5 passos para aplicar o Método Paulo Freire de alfabetização

 

Tido como um dos mais importantes educadores de todos os tempos, Paulo Freire completaria no último dia 19 de setembro 100 anos.

Sua revolucionária metodologia de educação se tornou conhecida em todo o mundo por alinhar o ensinamento de saberes práticos, ao ensino de pensamento crítico. Assim, ensinar não seria apenas uma transmissão de conhecimentos – é, principalmente, uma conscientização política-existencial.

Por esse motivo, sua metodologia tem sido ensinada em cursos de Pedagogia e formação docente em todo o mundo, há pelo menos trinta anos, e em todo o mundo.

Alguns de seus mais notáveis leitores incluem a pedagoga e ativista americana bell hooks e o filósofo Mário Sergio Cortella.

Mas afinal, o que é, resumidamente, a Metodologia Paulo Freire? Como aplicar ela na escola? Confira aqui os 5 principais pontos sobre ela (e para saber mais, consulte seus livros, principalmente Pedagogia da Autonomia).

 

1.      Conheça os seus alunos

“Conhecer seus alunos” é saber sobre eles para além de seus nomes. Saber seu contexto familiar, saber seus valores, entender como eles pensam, é o primeiro passo para ensinar qualquer coisa.

Isso porque, o ensino, segundo Paulo Freire, não deve ser “de cima”. Ou seja, ele não deve ser uma fórmula genérica, mas uma metodologia que se adapta em cada contexto social, de forma muito específica, a um contexto muito específico.

O primeiro passo para isso é sabendo o que o público daquela escola pensa. Ouça os alunos com atenção, converse com os pais, procure entender os problemas deles.

 

2.      Não imponha conhecimentos

Impor saberes é algo totalmente anti-freireano. O ensino é uma exposição de saberes, em uma relação dialógica, ou seja, o conhecimento deve ser apresentado e debatido.

Não existem saberes menores, na metodologia de Freire. Tudo o que os alunos souberem têm seu valor na construção de um saber maior. Tudo pode, e deve, ser debatido na escola (guardadas as devidas proporções à idade).

 

3.      Exija argumentos

Discordar do professor é alto totalmente possível e dir-se-ia recomendável na construção de um conhecimento individual e autônomo.

Mas não basta que os alunos e professores discordem uns dos outros. A discordância deve ser fundamentada em argumentos lógicos e científicos (isso é, baseado em teorias, matérias, fundamentos).

Essa condição vale tanto para o professor em relação ao aluno, quanto para o aluno em relação ao professor. Debater e discordar com argumentos é, na metodologia freireana, uma forma de ensinar a ter e construir um pensamento crítico – e plural.

 

4.      Seja democrático

O professor, naturalmente, se aproxima mais de alguns alunos, do que de outros. Isso não é justificativa para que ele pratique atos antidemocráticos.

Ser democrático na sala de aula. Dê direitos iguais a todos, seja na hora de falar, ou de apresentar atividades

E claro, direitos exigem deveres – então não deixe de cobrá-los.

 

5.      Seja transdisciplinar

Mesmo que sua aula seja Português ou Matemática, misture os saberes, para um ensinamento mais concreto.

Não ensine conteúdos vazios, mas alçados em interações e práticas.

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