A linguagem é uma ferramenta poderosa, capaz de transmitir ideias, emoções e histórias; no entanto, ela também pode ser traiçoeira, especialmente quando se trata de ambiguidade. Seja na comunicação escrita ou falada, a ambiguidade pode surgir de forma sutil, criando interpretações múltiplas ou até mesmo contraditórias para uma mesma frase ou expressão.
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Embora muitas vezes vista como um problema a ser evitado, ela também pode ser usada de forma intencional para criar humor, suspense ou reflexões profundas. Neste artigo, vamos explorar o conceito de ambiguidade, seus diferentes tipos e como ela aparece em nosso dia a dia, desde os mal-entendidos cotidianos até as obras literárias e publicitárias que a utilizam como recurso estratégico.
Entenda como identificar, evitar ou até aproveitar a ambiguidade a seu favor!
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O que é ambiguidade?
- A ambiguidade é um fenômeno linguístico que ocorre quando um enunciado pode ser interpretado de diferentes formas, podendo gerar falhas na comunicação.
- Entre os tipos mais comuns, destacam-se os relacionados a pronomes possessivos, construções sintáticas inadequadas, formas nominais de verbos e o uso da conjunção “que”.
- Dependendo do contexto, a ambiguidade pode ser utilizada como um recurso estilístico ou ser considerada um desvio de linguagem.
- Diferentemente da ambiguidade, que se refere a interpretações múltiplas de um enunciado por questões estruturais, a polissemia é a propriedade de uma palavra de ter mais de um significado.
A palavra ambiguidade tem sua origem no latim ambiguitas, que significa incerteza ou equívoco. Em outras palavras, sempre que uma palavra, frase ou expressão permitir interpretações diferentes ou apresentar duplicidade de sentidos, ela pode ser considerada ambígua. Esse fenômeno pode gerar confusão ou até mesmo equívocos na comunicação; no entanto, enquanto em contextos formais a ambiguidade é vista como um problema a ser evitado, na literatura ela muitas vezes ganha um caráter poético, funcionando como recurso estilístico para enriquecer o texto e ampliar as possibilidades de interpretação.
Fora desse uso intencional e artístico, a ambiguidade é considerada um vício de linguagem, podendo comprometer a clareza e a eficácia da mensagem. Afinal, o objetivo principal da comunicação é garantir que a mensagem seja compreendida sem margem para interpretações equivocadas, não é mesmo? Veja alguns exemplos práticos que ilustram como a ambiguidade pode surgir em situações cotidianas:
- O casal marcou o encontro perto do banco.
- Aqui, surge a dúvida: trata-se do banco de uma praça ou de uma instituição financeira?
- Carolina pediu a João para sair.
- Há duas possíveis leituras: Carolina quer permissão para sair ou está pedindo para João sair?
- Crianças que comem doce frequentemente têm cáries.
- Isso significa que as crianças que sempre comem doces têm cáries ou que todas as crianças que comem doces, mesmo de forma esporádica, estão sujeitas ao problema?
Agora, observe como ajustes simples podem eliminar a ambiguidade:
- O casal marcou o encontro perto do banco da praça General Osório.
ou
O casal marcou o encontro perto do Banco Central. - Carolina pediu permissão a João para sair.
ou
Carolina pediu a João que ele saísse. - Crianças que comem doce com frequência têm cáries.
ou
Frequentemente, as crianças que comem doce têm cáries.
Percebe como pequenos ajustes no texto fazem toda a diferença? Por isso, fique atento! A ambiguidade pode comprometer a clareza e a coesão de uma mensagem, prejudicando o entendimento do receptor. Seja em um e-mail profissional, em uma conversa ou em um texto acadêmico, priorizar uma linguagem clara e objetiva é fundamental para garantir que sua comunicação seja eficaz e sem ruídos.
Há tipos diferentes
- Lexical
- A manga está deliciosa. (Pode ser a fruta ou a parte de uma roupa.)
- Estrutural
- Os pais dos alunos e professores participaram da reunião. (Os professores também são pais ou só os alunos têm pais?)
- De escopo
- Todos os estudantes não fizeram a prova. (Nenhum estudante fez ou alguns fizeram?)
- Referencial
- Ana disse a Maria que ela não podia ir. (Quem não pode ir, Ana ou Maria?)
- Pragmática
- Você pode abrir a janela? (É uma pergunta ou um pedido?)
- Fonológica
- O gato mia. (Pode ser interpretado como “O gato me ama” se falado rapidamente.)
- Semântica
- A justiça foi rápida. (Refere-se ao sistema jurídico ou à virtude de ser justo?)
- Elipse
- Depois de sair da festa, ela encontrou seu amigo. (Ela encontrou o próprio amigo ou o amigo de outra pessoa?)
