Sinais de pontuação: história, criação e curiosidades

Veja o papel de cada um, desde o ponto final até as reticências e o travessão, e aprenda a empregá-los para tornar sua escrita mais clara, fluente e expressiva.

Os sinais de pontuação são recursos gráficos utilizados na escrita para organizar e estruturar textos, indicando pausas, entonações, relações sintáticas e semânticas entre os elementos. Eles desempenham funções específicas, como marcar o fim de uma frase (ponto-final), indicar continuidade ou conexão (vírgula), expressar exclamação (ponto de exclamação), interrogar (ponto de interrogação), entre outros. Os sinais de pontuação ajudam a tornar o texto mais claro, fluente e compreensível, conferindo ritmo e sentido às frases.

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Sinais de pontuação

Os sinais de pontuação surgiram ao longo do desenvolvimento da escrita, com o objetivo de tornar os textos mais compreensíveis e expressivos. Suas origens remontam aos sistemas de escrita mais antigos, como os hieróglifos egípcios e a escrita cuneiforme mesopotâmica.

No antigo Egito, os hieróglifos já utilizavam sinais para indicar pausas e separações entre palavras. Na Mesopotâmia, os sumérios e acádios também usavam pequenos sinais para delimitar as frases em suas tabuletas de argila. A evolução dos sinais de pontuação acompanhou o desenvolvimento dos alfabetos e sistemas de escrita ao longo da história.

Os gregos antigos, por exemplo, introduziram o ponto-final, a vírgula e o ponto de interrogação em suas inscrições. Os romanos, por sua vez, adaptaram esses sinais e adicionaram outros, como o ponto de exclamação e os dois pontos. Durante a Idade Média, com a ascensão da escrita manuscrita, os escribas desenvolveram ainda mais os sinais de pontuação para auxiliar na leitura em voz alta.

Foi nesse período que surgiram formas mais padronizadas e amplamente reconhecidas dos sinais de pontuação.

Ponto e espaços

O ponto, que conhecemos hoje como “ponto-final”, já era utilizado no antigo Egito. No entanto, sua função era diferente da atual: servia apenas para separar uma palavra da outra. Era amplamente utilizado, especialmente para ensinar crianças a escrita hierática, semelhante à letra de forma que conhecemos. Quando os estudantes aprendiam a escrever e a ler, os pontos eram eliminados.

Os espaços que hoje separam as palavras surgiram no século VII, na Europa, ao mesmo tempo em que o ponto passou a ser usado para finalizar as frases. Durante a Idade Média, o ponto tinha outra finalidade. Ele era inserido antes do nome de personagens importantes ou heróicos em narrativas, para demonstrar ênfase ou respeito.

Sinais de pontuação: história, criação e curiosidades (Foto: Unsplash).
Sinais de pontuação: história, criação e curiosidades (Foto: Unsplash).

E os outros?

Os pontos de interrogação e exclamação são uma invenção italiana, surgida no século XIV. Além deles, os italianos também criaram a vírgula e o ponto e vírgula, que apareceram no século XV; no entanto, o ponto e vírgula já era utilizado pelos antigos gregos como sinal de interrogação.

Os dois pontos surgiram no século XVI, e somente no século XVII é que as aspas aparecem. Já as reticências e o travessão, embora não tenham uma data específica de criação, são relativamente recentes, uma vez que estão incluídos na Ortografia da Língua Portuguesa de Duarte Nunes de Leão (1606).

Como usar?

Ponto (.)

Exemplo: ela passa dias e dias lendo romances.

Uso: finalizar uma frase declarativa.

Vírgula (,)

Exemplo: Ana, Maria Clara e João Victor foram ao cinema.

Uso: separar elementos em uma enumeração, indicar uma pausa dentro da frase ou isolar um vocativo.

Ponto de interrogação (?)

Exemplo: aonde você pensa que vai?

Uso: indicar uma pergunta direta.

Ponto de exclamação (!)

Exemplo: ei, cuidado com o cachorro!

Uso: indicar surpresa, emoção, ordem, entre outros.

Ponto e vírgula (;)

Exemplo: Julia adora caminhar; contudo, nunca gostou de correr.

Uso: separar orações coordenadas que não têm relação direta entre elas.

Dois pontos (:)

Exemplo: ele disse e repito: “Nunca mais coloco os pés nesta casa”.

Uso: Introduzir uma citação direta, uma explicação, uma enumeração ou uma conclusão.

Aspas (“”)

Exemplo: “bom dia”, disse João à Renatinha.

Uso: indicar citações diretas, títulos de obras, palavras estrangeiras ou ironia.

Reticências (…)

Exemplo: Pedro sentou-se à mesa e pensou por alguns instantes…

Uso: apontar uma pausa, suspensão ou hesitação no discurso.

Travessão (—)

Exemplo: ela saiu da sala — tão rapidamente que assustou o cachorro.

Uso: indicar diálogo, interrupção ou ênfase.

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