O que foi a Inquisição Espanhola?

 

Bordão popular entre os fãs de comédia, a frase “Ninguém espera pela Inquisição Espanhola” do grupo inglês Monty Python se refere a uma instituição instaurada pela Igreja Católica – o Santo Ofício.

A parte de humor, do esquete, se refere justamente ao fato de que os inquisidores (padres de vermelho) chegam de surpresa, no momento em que estaria acontecendo algo “herético”.

Tirante o humor, o fato é que o Santo Ofício foi um órgão da Igreja Católica, que influenciou decisivamente a política Europeia, do século 13 até o século 20, e claro, com sua influência virtual até os dias de hoje.

Para saber mais, veja nosso artigo sobre esse episódio trágico da História recente.

 

As inquisições

Embora falemos em “Inquisição espanhola”, antes dessa instituição, tivemos outras, desde meados do século 10, em diversos países da Europa.

A primeira inquisição foi a Romana, e ela começou em 1022, mas como uma comissão interna, da Igreja Católica, principalmente na França, a fim de se combaterem movimentos religiosos contrários ao Vaticano.

Nos séculos seguintes, esses movimentos de perseguição foram se intensificando. Em 1224, uma série de tribunais foram instaurados pelo papa Honório 1º, em Roma mas foi fortalecida por seu sucessor, Gregório 9º.

Posteriormente, em 1481, foi criada uma Inquisição nos reinos de Castela e Aragão, pelo rei Fernando 2º, com apoio do papa, a fim de se perseguirem mulçumanos e judeus na península ibérica.

Todas essas inquisições, como podemos notar, eram feitas para perseguirem opositores da Igreja Católica, e eram apoiadas e financiadas pela nobreza.

Dessa forma, a Igreja mantinha seu poder, e os reis recebiam uma “validação” espiritual de seu poder.

 

A inquisição espanhola

Diante do aumento de movimentos protestantes na Europa, e com o fortalecimento das lideranças religiosas de Henrique 8º, no Reino Unido, Calvino na França e Lutero na Alemanha, os reinos da Península Ibérica intensificaram seus tribunais de fé.

Contudo, em Portugal e na Espanha, os tribunais se alinharam menos aos papas e mais aos reis, de forma que parte das perseguições tiveram fundamento político.

Essas se estenderam para as colônias americanas e africanas, especialmente contra judeus e mulçumanos, mesmo quando esses se convertiam ao catolicismo.

Se nas inquisições anteriores já existia torturas e penas de morte, na inquisição espanhola, essas práticas foram intensificadas, por orientação geral do padre Tomás de Torquemada.

Já o clima era de terror geral, e denúncias eram incentivadas.

As confissões eram, muitas vezes, obtidas por meio de torturas violentas, e os julgamentos não eram detalhados para os réus, apesar de, eventualmente, existir a possibilidade de recorrer de uma decisão. As penas iam de confiscos e prisões, à morte.

Além de perseguirem movimentos ditos heréticos, foi instalada uma censura contra livros de filósofos e escritores protestantes, ou contrários ao catolicismo.

Apesar de sua dissolução oficial, em 1834, a inquisição espanhol influenciou profundamente na mentalidade do povo espanhol, ao reger uma série de comportamentos e visões de mundo, tais como o moralismo reacionário e a influência de religiosos na política.

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