Como trabalhar em uma sala de leitura escolar, para além de livros de literatura?

 

Nomeados como salas de leitura ou bibliotecas, os arquivos de livros de uma escola são essenciais para a formação intelectual e crítica dos alunos.

Porém, há professores que focam seu trabalho apenas em literatura. Normal, uma vez que, em uma concepção ortodoxa, ser um leitor significa “ler literatura”. Entretanto, numa visão mais ampla, isso é pouco.

Na verdade, somos confrontados por gêneros escritos o tempo todo.

Bulas de remédio, jornais, manuais de instrução e redes sociais são alguns gêneros existentes e, saber decifrar o significado das palavras não faz ninguém proficiente neles.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, inclusive, preveem o trabalho com diferentes formas e gêneros de texto. Em Português, esse foco é mais destacado que outros.

Porém, há “Alfabetização Matemática”, “Científica” etc.

O professor de sala de leitura, ou professor-bibliotecário, também pode trabalhar com esses gêneros. Como? Leia algumas propostas.

 

1.     Campanhas

Uma campanha de conscientização de alguma causa é uma ótima forma de expor os alunos a outros gêneros, alinhando a prática leitora a outras matérias.

Por exemplo, uma campanha conscientizando sobre a prevenção de uma doença, ou pela redução do uso de produtos de um material específico.

Os alunos precisaram ler livros e demais mídias (jornais, mídias específicas), acerca da causa, para depois, produzir seu material.

 

2.     Reportagens

Um jornal escolar (ou blog, para sermos mais modernos) não precisa trazer só notícias diárias. Inclusive, ele fica mais próximo de um jornal profissional, se tiver seções.

Para a composição dessas, é necessária a leitura e produção de demais gêneros, para além do literário e jornalístico.

Assim, novamente, o professor de sala de leitura trabalha no sentido de mediar e introduzir gêneros diversos, auxiliando os estudantes na forma como eles leem, instrumentalizando-os na forma de interpretar e abstrair informações.

É um trabalho transdisciplinar, evidentemente, de forma que professores de áreas específicas também atuam no ensino de leitura daquele gênero.

 

3.     Clube de debate

Popular em países como Estados Unidos e Canada, os clubes de debate se propõem a ensinar os estudantes a debaterem. Isso é, discorrem sobre assuntos variados, com profundidade, réplicas e tréplicas.

Esses debates precisam ter aprofundamento, nas argumentações. Para tanto, os debatedores devem estudar os temas, pesquisar diferentes fontes, confrontar informações.

Esse é um trabalho que envolve pesquisas em acervos bibliográficos, para além dos conteúdos de uma aula regular. O estudante deverá se esmiuçar nos livros da biblioteca, e os professores devem mediar essa pesquisa.

 

4.     Inventário

Uma tarefa um pouco mais subjetiva, mas ainda assim, envolvente, é na produção de inventários. Isso é, listas com a descrição dos objetos.

A parte mais objetiva da tarefa é o aluno receber a proposta de listar e elencar objetos ou coisas de um local específico – sua casa, por exemplo – e então descrever o que ele encontra, de forma detalhada.

Essa descrição precisa ser ter informações sobre o objeto. Logo será necessário pesquisar sobre ele, lendo suas funções historias e afins, em textos de gêneros variados.

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