Como abordar o tema do divórcio na escola?

 

Divórcios são uma prática muito comum em nossa sociedade. Muito corriqueira, alguém poderia falar, inclusive. Isso não significa que seja um ato tranquilo.

Sem entrar no mérito da questão e sem julgar quem se divorcia, seja pela razão que for, seja depois de 25 anos de casados, seja depois de 55 horas (como a Britney Spears), o fato é que às vezes pessoas se separam de seus parceiros.

Quando a separação envolve só duas pessoas adultas, pode ser complicado, mas é um pouco mais fácil. Quando envolve uma criança, aí é preciso ter um pouco de cuidado.

Primeiro, porque a criança não entende direito as relações humanas. A todo momento ela será bombardeada por imagens de famílias nucleares (pai, mãe, filhos), e pela ideia (mentirosa) de que esse é o único formato.

Segundo, porque nem sempre o divórcio acontece de forma pacífica, ou motivado por um simples “Não dá mais certo”. Há casos onde o divórcio é motivado por violência doméstica; em outros, é por traições conjugais ou financeiras.

A criança, sem entender direito dessas questões se sente perdida, muitas vezes, abandonada ou rejeitada. Isso pode levar esse menor a passar por crises que vão da birra, até transtornos alimentares.

a escola, por ser um espaço de convivência e formação social do menor, pode auxiliar nesse sentido. Como?

 

1.      A criança precisa entender que quem se divorciou foram os pais, um do outro, e não eles dela

Algumas crianças com pais separados tendem a pensar que, agora que um dos dois não está mais no convívio diário, ela perderá contato com esse.

Ledo engano. O familiar que não assumir a guarda do menor tem obrigação legal de zelar por ela. Se será presente ou não é outra história. Mas é vital frisar para a criança: ela não ficou órfã.

 

2.      O professor pode apresentar diversos formatos de família, para naturalizar a situação

Uma das grandes questões de um divórcio é no que se refere aos modelos de família, que a sociedade fica reproduzindo mecanicamente. Isso pode levar a criança a sofrer crises dos mais variados tipos.

A escola, como instituição de educação e formação cultural, pode buscar formas de contornar isso, apresentando filmes e demais obras culturais, onde existam famílias diversificadas.

A depender da idade da menor, inclusive, pode discutir noções como amor, respeito, e aceitação da busca dos pais por novas formas de felicidade.

 

3.      A escola não deve julgar os pais

Outro ponto que pode ser problemático é em relação a forma como a escola lida com os responsáveis pelo menor.

Por vezes, professores emitem julgamentos acidentais, isso é, opinam sobre o caso da separação.

O que motiva a separação não interessa a ninguém, além dos envolvidos. Se o caso for de violência, como a escoa pode condenar que a parte violentada tenha se afastado, por exemplo?

O papel da escola é fazer a criança entender que divórcios acontecem e, com paciência e boa comunicação, podem ser feitos sem traumas.

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