A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a proposta que poderá transformar a jornada máxima semanal no país, reduzindo o limite atual de 44 para 36 horas. Para quem acompanha as mudanças da legislação e busca entender como essas novidades impactam a rotina do trabalhador, este texto reúne as principais informações, esclarecendo dúvidas e apontando caminhos para o futuro do emprego e dos direitos no Brasil.
Principais mudanças na carga horária semanal aprovada
A Proposta de Emenda à Constituição aprovada pela CCJ do Senado estabelece uma transição gradativa e segura para redução da carga horária semanal. De acordo com o texto, o limite máximo de trabalho diário será de oito horas, distribuídas em até cinco dias da semana. O ponto central da novidade está na redução progressiva: no ano seguinte à promulgação, o limite passa a ser 40 horas e, a cada ano, será reduzida uma hora semanal até chegar às 36 horas.
Esse modelo prevê ainda o direito a pelo menos dois dias consecutivos de descanso remunerado, preferencialmente aos fins de semana, iniciativa que acompanha discussões mundiais sobre a necessidade de tempo livre para saúde, família e lazer. O pagamento dos trabalhadores segue inalterado, afastando o risco de redução salarial no processo da transição.
Fim da escala 6×1 e impactos nos setores essenciais
Um dos pontos mais debatidos ao longo da tramitação foi o fim da chamada escala 6×1, bastante presente em áreas como serviços, comércio e saúde. Nessa escala, o trabalhador cumpre seis dias consecutivos de expediente e folga apenas um. O novo texto elimina essa lógica, exigindo o mínimo de dois dias de descanso seguidos, o que representa um avanço em direitos trabalhistas para muitos profissionais de carteira assinada.
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O relator do projeto, senador Rogério Carvalho, comentou que a mudança proporciona mais tempo de qualidade aos trabalhadores, impactando positivamente a economia, pois gera a necessidade de contratações adicionais e fomenta o consumo.
Progressão gradual até o trabalho 36 horas: como será?
A proposta se destaca pela implementação progressiva, planejada para quatro anos. Inicialmente, o teto de 44 horas será reduzido para 40 horas. Nos anos seguintes, a cada novo período, haverá redução de uma hora semanal até alcançar a meta de 36 horas. Esse processo permite que empresas, especialmente micro e pequenas, se adaptem de forma organizada, com tempo para redefinir escalas e planejar contratação de novos colaboradores, caso necessário.
Direitos trabalhistas
Esta atualização na legislação trabalhista representa mais um passo na consolidação dos direitos trabalhistas no país. O texto da PEC deixa explícito que não poderá haver diminuição do salário base em virtude do novo teto de horas, preservando conquistas históricas já garantidas pela CLT e estimulando novas práticas de gestão de pessoas. Estudos recentes indicam que a redução da jornada pode gerar aumento de produtividade e menor absenteísmo, além de contribuir para a geração de postos de trabalho.
O que falta para a mudança entrar em vigor?
Após aprovação simbólica na Comissão de Constituição e Justiça, a proposta segue para análise do Plenário do Senado, etapa essencial para seu avanço. Para que a medida seja implementada, são necessários dois turnos de votação e, caso aprovada, a tramitação será continuada na Câmara dos Deputados. Embora haja resistência de parte dos parlamentares, principalmente devido ao receio de aumento de custos para as empresas, o tema conta com forte apoio popular e movimenta o debate público nacional.
Interessados em detalhes ou que desejam participar das discussões podem acompanhar pelo site oficial do Senado Federal.
Acompanhar a tramitação no Plenário e na Câmara é fundamental, pois as decisões tomadas agora moldarão a rotina de milhões de brasileiros. Para continuar acompanhando as principais atualizações sobre legislação e as tendências que impactam a vida profissional, acesse o blog da Pensar Cursos.



