Quando pensamos na industrialização no Brasil, muito se fala em Rio ou São Paulo, mas esses não foram os únicos polos.
No cenário da economia brasileira, a Zona Franca de Manaus é um polo vital, desde seu surgimento no início do século 20 até sua relevância no século 21.
De enorme importância para pensarmos na economia brasileira dos últimos 60 anos, entender o que é a Zona Franca é entender o desenvolvimento econômico e social brasileiro recente.
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Afinal, a Zona foi uma das “apostas” do governo militar, para a riqueza brasileira – a despeito de seus nocivos impactos sociais.
Qual é a importância da Zona Franca hoje? Para entender mais, leia nosso artigo.
A História da Zona
A Zona Franca de Manaus surge como plano econômico antes de 1957, tenha vista que a região amazônica já atraia a atenção de industriais como Ford (1863-1947) desde princípios do século 20.
Porém, apenas após a II Guerra (1939-1945) ela se tornou realidade, quando o governo brasileiro, visando promover o desenvolvimento nacional, implementou políticas de incentivo fiscal na região.
A ideia era atrair empresas e impulsionar a economia local, criando uma zona livre de impostos e contribuindo para a diversificação econômica.
O Período Áureo
Durante a ditadura militar, a Zona Franca de Manaus atingiu seu auge. Sob o comando do regime (entre 1964 e 1985), houve um investimento maciço em projetos de desenvolvimento industrial.
A região tornou-se um polo atrativo para empresas nacionais e estrangeiras, estimulando a produção de bens de consumo e eletrônicos.
Ainda a Zona Franca de Manaus desempenhou um papel vital no desenvolvimento do país. Ao atrair empresas e estimular a produção, contribuiu significativamente para a diversificação da economia brasileira.
No auge, o polo industrial manauara foi responsável por uma parcela substancial do PIB nacional.
Impactos Sociais
Apesar dos benefícios econômicos, é importante destacar que os impactos sociais não foram tão expressivos quanto o desenvolvimento industrial. Além disso, podemos destacar o peso ecológico.
A concentração de riqueza e oportunidades, somada à violência policial contra movimentos populares e sindicais, não trouxe justiça social para a população, e contribuiu para o desmatamento.
Os manauaras das classes populares, bem como povos originários da região, que já enfrentavam problemas como a falta de acesso adequado à educação e saúde, não viram uma melhoria de vida.
A Zona hoje
Hoje a Zona Franca de Manaus continua desempenhando um papel crucial na economia brasileira. Seu modelo de incentivos fiscais atrai empresas multinacionais, contribuindo para a geração de empregos e o crescimento econômico.
No entanto, a região ainda carece de medidas para uma distribuição equânime dos benefícios, proporcionando avanços sociais aos locais.
Assim, a Zona Franca de Manaus representa uma peça fundamental na história do desenvolvimento industrial brasileiro.
Desde seu surgimento, essa zona econômica tem desempenhado um papel crucial na diversificação e expansão da economia.
Contudo, é essencial olhar esse polo com criticismo, buscando entender e pensar em políticas sociais efetivas.
Creio que o autor está equivocado nas premissas quanto ao Impacto social e ecológico, não só para o Amazonas mas para a região norte do país. É verdade que o Polo Industrial de Manaus (que não é mais chamado de Zona Franca de Manaus há mais de 15 anos, pois o projeto Zona Franca incluía Indústria, Comércio e Agropecuária), assim como os demais polos industriais no Brasil, trouxeram uma aglomeração de pessoas que resultou falta Segurança Pública e educação de qualidade(com raras exceções), não sendo um caso especifico de Manaus. Entretanto, a Zona Franca de Manaus (e, aí sim, como uma visão macro, englobando as três áreas e os estados do Amazonas) trouxe, no aspecto Ecológico, uma proteção da cobertura vegetal da Amazônia como um todo, visto que como os impostos arrecadados pelo Polo Industrial de Manaus é redistribuído entre os municípios do Amazonas, causou uma descentralização dos valores arrecadados, permitindo que os municípios não dependessem única e exclusivamente dois impostos recolhidos pelos munícipes, fazendo com que o Amazonas se tornassem o estado com o menor percentual de desmatamento de todo o Brasil (4% apenas da sua vegetação), diferente do que ocorre no Estado do Pará, que fica ao lado, onde mais de 50% da sua área vegetal se encontra retirada pelos munícipes, com apoio das prefeituras (que precisam das receitas geradas por essas atividades) para o uso como pecuária, além das receitas com a extração de madeira, sendo esses fatores principais para a manutenção da economia dos municípios naquele estado. Como dito anteriormente, a Zona Franca de Manaus ( abrangendo os três polos específicos) além do desenvolvimento industrial, já teve o desenvolvimento do Comércio (que hoje se encontra praticamente extinto em virtude da abertura das importações feitas em 1992), além do atual desenvolvimento do agronegócio, que está sendo trabalhado prestigiando a agricultura familiar no interior do Amazonas através da zona franca Verde, causando a retenção dos munícipes nas suas localidades, em vez do deslocamento para a capital. Já quanto aos povos originários, os quais em sua maioria se concentram no município de São Gabriel da Cachoeira, parte da redistribuição dos impostos arrecadados com a Zona Franca de Manaus desenvolvem trabalhos de preservação da identidade indígena, sua cultura, sua língua e de seus modos de fazeres e saberes, por meio de leis estaduais que determinam através do FTI (Fundo de Fomento e Infraestrutura). Tais Repasses nesse sentido, propiciam manter não só a ecologia amazônica como a cultura e a viabilidade econômica dos municípios amazonenses, evitando a migração para a capital e consequentemente, impedindo o crescimento das comunidades desassistidas em Manaus. Claro que o sistema como um todo não é perfeito, assim como a distribuiçãode riqueza no país, mas a premissa ecológica exposta está equivocada. Por tudo isso, seria recomendável um melhor estudo do tema visando a alteração do texto com a inclusão do único ganho palpável do Polo Industrial de Manaus: a floresta amazônica de pé. Retirar a ZFM é retirar a fonte de receita dos municípios, os quais passarão a incentivar a exploração da madeira para movimentar a economia local (hoje amparada pela redistribuição das receitas estaduais com o PIM), causando o que ocorre no Pará: fomento a agressão ecológica à floresta amazônica.