O que são os encontros vocálicos? Saiba como reconhecê-los
Aprenda de forma simples e objetiva com exemplos práticos.

Você já se perguntou por que algumas palavras parecem ter sons que se unem suavemente, enquanto outras exigem pausas mais marcadas na pronúncia? Isso acontece por causa dos encontros vocálicos, fenômenos da língua portuguesa que envolvem a sequência de vogais em uma mesma palavra.
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Entender o que são encontros vocálicos e como identificá-los pode fazer toda a diferença na hora de escrever corretamente, separar sílabas e aprimorar sua pronúncia. Assim, neste artigo, vamos explicar de forma clara e prática o que são os encontros vocálicos, quais os tipos existentes e como reconhecê-los com facilidade.
Como se formam os encontros vocálicos?
Os encontros vocálicos correspondem à união de sons vocálicos – vogais e semivogais – que aparecem juntos em uma mesma palavra, podendo estar na mesma ou em sílabas distintas. Como esses sons são fonemas, ou seja, as menores unidades sonoras da nossa língua, compreender sua combinação é essencial para realizar a separação correta das sílabas. Por isso, para entender bem o que são os encontros vocálicos, é necessário primeiro rever o que são vogais e semivogais.
Os encontros vocálicos podem ser classificados em três categorias principais:
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Ditongo: trata-se da combinação de uma vogal e uma semivogal (ou o inverso), pronunciadas na mesma sílaba. Exemplos: pai (vogal “a” e semivogal “i”) e quente (semivogal “u” e vogal “e”).
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Tritongo: nesse caso, temos uma vogal central ladeada por duas semivogais, todas dentro da mesma sílaba. Exemplo: Uruguai (semivogal “u”, vogal “a”, semivogal “i”).
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Hiato: ocorre quando duas vogais aparecem lado a lado na palavra, mas pertencem a sílabas diferentes. Exemplo: saída (a primeira sílaba termina em “a” e a seguinte inicia com “í”).
Saber identificar corretamente os encontros vocálicos é indispensável para dominar a divisão silábica e a pronúncia adequada das palavras.
Revisando: o que são vogais e semivogais?
Quando pensamos em vogais, geralmente nos lembramos das letras a, e, i, o, u, mas essa explicação apenas arranha a superfície do conceito. Na verdade, as vogais são fonemas produzidos com a passagem livre de ar pela boca (ou nariz, no caso das nasais), e constituem o núcleo das sílabas na língua portuguesa. Toda sílaba deve conter, obrigatoriamente, pelo menos uma vogal.
As vogais são classificadas conforme o modo como são articuladas. Veja:
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Vogais orais: o som é emitido unicamente pela boca. Exemplos: a, e, i, o, u.
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Vogais nasais: o ar passa pela boca e pelas fossas nasais. Exemplos: ã, õ, além de vogais como “e”, “i” e “u” em palavras como dente, mundo, algum, em que adquirem som nasal.
Mesmo sem o uso do til (~), vogais como “a” e “o” podem apresentar sons nasais em certas palavras, como em cantar e bonde.
Além disso, quanto à tonicidade, as vogais podem ser:
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Tônicas: quando são pronunciadas com mais força e recebem acento, como em café.
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Átonas: pronunciadas com menor intensidade, sem acento, como o “e” em até.
E onde entram as semivogais?
Nem todo fonema representado pelas letras “i”, “e” ou “u” é uma vogal propriamente dita. Em determinadas palavras, esses sons aparecem junto a uma vogal forte, dentro da mesma sílaba, funcionando como semivogais — ou seja, sons menos intensos que acompanham a vogal principal, sem ocupar o centro da sílaba.
Por exemplo, na palavra saudade, temos três sílabas: sau-da-de. A sílaba “sau” contém o “a” como vogal e o “u” como semivogal.
Outros exemplos de semivogais em ação aparecem em história, biscoito e andei. A dica aqui é: sempre que duas vogais estiverem juntas na mesma sílaba, uma delas será o som principal (vogal), e a outra terá um papel secundário (semivogal).
Em geral, o “a” costuma ser a vogal principal, enquanto “i”, “e” e “u” aparecem com frequência como semivogais. Já “e” e “o” podem ser tanto vogais quanto semivogais, dependendo do contexto fonético.
Tipos de encontros vocálicos: recapitulando
Os encontros vocálicos ocorrem quando duas ou mais vogais aparecem em sequência dentro de uma palavra. De acordo com o modo como essas vogais interagem, os encontros se dividem em três tipos:
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Ditongo: junção de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa), dentro da mesma sílaba.
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Oral: quando ambas estão em uma sílaba com som oral. Ex.: cai, ceu.
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Nasal: quando o som das vogais e semivogais é nasalizado. Ex.: pão, meio.
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Tritongo: sequência de semivogal + vogal + semivogal, pronunciadas na mesma sílaba. Exemplo: saiu, enxaguei.
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Hiato: quando duas vogais se encontram, mas pertencem a sílabas diferentes. Exemplo: sa-ú-de, pa-ra-í-so.
Dominar esses conceitos ajuda não apenas na leitura e escrita, mas também na pronúncia correta das palavras, além de contribuir para uma melhor compreensão das regras ortográficas da nossa língua.
Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “Criando filhos leitores – 4 dicas para incentivar a leitura”, já que o hábito da leitura estimula a criatividade, melhora o desempenho escolar e fortalece o vínculo familiar.