O que foi a Guerra do Ópio?

 

Um dos principais conflitos envolvendo o Reino Unido no século 19, a Guerra do Ópio seria, atualmente, considerada um absurdo – para além do “aceitável” em guerras.

Isso porque, o principal motivador da guerra era combater a proibição do comércio de ópio, na China. Porém, não foi apenas essa causa, o que motivou a guerra.

Aliás, AS guerras. Foram duas guerras (alegadamente) motivadas pela proibição de ópio, na China, apesar de haver outras razões. Em ambas, houve vitória europeia.

Para entender mais sobre esse conflito, que ajudou a definir o cenário político asiático na segunda metade do século 19, leia nosso artigo.

 

Precedentes: a derrota de Napoleão Bonaparte

Os conflitos entre ingleses e chineses tem suas raízes bem antes da primeira Guerra do Ópio (1839-1842), se devendo, principalmente, pela derrota de Napoleão Bonaparte (1815).

Quando o general francês é derrocado, o comércio ultramarino global passa a ser gerenciado pelos britânicos. Além disso, a derrotada França possibilitou que a Inglaterra alavancasse suas indústrias.

Logo, os ingleses precisavam criar rotas eficientes e rentáveis de obtenção de matérias-primas, e comércio de bens industriais.

Pelo meio continental era possível. Entretanto, o domínio do Império Turco-Otomano da maior parte do território asiático fazia a viagem ser, financeiramente, desencorajadora.

Então, o trânsito de mercadoria ocorria por embarcações, e o principal porto asiático era em Cantão. A China, por sua vez, não tinha problemas em realizar comércio com os ingleses.

A Europa era consumidora massiva de chá, seda e demais produtos asiáticos. O problema era com a venda de produtos ingleses, e em especial um: o ópio.

 

A Primeira Guerra do Ópio

Usado desde a antiguidade como anestésico, o ópio teve seu apogeu no século 19. Seu uso recreativo se tornou uma moda na Europa, inclusive.

O país que mais produzia ópio era a Índia, então território britânico, e os ingleses tinham a droga como um dos seus principais produtos de exportação, na China. Logo, o comércio e cambio de ópio por chá, seda, e demais ervas não era vantajoso para os chineses.

Além disso, os efeitos viciantes da droga estavam causando crises de saúde pública no império asiático. Dessa maneira, em 1839, após inúmeras tentativas de resolver a questão sem violência, os chineses queimaram depósitos de ópio, e expulsaram os britânicos residentes.

Como resposta, os ingleses iniciaram uma violenta campanha contra os chineses, até o armistício de 1842, quando outros portos foram abertos, a ilha de Hong Kong passou para domínio inglês e os asiáticos foram obrigados a pagar indenizações.

 

Segunda Guerra do Ópio

A Segunda Guerra do Ópio começou quando os chineses foram inspecionar um navio com a bandeira britânica, em 1856 – uma quebra dos termos do armistício de 1842.

Porém, essa inspeção foi mero “bode expiatório”, contra políticas internas protecionistas do governo chinês.

Nesse segundo conflito, forças armadas francesas e norte-americanas se uniram aos ingleses, até a vitória europeia em 1860.

Como resultado, a China se abriu ainda mais para o comércio europeu, bem como para missões cristãs.

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