Dúvida comum: “havia” ou “haviam”? O que a gramática diz?
Entenda quando usar e qual é a forma correta.

Já bateu aquela dúvida no meio de uma conversa ou ao escrever uma frase: afinal, o certo é “havia” ou “haviam”? Pode parecer uma questão simples, mas confunde muita gente — e com razão. A boa notícia é que nenhuma das duas formas está errada, mas é o contexto que define qual usar.
Sim, isso mesmo: o segredo está em como o verbo “haver” está sendo usado na frase. E entender isso pode transformar a forma de escrever e se comunicar.
Primeiro passo: singular ou plural?
Antes de tudo, vale lembrar que:
- Havia está na 3ª pessoa do singular.
- Haviam está na 3ª pessoa do plural.
Ambas são formas corretas do verbo haver, mas não são sinônimos nem podem ser usadas aleatoriamente. Mas, como saber qual usar em cada situação?
Quando usar apenas havia?
Aqui está um detalhe que faz toda a diferença: o verbo haver, quando tem o sentido de existir, é considerado impessoal. Isso significa que, por não ter sujeito, ele deve ser utilizado no singular, mesmo quando a frase se refere a mais de uma coisa.
Sim, mesmo se estiver falando de muitas pessoas, objetos ou situações, o verbo haver com sentido de “existir” continua no singular.
Quer ver como isso funciona na prática?
Exemplos:
- Havia uma criança no parque.
- Havia várias crianças no parque.
- Havia um motivo para tudo aquilo.
- Havia diversos motivos para a decisão.
Notou como mesmo quando aparecem palavras no plural (“crianças”, “motivos”), o verbo continua no singular? Isso acontece porque ele está no sentido de existir, e, nesse uso, ele não varia.
E o “haviam”? Quando ele entra na história?
O haviam só entra em cena quando o verbo haver é usado como auxiliar. Isso significa que ele aparece junto de outro verbo, normalmente para indicar ações no passado, como em locuções verbais.
Nesse caso, o verbo haver deixa de ser impessoal e passa a concordar com o sujeito da frase. Aí sim, pode (e deve) ir para o plural, se for o caso.
Exemplos:
- Ela havia chegado cedo.
- Elas haviam chegado cedo.
- Ele havia de desistir um dia.
- Eles haviam de desistir um dia.
Perceba a diferença: nesses casos, haver está ali só como um apoio ao outro verbo. Não está dizendo que algo existia, e sim que alguém havia feito ou iria fazer alguma coisa.
Imagem: Canva
Uma dica importante: o verbo haver sempre com “h”
Pode parecer óbvio, mas vale reforçar: o verbo haver vem do latim habere e deve sempre ser escrito com “h”. Nada de “aver”, viu?
Recapitulando: o que lembrar para não errar?
- Está falando que algo existia? Use havia, sempre no singular.
- Está usando o verbo haver junto de outro, como auxiliar de uma ação? Aí sim, pode usar havia ou haviam, dependendo do sujeito.
Se a dúvida bater no meio de uma frase, uma boa tática é substituir o haver por existir.
Se a frase ainda fizer sentido e “existir” ficar no singular, o certo é “havia”.
Experimente:
- Havia vários livros na estante → Existiam vários livros? Sim. Mas o correto continua sendo havia, porque nesse caso haver é impessoal.
No fim das contas, vale a atenção ao contexto
A diferença entre “havia” e “haviam” está no tipo de frase e na função do verbo. Parece confuso no início, mas com o tempo isso se torna automático.
E da próxima vez que surgir a dúvida, em vez de travar, que tal lembrar dessa explicação? A forma certa não está só na gramática — está também no jeito de observar o que a frase realmente quer dizer.
Agora que ficou claro, que tal praticar um pouco? Pense em frases do dia a dia e tente identificar qual forma do verbo haver seria a mais adequada. Vai ver como tudo começa a fazer mais sentido.