Dados recentes revelam que a Geração Z permanece apenas, em média, 1,1 ano no mesmo emprego. Esse padrão é resultado de uma série de mudanças sociais e tecnológicas que transformaram as expectativas de carreira e estabilidade.
Para quem deseja entender por que essa geração opta por rotatividade tão alta, vale analisar contextos sociais, culturais e econômicos que impactam jovens que entraram no mercado pós-pandemia, influenciados por tecnologia, inteligência artificial e uma visão diferente sobre o trabalho.
O contexto da entrada no mercado de trabalho
Os primeiros empregos da Geração Z foram influenciados pela pandemia e, mais recentemente, por um ritmo acelerado de adoção tecnológica. Muitos jovens ingressaram em trabalho remoto, o que mudou sua percepção de vínculo com empresas, equipes e lideranças. Seu contexto inicial foi marcado pelo isolamento, instabilidade econômica e pela necessidade diária de adaptação a novas ferramentas digitais.
Segundo o relatório Workmonitor 2024, mais da metade dos entrevistados da Geração Z afirmam buscar ativamente novas oportunidades, ainda enquanto estão empregados.
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Mudança no perfil profissional da nova geração
Antigamente, a estabilidade e o tempo de serviço eram vistos como méritos. Muitas pessoas permaneciam décadas na mesma empresa. Hoje, a Geração Z valoriza novas experiências e oportunidades de desenvolvimento constante. Pesquisas apontam que esse grupo é o que menos associa permanência à segurança: para eles, mudar de emprego significa crescer, aprender e se adaptar a novos cenários.
Valores e motivações da Geração Z
Diferente do que se pensa, a alta rotatividade não está ligada à falta de compromisso. Apenas 56% desses jovens sentem que o emprego atual atende às suas necessidades, e 68% apontam que procuram empresas que realmente estejam alinhadas aos seus próprios valores.
Busca por propósito e identificação
A Geração Z prefere trabalhar em ambientes que respeitam diversidade, flexibilidade e proporcionam possibilidades claras de crescimento. Desejam desafios, confiança de líderes e espaço para propor ideias.
Tecnologia e insegurança profissional
A presença cada vez maior da inteligência artificial e automação ameaça postos de trabalho, criando sensação de urgência para aprender novas habilidades. Muitos jovens acabam trocando de setor, buscando áreas menos afetadas pelas inovações tecnológicas ou que garantam maior segurança no médio prazo.
Mercado restrito para iniciantes
Com a redução de vagas de início de carreira e aumento da concorrência, mudar de emprego se tornou também uma necessidade prática para garantir renda, lateralidade ou acesso a oportunidades melhores.
Progresso, aprendizado e carreira
Para a Geração Z, cada novo emprego é visto como parte de um processo de aprendizagem. Eles trocam de função para expandir conhecimento, enfrentar desafios e não estagnar. Dados mostram que 30% deixam empregos pela falta de plano de carreira ou desenvolvimento interno.
Feedback constante e clareza nos planos
Diferente de gerações anteriores, os jovens de hoje desejam retorno rápido sobre seu desempenho, metas de curto prazo bem estabelecidas e transparência sobre promoções e bônus.
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Desafios para retenção dessa geração nas empresas
Empresas enfrentam obstáculos para manter jovens talentos por mais de um ano. Lideranças pouco abertas a diálogo, ausência de treinamentos constantes e planos de carreira indefinidos são motivos frequentes para pedidos de demissão. O imediatismo, comum a esse público, colabora para a busca por reconhecimento e crescimento acelerado.
- Falta de feedback estruturado
- Ausência de reconhecimento
- Ambiente de trabalho inflexível
- Desalinhamento de valores
Estratégias para engajar e reter a Geração Z
Investir em plano de carreira estruturado e treinamento é chave para atrair e manter talentos jovens. Empresas que comunicam objetivos de forma clara, desenvolvem programas de aprendizado contínuo e valorizam a diversidade tendem a ter uma equipe mais estável.
Práticas como dar autonomia, construir ambientes colaborativos e mostrar preocupação genuína com saúde mental fazem toda diferença para este público. O mercado já percebeu que não basta apenas oferecer salários considerados altos: o senso de pertencimento, propósito e possibilidade de crescimento determinam a permanência.