O que foi a Rebelião de Stonewall?

 

Dia 28 de junho é marcado como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, e em todo o mundo, movimentos pelos Direitos Humanos promovem ações, em busca de igualdade, além de realizarem passeatas, debates e demais atividades de celebração e reeducação social.

Porém, não é todo mundo que sabe o porquê de o dia 28 de junho ter essa importância, e sua razão se baseia em um trágico acontecimento no ano de 1969, em Nova Iorque: a Rebelião de Stonewall.

A data foi marcada por atos de violência, e se somaram aos diversos eventos e acontecimentos como Marcha Sobre Washington ou as Marchas de Selma.

Assim, o que foi a Rebelião? Para saber mais, leia nosso artigo.

 

Homofobia nos Estados Unidos

Antes dos anos 60, os Estados Unidos, como todo o mundo, eram profundamente homofóbicos, e alguns estados americanos tinham, inclusive, leis severas para homens pegos mantendo relações sexuais.

Outros estados alinhavam as agendas anticomunistas e segregacionistas, às pautas homofóbicas, a fim de se preservar uma alegada “moralidade tradicional”.

Havia uma verdadeira perseguição a homens e mulheres homossexuais, e até mesmo a polícia federal americana – o FBI – instaurava inquéritos, investigações e prisões. Por sua vez, a Associação Americana de Psiquiatria via a homossexualidade como uma doença mental, passível de “cura”.

Nesse contexto, havia ativistas pró-Direitos Humanos, que enfrentavam essas leis, por meio de associações políticas e programas de reeducação social. Alguns deles, como Harry Hay Jr. (1920-2002) e Frank Kamey (1925-2011) tiveram papeis proeminentes, porém, enfrentando forte repressão política e policial.

 

Greenwich Village: o bairro da resistência

Apesar de todos os diversos problemas enfrentados, alguns bairros americanos, como Greenwich Village em Nova Iorque ou Castro em São Francisco estavam se tornando polos de resistência de pessoas homossexuais, nos Estados Unidos.

Os bairros eram malvistos e neles, artistas e ativistas moravam e faziam reuniões e eventos sociais. Isso se devia, principalmente, aos subornos pagos pelos donos (geralmente pessoas ligadas às máfias), para impedir a presença (ou flagrante) policial.

Assim, pessoas homossexuais usavam o espaço desses bares, para poderem se reunir, e conviver com alguma liberdade (mas vale dizer, a máfia não tinha interesse social nesse público). Esse era o caso do bar Stonewall Inn.

Muitos donos de bares, inclusive, recebiam avisos sobre futuras abordagens policiais, para conseguirem disfarças os negócios, mediantes subornos.

Contudo, naquele junho de 1969, esse aviso não foi dado, e os policiais invadiram o local, e começaram a efetuar prisões e espancamentos, e centenas de policiais e civis começaram a uma briga intensa.

Vários outros bares e pontos de encontro da comunidade gay de Nova Iorque viraram alvo de confrontos, que se estenderam até o dia 3 de julho.

 

Consequências

Um ano depois, em 1970, aconteceu aquela que seria a primeira Parada Gay do mundo, saindo de Stonewall até o Central Park. Além disso, diversas organizações de Direitos civis foram fundadas.

Em quase todo o mundo, notícias sobre a Rebelião impulsionaram ativistas locais, e pautas pró-Direitos começaram a ser discutidas e votadas.

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