A comunicação eficaz depende intrinsecamente da coerência, um processo colaborativo entre quem envia e quem recebe a mensagem. Para que um texto seja compreendido plenamente, suas partes devem se conectar de forma lógica, como as peças de um puzzle. Nessa construção textual, as ideias e os argumentos atuam como elementos-chave, que precisam ser organizados de maneira harmoniosa para garantir a clareza e a compreensão do leitor.
A teoria que apresenta os seis elementos da comunicação foi desenvolvida por Roman Jakobson, renomado linguista russo e um dos principais estudiosos da linguagem e da comunicação.
Em seus estudos, Jakobson demonstrou que qualquer ato comunicativo envolve seis elementos fundamentais: emissor (ou locutor), receptor (ou interlocutor), mensagem, canal, código e referente. Quando algum desses elementos está ausente ou é utilizado de forma inadequada, ocorre um “ruído” na comunicação, comprometendo sua eficácia. Por isso, é essencial compreendermos esses elementos para garantir a clareza e a eficiência em nossas interações comunicativas.
Emissor (ou locutor): é quem cria e transmite a mensagem.
Receptor (ou interlocutor): é quem recebe e interpreta a mensagem.
Mensagem: corresponde ao conteúdo transmitido, podendo ser verbal ou não verbal.
Referente (ou contexto): é o tema ou assunto tratado no ato comunicativo.
Canal: representa o meio pelo qual a mensagem é transmitida.
Código: é o conjunto de sinais organizados de forma compreensível tanto para o emissor quanto para o receptor.
Para ilustrar, podemos considerar uma aula expositiva de língua portuguesa sobre os elementos da comunicação:
A emissora seria a professora que conduz a aula.
Os receptores seriam os alunos que acompanham a explicação.
A mensagem consistiria no conteúdo verbal apresentado oralmente pela professora.
O referente seria o tema abordado, ou seja, os elementos da comunicação.
O canal seria a voz da professora, transmitida através do ar, auxiliada pelo uso de seu aparelho fonador.
O código seria a língua portuguesa, o idioma compartilhado entre a professora e os alunos.
Com essa estrutura clara, é possível evitar mal-entendidos e alcançar uma comunicação bem-sucedida.
Elementos da comunicação – quais são, objetivos e características (Foto: Unsplash).
Relação entre os elementos e as funções da linguagem
Toda comunicação tem por trás uma intenção. Mesmo em situações aparentemente simples e despretensiosas, como um cumprimento pelo WhatsApp ou uma conversa casual no elevador, existe um motivo que nos leva a nos comunicar. Dependendo dos nossos objetivos, a linguagem pode assumir diferentes funções, como explicar, informar, expor ideias, criar um efeito estético, manter a interação ou até mesmo persuadir e influenciar.
Essas funções da linguagem estão relacionadas a elementos específicos do processo comunicativo. Veja como:
Quando o foco está no emissor, a linguagem é usada para expressar sentimentos, emoções ou opiniões pessoais — trata-se da função emotiva ou expressiva.
Quando a atenção recai sobre o receptor, a linguagem busca influenciá-lo, convencê-lo ou persuadi-lo a adotar um comportamento ou ideia — essa é a função apelativa ou conativa.
Quando o destaque é dado ao contexto ou ao conteúdo da mensagem, a linguagem é empregada para transmitir informações objetivas, dados ou fatos — é a função referencial.
Quando a mensagem em si recebe maior atenção e seu objetivo é estético, valorizando o trabalho criativo com as palavras — temos a função poética.
Quando o canal de comunicação é enfatizado e o objetivo é garantir a continuidade da interação, a linguagem cumpre a função fática ou de contato.
Por fim, quando a ênfase está no código da comunicação, ou seja, no próprio sistema de signos utilizado, com o propósito de explicá-lo ou esclarecê-lo, a função exercida é a metalinguística.
Tente resolver essa questão!
(Enem 2016)
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.
(LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993)
Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto…
Formada em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas pela UFRN desde 2021, atuo como escritora de contos e de romances há mais de uma década e, por isso, também trabalho como ghostwriter. Sempre lado a lado com a escrita, estou presente no ramo de revisão, redação e edição de textos.
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