Você sabe quais são as funções sintáticas dos pronomes pessoais?

Aprenda a identificar seu uso correto nas frases de forma clara e objetiva.

Você já parou para pensar nas diferentes funções que os pronomes pessoais podem exercer dentro de uma frase? Embora sejam palavras pequenas como eu, tu, ele, nós, os pronomes pessoais desempenham papéis fundamentais na construção do sentido e da coesão dos textos.

Leia também: Não precisar ser difícil – quando usar “entre” e “dentre” no texto

Neste conteúdo, vamos explorar as principais funções sintáticas dos pronomes pessoais e entender como eles se comportam em diferentes contextos gramaticais. Preparado para dominar mais esse tópico da língua portuguesa?

Quais as funções sintáticas dos pronomes pessoais?

Antes de explorarmos as funções sintáticas desempenhadas pelos pronomes pessoais, é fundamental recordarmos quais são essas palavras tão presentes no nosso cotidiano linguístico. Os pronomes pessoais são aqueles que indicam as pessoas do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala) e se dividem em diferentes formas e classificações, cada uma com usos específicos.

Confira abaixo a classificação dos pronomes pessoais:

  • Pronomes pessoais do caso reto: usados geralmente como sujeito da oração.

  • Pronomes pessoais do caso oblíquo: utilizados como complementos verbais ou nominais.

    • Oblíquos átonos: aparecem ligados diretamente ao verbo, sem preposição.

    • Oblíquos tônicos: geralmente exigem preposição.

Pessoa Reto Oblíquo Átono Oblíquo Tônico
1ª do singular eu me mim, comigo
2ª do singular tu te ti, contigo
3ª do singular ele/ela o, a, lhe ele, ela
1ª do plural nós nos conosco
2ª do plural vós vos convosco
3ª do plural eles/elas os, as, lhes eles, elas

Esses pronomes, apesar de parecerem simples à primeira vista, exercem papéis variados dentro de uma oração, dependendo de sua forma e do contexto em que aparecem. A seguir, vamos analisar como essas diferentes formas podem assumir distintas funções sintáticas:

Funções sintáticas dos pronomes pessoais do caso reto:

a) Sujeito da oração – é a função mais comum:
Exemplo: Ela chegou cedo ao trabalho.

b) Predicativo do sujeito – quando atribui uma característica ou identidade ao sujeito:
Exemplo: Os responsáveis pelo projeto foram eles.

c) Vocativo – embora incomum, apenas os pronomes “tu” e “vós” podem exercer essa função, quando usados para interpelar alguém diretamente:
Exemplo: Tu, me escutas por um momento?

Você sabe quais são as funções sintáticas dos pronomes pessoais? (Foto: Unsplash).
Você sabe quais são as funções sintáticas dos pronomes pessoais? (Foto: Unsplash).

Funções sintáticas dos pronomes pessoais do caso oblíquo:

a) Complemento nominal – geralmente introduzido por preposição, completando o sentido de um nome:
Exemplo: A saudade que sinto de ti é imensa.

b) Objeto direto – quando ligado diretamente ao verbo, sem preposição:
Exemplo: Vi-o ontem na praça. (o = ele)

c) Objeto indireto – quando o verbo exige preposição:
Exemplo: Ela confiava em mim plenamente.

d) Adjunto adverbial – quando o pronome indica circunstância, como companhia ou meio:
Exemplo: Ele saiu comigo depois da reunião.

e) Agente da passiva – nesse caso, o pronome é introduzido pela preposição “por” e indica quem pratica a ação verbal:
Exemplo: A decisão foi tomada por ela.

f) Adjunto adnominal – quando acompanha um substantivo, geralmente denotando posse:
Exemplo: Estendeu-me sua mão gelada.

g) Sujeito de verbo no infinitivo – quando o verbo não está conjugado e o pronome exerce a função de sujeito dele:
Exemplo: Pedi-lhe para resolver o problema.

Como se vê, os pronomes pessoais são elementos gramaticais extremamente versáteis, e seu correto uso exige atenção à função que exercem no enunciado. Entender essas funções é essencial para a construção de frases claras, coerentes e gramaticalmente corretas.

Curiosidades ou pegadinhas de concursos: fique atento!

O uso dos pronomes pessoais é um tema recorrente em provas de vestibulares e concursos públicos, principalmente porque muitos candidatos caem em armadilhas aparentemente simples. A seguir, apresento algumas das pegadinhas mais comuns, com explicações detalhadas para que você não seja surpreendido.

1. Uso incorreto de pronomes retos como objeto direto

Exemplo errado: “Entre eu e você, não há segredos.”
Explicação: O pronome “eu” é do caso reto e só deve ser usado como sujeito. Nesse contexto, ele exerce a função de complemento do termo “entre”, e, portanto, deve ser substituído por “mim”.

Correto: “Entre mim e você, não há segredos.”

2. Uso de “mim” como sujeito de verbo no infinitivo

Exemplo errado: “Para mim fazer isso, preciso de tempo.”
Explicação: O pronome “mim” não pode exercer função de sujeito, nem mesmo de verbos no infinitivo. Nesses casos, deve-se usar o pronome reto “eu”.

Correto: “Para eu fazer isso, preciso de tempo.”

3.  Colocação pronominal inadequada (ênclise com palavra atrativa)

Exemplo errado: “Sempre se lembrava de mim.”
Explicação: A palavra “sempre” atrai o pronome oblíquo átono, exigindo o uso da próclise. A ênclise só é usada quando não há palavra atrativa antes do verbo.

Correto: “Sempre se lembrava de mim.”

4. Uso ambíguo do pronome oblíquo

Frase: “Disse-lhe que não gostava de política.”
Explicação: Quem disse a quem? Quem não gostava de política? A frase é ambígua porque não sabemos se o “lhe” se refere ao destinatário da fala ou ao sujeito que não gosta de política.

Correção possível: “Disse a ele que eu não gostava de política.” (se “eu” é quem não gosta)
Ou: “Disse a ele que ele não gostava de política.” (se “ele” não gosta)

5. Concordância verbal com pronomes de tratamento

Frase incorreta: “Vossa Excelência está enganado.”
Explicação: Pronomes de tratamento fazem a concordância verbal na 3ª pessoa, mesmo quando se referem diretamente a quem se fala.

Correto: “Vossa Excelência está enganada.” (se for mulher), ou “Vossa Excelência está enganado.” (mas sempre com verbo na 3ª pessoa: “está”, e não “estás”).

Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “De onde vieram os sotaques brasileiros mais populares no país?”, pois, mesmo que todos falemos português aqui, as variações de pronúncia, entonação e vocabulário entre as regiões formam um verdadeiro mosaico de sotaques que encantam, intrigam e, muitas vezes, revelam a origem de cada brasileiro.

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