Você sabe o que é tautologia? É um pleonasmo?

Será que ela é a mesma coisa que pleonasmo? Entenda como esses recursos de linguagem funcionam na comunicação do dia a dia.

Você sabe o que é tautologia? E pleonasmo, já ouviu falar? Apesar de parecerem termos complicados, essas duas expressões fazem parte do nosso dia a dia e, muitas vezes, passam despercebidas nas conversas e nos textos. Ambas estão relacionadas à repetição de ideias, mas será que significam a mesma coisa? No texto de hoje, nós vamos explicar de forma clara e objetiva o que cada um desses termos representa, suas diferenças e como usá-los corretamente (ou evitá-los) na comunicação.

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Tautologia é um pleonasmo?

De acordo com o dicionário Michaelis, a tautologia pode ser definida como: 1. um vício linguístico que consiste na repetição de uma mesma ideia usando palavras semelhantes em significado; 2. uma falha que se apresenta como se fosse um avanço do raciocínio, mas que, na verdade, apenas repete o conteúdo em outras palavras. A origem do termo é grega — “tautos” significa “o mesmo” e “logos” refere-se a “assunto” ou “discurso”.

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Ou seja, tautologia é apenas outro nome para o conhecido e indesejado pleonasmo vicioso, um dos erros mais evitados em redações por gerar uma sensação de linguagem pobre ou vazia. E se você acredita que nunca cometeu esse deslize (ou mesmo acha que está ouvindo falar disso pela primeira vez), talvez seja a hora de repensar suas certezas. Esse tipo de repetição, em que o pensamento é reproduzido com outras palavras que dizem exatamente a mesma coisa, ocorre com frequência justamente por falta de domínio sobre o significado exato dos termos usados.

Quando isso acontece, o texto tende a cair na redundância – outro nome pelo qual o pleonasmo vicioso também é conhecido. O resultado? O leitor percebe que o texto não avança, que a argumentação gira em círculos, e isso pode transmitir a ideia de que o autor está tentando parecer mais sofisticado do que realmente é. Em vez de construir um raciocínio sólido, a impressão deixada é de que há uma tentativa forçada de soar mais inteligente, o que gera desconfiança e até certo incômodo em quem lê. Afinal, como provar que essa repetição excessiva é fruto de distração e não de uma tentativa de impressionar sem conteúdo? Realmente, não é uma tarefa fácil.

Por isso, para evitar interpretações equivocadas ou ruídos na comunicação, é fundamental revisar bem o que se escreve. Um texto coeso e coerente exige que o autor fuja da tautologia. Ficar repetindo a mesma ideia várias vezes com palavras diferentes não contribui em nada para a clareza nem para a qualidade da escrita. A seguir, apresentamos uma lista com alguns exemplos clássicos de tautologias que você deve evitar ao redigir seus textos.

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Você sabe o que é tautologia? É um pleonasmo? (Foto: Unsplash).
Você sabe o que é tautologia? É um pleonasmo? (Foto: Unsplash).

As ocorrências de tautologia são tantas que seria impossível reunir todas em um único texto! Quando o assunto é repetição desnecessária, a criatividade parece não ter limites; há inúmeros exemplos capazes de ilustrar bem esse fenômeno linguístico. Além dos pleonasmos mencionados anteriormente, há outros que passam despercebidos com facilidade. Isso acontece porque fazem parte do nosso uso cotidiano da língua e soam tão naturais que parecem combinações perfeitas, tamanha a familiaridade. Veja alguns exemplos:

  • Prevenir antecipadamente

  • Breve alocução

  • A razão é por que

  • Manusear com as mãos

  • Detalhes minuciosos

  • Continua a permanecer

  • Principal protagonista

  • A seu critério pessoal

  • Monopólio exclusivo

  • Possivelmente poderá acontecer

  • Preparar de antemão

  • Prever antes

  • Falso boato

  • Proseguir adiante

  • A última versão definitiva

  • Vereador da cidade

  • Sintomas indicativos

  • Há anos atrás

É importante destacar que a tautologia aparece em diferentes áreas do conhecimento, como a filosofia e até mesmo a lógica. No entanto, é no uso da linguagem que surgem as maiores dúvidas sobre o tema. Na comunicação informal, ser tautológico não representa um grande problema. Afinal, na fala cotidiana não se trata de certo ou errado, mas sim do que é mais apropriado conforme a situação comunicativa.

Já na linguagem escrita, especialmente quando se busca seguir as normas da variante culta, a repetição desnecessária deve ser evitada, pois prejudica tanto a clareza quanto a objetividade do texto. Por isso, redobre a atenção ao escrever!

Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “De onde vieram os sotaques brasileiros mais populares no país?”, pois, mesmo que todos falemos português aqui, as variações de pronúncia, entonação e vocabulário entre as regiões formam um verdadeiro mosaico de sotaques que encantam, intrigam e, muitas vezes, revelam a origem de cada brasileiro.

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