O sistema tributário brasileiro passou por uma mudança que promete aliviar o bolso de milhões de trabalhadores. A aprovação da nova faixa de isenção de Imposto de Renda (IR) até R$ 5 mil mensais representa um ajuste na tabela do IR, afetando diferentes classes sociais de formas distintas.
Com essa alteração, aproximadamente 10 milhões de assalariados deixarão de contribuir com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), elevando para 20 milhões o total de brasileiros livres dessa obrigação tributária.
Mas como essa mudança impacta concretamente o orçamento de cada família? Quem realmente ganha com a reforma e quem arcará com os custos dessa isenção ampliada?
O que muda na tabela do Imposto de Renda em 2026
A reforma tributária altera substancialmente os valores de isenção de Imposto de Renda. Pela tabela vigente até 2025, trabalhadores com renda mensal de até R$ 3.036 estavam isentos do tributo. A partir de 2026, esse limite salta para R$ 5.000 mensais, representando um aumento de 64,5% na faixa de isenção.
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Para quem recebe acima desse valor, a cobrança continua progressiva, variando de 7,5% a 27,5%, conforme a renda. No entanto, os contribuintes na nova faixa de isenção experimentarão um alívio financeiro imediato em seus contracheques.
Economia real no bolso do trabalhador
Os cálculos oficiais indicam que um trabalhador com rendimento mensal de exatos R$ 5.000 poderá economizar R$ 312,89 por mês. Ao longo de um ano, isso representa R$ 3.754,68 a mais no orçamento familiar.
À medida que a renda aumenta além dos R$ 5.000, a economia mensal reduz gradativamente, até que em determinado ponto a nova tabela não oferece mais benefícios diretos.
Quem será beneficiado com a nova faixa de isenção
A ampliação da faixa de isenção beneficia diretamente trabalhadores da classe média baixa e média. Entre os principais beneficiados estão:
Assalariados formais com carteira assinada que recebem entre R$ 3.036 e R$ 5.000 mensais ganham a isenção completa. Profissionais como professores, técnicos administrativos, vendedores e auxiliares em diversas áreas se enquadram nessa categoria.
Trabalhadores na faixa entre R$ 5.000 e R$ 7.350 também experimentam redução parcial na alíquota aplicada, embora não estejam totalmente isentos. O desconto no IR representa mais dinheiro disponível para despesas cotidianas.
Como os mais ricos serão afetados pela reforma do IR
Enquanto a classe média ganha com a isenção ampliada, o topo da pirâmide social terá que contribuir mais. O governo criou um imposto mínimo sobre lucros e dividendos acima de R$ 50.000 mensais pagos por uma mesma fonte.
O novo imposto sobre dividendos
Cerca de 141 mil brasileiros, representando apenas 0,13% do total de contribuintes, passarão a pagar até 10% sobre rendimentos provenientes de lucros e dividendos. Atualmente, esse grupo paga em média 2,54% de IRPF, consideravelmente menos que um trabalhador formal de classe média com salário de R$ 7.000 mensais, que enfrenta alíquota máxima de 27,5%.
Um empresário que recebe R$ 55.000 mensais apenas em dividendos, por exemplo, passará de zero para aproximadamente 2,5% de imposto efetivo. Para rendimentos entre R$ 50.000 e R$ 100.000 mensais, a alíquota mínima sobe progressivamente até atingir os 10%.
O topo da pirâmide continua privilegiada
Mesmo após a mudança, o 0,1% mais rico da população – aqueles que ganham acima de R$ 300.000 mensais – continuará pagando pouco mais de 10% de imposto efetivo. Esse percentual permanece inferior ao que a classe média alta assalariada desembolsa.
Quanto custa a isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil
A renúncia fiscal estimada com a ampliação da isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil alcança R$ 25,8 bilhões já em 2026, segundo projeções oficiais. Para compensar essa perda de arrecadação, o governo apostou na criação do imposto mínimo sobre dividendos.
A medida visa equilibrar as contas públicas sem comprometer serviços essenciais ou aumentar a carga tributária sobre a classe trabalhadora.
Impacto da reforma por classe social
Trabalhadores até R$ 5.000
Trabalhadores nessa faixa de renda ficam isentos.
Profissionais entre R$ 5.000 e R$ 7.350
Experimentam redução parcial na alíquota.
Assalariados acima de R$ 50.000
Profissionais com vínculo CLT nessa faixa continuam com a retenção de 27,5% na fonte. A reforma não altera sua situação, pois a nova regra sobre dividendos não afeta salários, honorários ou aluguéis já tributados na fonte.
Empresários e profissionais liberais
Aqueles que organizam rendimentos via pessoas jurídicas, anteriormente blindados pela isenção sobre dividendos, passam a contribuir mais. Para quem recebe de R$ 50 mil a R$ 100 mil por mês, a alíquota mínima sobe progressivamente até 10%. Um sócio de empresa que receba R$ 55 mil apenas em dividendos, por exemplo, passará de zero a cerca de 2,5% de imposto efetivo.
Rendimentos mistos: atenção redobrada
Profissionais que misturam salário e lucros empresariais precisam somar todos os rendimentos. Se o total anual superar R$ 600.000, aplica-se a tabela do imposto mínimo sobre a parcela que excede R$ 50.000 mensais.
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