A textualidade refere-se a um conjunto de critérios que transformam um agrupamento aparentemente desconexo de palavras em um texto coeso e fluido. Esses critérios são responsáveis por organizar as palavras e as ideias de maneira que façam sentido, criando uma unidade significativa e coerente que chamamos de texto.
A textualidade de um texto é determinada por uma série de critérios que envolvem aspectos semânticos, como coesão e coerência, e aspectos pragmáticos, como intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade. Esses elementos garantem que o texto tenha uma estrutura fluida e uma progressão lógica, facilitando a compreensão do leitor.
Embora esses termos técnicos possam não ser amplamente conhecidos, suas funções são essenciais para diferenciar um texto estruturado de um mero conjunto de palavras sem significado claro. Em essência, um texto é uma construção de palavras, frases e sentenças que, organizadas de maneira coesa, transmitem um significado específico e cumprem diversos objetivos, como comunicar ideias ou expressar sentimentos.
A textualidade é o conjunto de atributos que conferem a um texto sua identidade como tal, diferenciando-o de um simples agrupamento de frases desconexas. Esses atributos são divididos em critérios semânticos, como a coesão e a coerência, e critérios pragmáticos, que incluem a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade.
Enquanto a textualidade se refere às qualidades que tornam um texto coerente e significativo, a discursividade foca no discurso e na interação comunicativa que ele estabelece. Assim, o texto pode ser compreendido como o resultado final dos processos de textualidade, um produto que emerge dessas características que o estruturam e definem.
O que é?
A textualidade é um conjunto de atributos que conferem a um texto sua unidade e sentido, diferenciando-o de um simples agrupamento de frases ou palavras desconexas. Para que um texto seja considerado como tal, ele deve cumprir sete fatores principais: coesão e coerência, que se relacionam com aspectos estritamente linguísticos, e intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade, que estão mais ligados aos aspectos pragmáticos e ao contexto sociocomunicativo em que o texto se insere.
Para ilustrar o conceito de textualidade, vejamos alguns exemplos.
Exemplo sem textualidade: “Segunda-feira, duas da manhã. Promoção suco supermercado Mais só nesta quinta. Partida empata. — Alô, mãe? Um minuto. Acordou às nove. Olhei o preço do peixe e perguntei: ‘quanto custa?’. Na escola as crianças têm apenas vinte minutos de intervalo. No filme Matrix, as máquinas dominaram o mundo. Ela está de calça jeans, então o jantar deve demorar. Contudo, vou aos domingos apenas.”
Textualidade: o que é, seus elementos e importância (Foto: Unsplash).
Exemplo com textualidade: “Acordei. Era segunda-feira, duas da manhã. Sobre a mesa, um panfleto: ‘Promoção! Suco. Supermercado. Mas só nesta quinta.’ De fato, eu precisava ir com urgência ao mercado, não só pelo suco, mas porque a comida acabou. Enquanto eu me levantava, na TV passava uma reprise da partida de ontem: 0x0 foi o placar. Vejo meu WhatsApp: duas chamadas perdidas. Era minha mãe. Pensei em ligar, mas estava muito tarde. Deitei-me novamente e acordei às nove. O telefone tocava. Atendi: ‘Alô, mãe! Um minuto.’ Pedi um tempo, pois me ajeitava em uma posição confortável.
A ligação foi rápida, e logo saí. Estava com fome. Passei no mercado, perguntei o preço do peixe e resolvi levar um para o almoço. Na volta, passei em frente a uma escola. Lembrei que as crianças possuem apenas vinte minutos de intervalo e foi exatamente neste momento que eu passei. Cheguei em casa e procurei um filme para assistir enquanto deixei o peixe descongelando. Matrix? Talvez. Gosto dessa ideia de que as máquinas dominam o mundo. No meio do filme, dormi e acabei tendo um sonho. No sonho, minha mãe usava jeans, tinha aparência jovial e, por algum motivo, não sei qual, o jantar que ela preparava para a família demorava. No sonho, era um domingo, e não uma segunda.”
No primeiro exemplo, não são atendidos os critérios de textualidade. As frases estão desconexas e desordenadas, sem coesão ou coerência, tornando difícil a construção de um significado claro e unitário. Já o segundo exemplo, apresenta uma sequência lógica, fluidez e coesão entre as frases, proporcionando uma leitura coerente que permite ao leitor compreender a narrativa do cotidiano do personagem em primeira pessoa.
Formada em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas pela UFRN desde 2021, atuo como escritora de contos e de romances há mais de uma década e, por isso, também trabalho como ghostwriter. Sempre lado a lado com a escrita, estou presente no ramo de revisão, redação e edição de textos.
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