O encanto da história dos contos de fadas

Essas histórias mágicas atravessam gerações, despertando imaginação, ensinando valores e emocionando leitores ao redor do mundo.

Desde tempos imemoriais, os contos de fadas vêm encantando gerações com suas tramas mágicas, personagens cativantes e lições atemporais. Presentes tanto na tradição oral quanto na literatura, essas histórias ultrapassam fronteiras culturais e resistem ao tempo, mantendo-se vivas na memória coletiva da humanidade.

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Mais do que simples narrativas infantis, os contos de fadas carregam símbolos profundos e reflexões sobre medos, desejos, desafios e conquistas humanas. No tema de hoje, exploramos o encanto da história dos contos de fadas e por que, mesmo em um mundo moderno, eles ainda continuam a fascinar leitores de todas as idades.

Qual é a história dos contos de fadas?

Você sabe como surgiram?

Embora hoje sejam associados à Literatura Infantil e vistos como narrativas encantadoras e moralizantes, os contos de fadas nem sempre foram doces histórias para dormir. Na verdade, suas raízes remontam a tempos antigos, em que tais histórias faziam parte da tradição oral de diferentes culturas – e muitas vezes continham temas sombrios, cruéis e adultos. Muito antes de serem transformados em livros ilustrados e filmes animados, os contos de fadas serviam como instrumentos para transmitir valores, alertar sobre perigos e entreter as comunidades em volta do fogo.

A origem do termo e a tradição europeia

O nome “conto de fadas” surgiu a partir da tradição celta e bretã, em que fadas e seres mágicos desempenhavam papéis centrais. Esses elementos sobrenaturais, no entanto, não estavam necessariamente ligados à infância — até porque o conceito de infância, como o conhecemos hoje, ainda não existia. Era comum que histórias orais envolvessem bruxas, maldições, transformações e castigos severos, refletindo a dureza da vida e os valores da sociedade da época.

A primeira coletânea

Charles Perrault e o nascimento da Literatura Infantil

Foi apenas no século XVII, na França, que essas histórias começaram a ser organizadas e publicadas com um propósito mais voltado ao público infantil. Charles Perrault, poeta e advogado da corte, foi o primeiro a reunir e adaptar contos populares transmitidos oralmente, dando origem à primeira coletânea literária do gênero. Dentre os contos selecionados por ele estão versões iniciais de A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas e Cinderela, todas adaptadas com um tom mais ameno, embora ainda conservassem traços de crueldade e advertência.

O encanto da história dos contos de fadas (Foto: Unsplash).
O encanto da história dos contos de fadas (Foto: Unsplash).

A contribuição dos Irmãos Grimm

No século XIX, na Alemanha, os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm realizaram uma extensa pesquisa linguística com o objetivo de resgatar elementos da cultura popular germânica. Foi durante esse processo que descobriram um vasto acervo de narrativas orais repletas de magia, animais falantes e castigos morais. Ao organizarem essa tradição em forma de coletânea, os Grimm registraram contos como João e Maria, Branca de Neve, Rapunzel e Os Músicos de Bremen. Contudo, sob forte influência da moral cristã da época, os irmãos suavizaram e modificaram muitos dos elementos mais chocantes das versões originais, transformando-as em histórias mais aceitáveis para o público infantil.

Andersen e os contos melancólicos

Outro nome importante na consolidação dos contos de fadas como gênero literário infantil é o do dinamarquês Hans Christian Andersen. Diferente dos autores anteriores, Andersen criava suas próprias histórias, baseadas em experiências pessoais, elementos religiosos e reflexões existenciais. Suas narrativas, como A Pequena Vendedora de Fósforos e A Pequena Sereia, são marcadas por um tom melancólico e por finais trágicos, reforçando a ideia de que o sofrimento terreno poderia levar à salvação ou recompensa espiritual.

A suavização dos contos e o impacto moderno

Com o passar dos séculos, especialmente a partir do século XX, os contos de fadas passaram por um processo intenso de adaptação e censura. A violência explícita, os abusos e as mensagens cruéis deram lugar a versões romantizadas, muitas vezes voltadas ao entretenimento e ao consumo em massa. Filmes, livros e desenhos animados popularizaram finais felizes, heróis virtuosos e vilões caricatos, criando uma nova imagem dos contos de fadas.

Apesar disso, ainda é possível, ao revisitar os clássicos, encontrar traços sombrios que revelam uma origem muito distante do ideal lúdico. Esses elementos, muitas vezes ignorados nas versões contemporâneas, revelam a complexidade e riqueza histórica de um gênero que continua a encantar — e a provocar reflexões — até hoje.

Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “De onde vieram os sotaques brasileiros mais populares no país?”, pois, mesmo que todos falemos português aqui, as variações de pronúncia, entonação e vocabulário entre as regiões formam um verdadeiro mosaico de sotaques que encantam, intrigam e, muitas vezes, revelam a origem de cada brasileiro.

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