Só gramática – a função sintática do substantivo

Também descubra como identificar o papel que ele desempenha dentro da estrutura gramatical da língua portuguesa.

A gramática da língua portuguesa vai muito além das regras de ortografia e acentuação. Um dos aspectos fundamentais para compreender como construímos frases e transmitimos significados está na análise sintática — especialmente na função que o substantivo exerce dentro da oração.

Leia também: Artigo científico – definição do gênero e como fazer

O substantivo, ao nomear seres, coisas, sentimentos e ideias, pode desempenhar diferentes papéis sintáticos, como sujeito, objeto direto, complemento nominal, entre outros. Nesta introdução ao tema, vamos explorar como esse elemento tão básico da língua ganha novas formas e significados dependendo da sua posição e relação com os demais termos da oração.

Afinal, qual é a função sintática do substantivo?

Ao analisarmos as orações a seguir, é possível observar como o substantivo, uma das classes fundamentais da língua portuguesa, pode assumir diferentes funções sintáticas conforme seu contexto:

(1) Pedro levantou cedo.
(2) Serei seu amigo.

Na primeira oração, o substantivo “Pedro” exerce a função de sujeito — é ele quem pratica a ação expressa pelo verbo. Já na segunda, o termo “amigo” atua como predicativo do sujeito, qualificando ou identificando a figura expressa pelo pronome “eu” (oculto na forma verbal “serei”).

Esses exemplos evidenciam que os substantivos não se restringem a nomear seres, objetos ou sentimentos, mas também podem assumir papéis diversos na estrutura das orações. É justamente essa multiplicidade de funções sintáticas que exploraremos a seguir.

Principais funções sintáticas do substantivo:

a) Sujeito

O substantivo pode exercer o papel de sujeito, sendo o termo que indica quem ou o que realiza a ação verbal.
Exemplo: João está calado.
(Neste caso, “João” é quem pratica a ação de “estar calado”.)

b) Predicativo

  • Do sujeito: quando o substantivo atribui uma característica, estado ou identidade ao sujeito da oração.
    Exemplo: Ela é a diretora.
    (“Diretora” qualifica o sujeito “ela”.)

  • Do objeto: quando o substantivo caracteriza ou identifica o objeto direto da oração.
    Exemplos:
    Chamei-o de amigo.
    Elegeram-na diretora.
    (Nessas frases, “amigo” e “diretora” descrevem os objetos “o” e “a”, respectivamente.)

c) Objeto direto

O substantivo atua como objeto direto ao complementar o verbo sem a necessidade de preposição.
Exemplo: Maria vende livros.
(“Livros” é o termo sobre o qual recai diretamente a ação de “vender”.)

d) Objeto indireto

Quando o substantivo completa o sentido do verbo exigindo o uso de preposição.
Exemplo: Nós gostamos de música clássica.
(“Música clássica” é o objeto indireto, precedido da preposição “de”.)

e) Complemento nominal

Aqui, o substantivo completa o sentido de outro substantivo, adjetivo ou advérbio, com auxílio de preposição.
Exemplo: A notícia do crime espalhou-se depressa.
(“Do crime” complementa o substantivo “notícia”.)

f) Adjunto adverbial

Apesar de ser mais comum associar os advérbios a essa função, alguns substantivos também podem atuar como adjuntos adverbiais, indicando circunstâncias.
Exemplo: Vivi com Pedro por dois anos.
(“Com Pedro” expressa companhia.)

g) Agente da passiva

Em orações na voz passiva, o substantivo pode indicar quem praticou a ação.
Exemplo: Antes de deixar o banco, foi visto por uma testemunha.
(“Uma testemunha” é o agente da ação de “ver”.)

h) Aposto

O substantivo funciona como aposto quando explica, especifica ou resume outro termo da oração.
Exemplo: Ela, Maria, estava com os olhos atentos.
(“Maria” explica quem é “ela”.)

i) Vocativo

É a função em que o substantivo é usado para invocar, chamar ou interpelar o interlocutor.
Exemplo: Deus te abençoe, minha filha!
(“Minha filha” é o termo pelo qual o falante se dirige diretamente a alguém.)

Em resumo, o substantivo é uma classe flexível e multifacetada, que vai muito além da simples nomeação de seres ou objetos. Sua posição na oração e o verbo ao qual se relaciona determinam sua função sintática – um aspecto essencial para a construção de frases claras, coesas e expressivas.

 

Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “De onde vieram os sotaques brasileiros mais populares no país?”, pois, mesmo que todos falemos português aqui, as variações de pronúncia, entonação e vocabulário entre as regiões formam um verdadeiro mosaico de sotaques que encantam, intrigam e, muitas vezes, revelam a origem de cada brasileiro.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.