Você sabe o que é arteterapia?

Muitas pessoas tem resistência a tratamentos psicológicos, embora tenham necessidade de lidar com questões pessoais. Alegam que não sabem se expressar, não vão saber como falar com o profissional que está lhes atendendo.

Para essas pessoas, a arteterapia pode ser um ótimo caminho para se iniciar o tratamento. Mas, você sabe o que é arteterapia? Sabe como ela pode te ajudar? Sabe como são os processos?

 

1.     Não é “só” arte

A arteterapia não é um simples fazer de obras de arte. Alguns pacientes, passando por tratamentos que utilizam a arte, como a poeta Stella do Patrocínio e o escultor Arthur Bispo do Rosário, até podem produzir obras significativas.

Aqui, porém, o objetivo é outro. Arteterapia é, primeiramente, uma obra (desenhada, escrita, costurada, esculpida, interpretada – seja na dança, seja no teatro) com o objetivo de expressar algo, para o terapeuta.

Dessa maneira, é essencial que o arteterapeuta tenha uma formação em Psicologia Clínica. Outras áreas, como a Psicologia da Comunicação, também podem auxiliar em uma melhor interpretação do trabalho apresentado.

 

2.     As obras falam o que o artista não quer dizer

O tratamento com arteterapia consiste em dar liberdade pra o paciente usar as diversas linguagens artísticas para se expressar. Consciente ou inconscientemente, esse paciente-artista vai expressar as questões que o levaram à buscar tratamento, na obra.

Logo, um desenho ou escultura deve ser interpretado, primeiro, enquanto uma linguagem. É uma forma do paciente falar com o terapeuta. Ele está falando por meio das formas e cores, dos movimentos (de um teatro ou dança), por meio das figuras de linguagem (no caso de um texto)…

Em um momento posterior, o arteterapeuta até pode tentar debater a produção com o artista-paciente. Mas não é obrigatório, uma vez, que o produto é, em si, uma comunicação.

Qual o trabalho do arteterapeuta, então? Seu trabalho é, eventualmente, lançar uma proposta ao paciente-artista. O profissional pode propor, por exemplo, uma situação (casal discutindo a relação, pedido de aumento, revelar algo para um familiar). Ou, pode deixar o paciente-artista livre, e depois lançar suas interpretações sobre a produção.

 

3.     A estética não é o objetivo

Algumas pessoas podem se sentir constrangidas a desenhar, por não saberem nem o famoso “boneco-palito”, por exemplo. No caso da artetarpia, porém, isso não é importante.

O ponto central dessa forma de tratamento é a expressão por uma linguagem que não a habitual. Pode ser um desenho de bonecos-palito simbolizando mãe e filho, por exemplo. Pode ser uma simples bola de argila sobre um fundo escuro. Pode ser uma cena de psicodrama com uma personagem sussurrando…

O importante, é que o paciente-artista produza algum produto, e que o terapeuta saiba interpretar ele. Logo, o essencial não é ser um crítico de arte – e sim, um terapeuta.

 

4.     Arte e educação

A arteterapia ainda pode ser usada por especialistas em Psicologia Da Educação, para trabalhar questões de sala de aula. A partir de oficinas de arte, o arteterapeutada diagnostica problemas daquele grupo (alunos, sala de aula, escola).

Assim, ao mesmo tempo, cria o gosto pelo fazer artístico, pelo consumo de arte, e promove o tratamento daquele público.

 

Ou seja: a arteterapia é um tratamento psicológico que usa arte e criatividade!

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