Um dos maiores problemas do Brasil é a falta de acesso a educação de qualidade, por todos os habitantes. Tanto a educação básica, quanto a superior, a bem dizer.
Visando enfrentar essa disparidade, programas dos Ministérios da Educação que o Brasil teve, desde o ano 2000, começaram a pensar possibilidades, tais como programas de bolsa e financiamento, e cotas universitárias.
Polêmicas e alvos de debates, as cotas, contudo, mereceriam mais atenção e entusiasmo, por parte dos brasileiros, pois elas não são, de forma alguma, um problema. Ao contrário, são iniciativas que precisam ser ampliadas.
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Se serão cotas para alunos de escolas públicas ou não, alunos em situação de vulnerabilidade ou não, entre outros, isso é outra questão – que precisa, claro, ser debatida.
Entretanto, diante de algumas das críticas que apontam para um “fim das cotas”, temos argumentos favoráveis: confira.
1. Cotas não estão “roubando vagas”
O argumento de que cotas universitárias roubam vagas não se sustenta. Idealmente, claro, pois a universidade tem certa liberdade de cátedra para decidir como aplicá-las.
Entretanto, o ponto é: as vagas de cotas são exclusivamente para alunos que vão concorrer a elas. Então, se nenhum aluno passar pelo sistema de cotas, essas vagas não serão ocupadas por alunos do vestibular regular.
A grande questão aqui é ampliar o público-alvo das cotas (seja ele pessoas negras e indígenas ou de escolas públicas).
2. Cotas não “diminuem a qualidade do ensino”
O argumento de que cotas diminuem a qualidade da universidade esbarrar em um problema: alunos cotistas se esforçam tanto, ou mais, do que alunos não-cotistas, por um comprometimento pessoal.
Isso é, esses alunos recebem uma oportunidade que dificilmente teriam, se não fosse pelas cotas. Logo, alunos cotistas tendem a ter um desempenho, melhor, inclusive em nível de produções acadêmicas.
Ao contrário, esses alunos, por sua atuação, muitas vezes, elevam o nível e resultados da instituição de ensino, em avaliações de universidades.
3. Cotas não são um “vestibular facilitado”
Cotas medem o conhecimento do aspirante a aluno de uma forma diferenciada, porque contemplam outros saberes e relações deste, com o ensino superior.
Além disso, o vestibular regular não faz um panorama real do conhecimento dos concorrentes. Então, mesmo alunos não-cotistas, possivelmente, não estão sendo avaliados por seus conhecimentos de dada matéria. Antes, por sua capacidade de responder perguntas.
4. Cotas ampliam a diversidade de perfis de pesquisadores em universidades
Alunos cotistas ampliam os panoramas de pesquisadores em universidades. Isso porque os alunos cotistas apresentam um perfil e uma relação com o saber diferentes.
Logo, abrir espaço para esses alunos significa construir uma universidade mais plural e democrática, ou seja, uma universidade com uma abrangência de ideologias e perspectivas maiores.
5. Cotas formam agentes sociais
Alunos cotistas saem da universidade com conhecimentos em ensino superior. Logo, a tendência é que eles voltem aos seus contextos de origem para lá, atuarem visando a melhoria social de sua comunidade.
Um aluno não-cotista nem sempre têm o senso de comunidade, de tal situação.