Você já se pegou deslizando o dedo pela tela do Instagram no meio da madrugada, assistindo a inúmeros Reels sem perceber o quanto o tempo passou? Esse comportamento não é apenas comum, mas tem nome e explicação científica. O vício em Reels atrai cada vez mais pessoas cansadas e inquietas, que buscam alívio ou distração antes de dormir, mas acabam presos em um ciclo difícil de quebrar. Entenda como a dinâmica das redes sociais influencia tanto o cérebro quanto a rotina, afetando até mesmo a saúde mental.
Por que passamos tanto tempo no Instagram?
O tempo no Instagram tende a aumentar especialmente quando estamos mais cansados ou ansiosos. O motivo está ligado ao funcionamento do cérebro, que é movido por recompensas rápidas e estímulos constantes. A cada vídeo novo, há uma liberação de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à sensação de conquista. Isso faz com que o deslizar pelos Reels se torne irresistível e difícil de interromper, especialmente de madrugada, quando o autocontrole já está enfraquecido pelo sono.
Como o cérebro se torna dependente dos Reels de madrugada?
O chamado doomscrolling é um hábito em que a pessoa consome, repetidamente, conteúdos impactantes e rápidos, como memes, notícias negativas e vídeos curtos — exatamente o que os Reels oferecem na madrugada. O cérebro humano, ainda adaptado para buscar informações relevantes para a sobrevivência, interpreta esses estímulos como oportunidades de aprendizado ou alerta. A cada novo conteúdo, ativa-se o circuito da recompensa. Mas junto vem o sistema de alerta, com liberação do cortisol, conhecido como hormônio do estresse.
Esse ciclo de busca de alívio e exposição ao estresse cria uma dependência digital, em que cada atualização reforça o desejo por “só mais um vídeo”. Assim, o descanso fica comprometido e a mente não consegue relaxar.
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O impacto do “cérebro podre” nas funções cognitivas e na saúde mental
Muito se fala em “brain rot”, expressão popularizada como meme, mas com fundamentos reais. Expor-se continuamente a vídeos fragmentados, principalmente Reels de madrugada, demanda muita energia do cérebro e interrompe a atenção profunda. O resultado é uma sensação de fadiga mental, dificuldade para organizar pensamentos e até redução do controle dos impulsos.
- Fadiga mental: causada pela necessidade de trocar rapidamente o foco a cada novo vídeo.
- Deterioração do córtex pré-frontal: reduz a capacidade de planejar e tomar decisões.
- Bloqueio do processamento: estado de hiperalerta dificulta transferir informações para a memória de longo prazo.
A saúde mental sofre quando o estado de alerta é mantido por horas. Isso porque a exposição constante a conteúdos emocionais e polêmicos reforça a ansiedade, o medo e a sensação de falta de controle.
Atenção fragmentada: por que é tão difícil focar depois de tanto tempo no Instagram?
Uma das consequências frequentes do tempo no Instagram elevado é a dificuldade de concentração. O cérebro aprende a esperar a próxima notificação ou estímulo rápido, tornando mais difícil engatar períodos de atenção profunda, como para ler um livro ou estudar. A expectativa constante de novidades consome recursos cognitivos mesmo quando estamos longe do celular, reduzindo a produtividade e aumentando a sensação de “mente cansada”.
No entanto, essa é uma condição reversível. O treino para voltar a focar exige prática, paciência e a redução do tempo nas redes sociais, principalmente antes de dormir.
Existe saída para o vício em Reels?
A boa notícia é que, apesar do ritmo intenso das redes sociais, a neuroplasticidade permite que o cérebro recupere o equilíbrio. Romper o ciclo da dependência digital envolve criar novos hábitos:
- Definir horários para acessar o Instagram e evitar usar o app antes de dormir;
- Praticar técnicas de mindfulness, auxiliando a mente a desacelerar;
- Permitir que o tédio faça parte da rotina, sem recorrer sempre ao celular;
- Desligar notificações e estabelecer limites diários para o uso das redes.
Será que você está pronto para repensar seus hábitos noturnos e experimentar noites mais tranquilas, longe do ciclo infinito de vídeos? Refletir sobre o valor do tempo fora das telas pode ser o primeiro passo para uma rotina mais leve e saudável — tanto para o corpo quanto para a mente. Encontre mais dicas sobre bem-estar digital no Blog Pensar Cursos.





