.
  • “Ah, como ela é linda! – O contexto da frase nos faz depreender que se trata de uma interjeição de encantamento.

Continue estudando e aprendendo aqui todos os detalhes e desafios da língua portuguesa, sempre aprimorando seu conhecimentos e, caso precise, suas redações.

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