Por que se utiliza “@” em endereços de e-mail?
Confira a origem, a evolução e o impacto cultural desse símbolo na comunicação digital.

Você já parou para pensar no símbolo “@”? Aposto que ele passa despercebido no dia a dia, mas está em praticamente todas as suas interações digitais: e-mails, redes sociais e até em linguagens de programação. O curioso é que sua história começou muito antes da internet dominar as vidas das pessoas. A origem, evolução e os diferentes significados desse pequeno caractere pelo mundo mostram como algo tão simples pode carregar tanta relevância na comunicação.
A história por trás do “@”
Volte um pouco no tempo. Imagine-se na Idade Média, onde monges copistas passavam horas e horas dando textos à mão. Para economizar tinta e papel, eles criavam abreviações — e foi daí que surgiu o “@”! Uma das teorias mais aceitas diz que ele nasceu como uma variação da preposição latina “ad”, que significa “para” ou “em”. O círculo ao redor da letra “a” nada mais seria do que o “d”, formando um símbolo estilizado.
Agora, avance para o século XVI. Comerciantes italianos começaram a usar o “@” como unidade de medida para indicar quantidades de mercadorias vendidas. Há registros históricos de 1.536 que mostram o símbolo sendo usado para representar a quantidade de vinho em barris. Com o tempo, ele passou a aparecer em registros contábeis e, claro, nas antigas máquinas de escrever.
Mas foi só no século XX que o “@” ganhou o papel que é conhecido hoje. Em 1971, o engenheiro americano Ray Tomlinson precisava definir um separador entre o nome do usuário e o provedor de e-mail. O símbolo já estava no teclado e era pouco utilizado — perfeito para a função! Assim nasceu o formato usuario@provedor.com, que continua sendo padrão até hoje.
O “@” nos endereços de e-mail
Se você nunca pensou muito sobre o “@” nos e-mails, aqui vai um detalhe curioso: em inglês, “at” significa “em” ou “no”, então ao escrever um endereço como usuario@provedor.com, você está literalmente dizendo “usuário no provedor”. Simples, intuitivo e eficiente — é por isso que esse formato nunca mudou desde que foi criado.
O “@” e as redes sociais: um novo significado
Com a internet evoluindo, o “@” encontrou um novo papel. Em redes sociais como Twitter, Instagram e WhatsApp, ele serve para mencionar ou marcar pessoas. Basta digitar @nome e pronto, você direciona a mensagem para alguém específico.
Aliás, esse uso se tornou tão popular que, em algumas plataformas, a palavra “arroba” virou sinônimo de nome de usuário. É por isso que muita gente, ao compartilhar um perfil, diz: “Minha arroba no Instagram é @exemplo”— como se o próprio símbolo fosse parte da identidade digital.
Imagem: Freepik
Os significados do “@” ao redor do mundo
Se no Brasil o símbolo é chamado de arroba, em outros países ele tem apelidos bem diferentes. Olha só:
- Holanda: “Apestaart” (rabo de macaco)
- Itália: “Chiocciola” (caracol)
- Suécia: “Snabel” (tromba de elefante)
- França: “Arobase” (influência do árabe)
- Espanha: “Arroba” (também usada como unidade de medida)
É interessante perceber como culturas diferentes interpretam o formato do símbolo e dão a ele nomes curiosos que remetem à sua aparência.
O “@” além da comunicação
A influência desse símbolo vai muito além dos e-mails e redes sociais. Em 2010, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) incluiu o “@” em sua coleção permanente, reconhecendo sua importância como um ícone do design e da revolução digital.
Além disso, ele tem um papel fundamental na programação, sendo utilizado em sistemas operacionais e comandos de código. Ou seja, o “@” é mais do que um simples caractere: ele carrega uma enorme relevância cultural e tecnológica.
Para pensar…
Da próxima vez que você digitar um endereço de e-mail ou marcar alguém em uma rede social, lembre-se de que aquele pequeno “@” tem uma história que atravessa séculos, desde os monges copistas até os programadores modernos. Impressionante, não é? Quem diria que um símbolo tão discreto se tornaria essencial na era digital!