A redação do Enem representa um dos momentos de maior tensão para muitos estudantes que buscam uma vaga em universidades públicas ou privadas. O texto, que pode valer até mil pontos, é decisivo na nota final do exame.
Para conquistar um bom desempenho, não basta ter domínio da escrita: respeitar os direitos humanos é fundamental, especialmente na proposta de intervenção, onde a competência 5 se destaca. O risco de ter a pontuação zerada nessa parte segue como um dos maiores receios dos candidatos, o que torna ainda mais importante entender os critérios e evitar deslizes.
Com o exame marcado para os dias 9 e 16 de novembro de 2025, milhares de estudantes já estão de olho nas regras e recomendações que envolvem a redação. Nos últimos anos, ficou claro que a atenção à competência 5 não deve ser negligenciada: basta um erro grave, como a apologia à violência ou desrespeito à dignidade humana, para perder pontos ou, pior, zerar esse critério.
Se você quer saber o que evitar para não perder pontos nessa competência da sua redação, continue lendo.
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O que é avaliado na competência 5 da redação do Enem?
A competência 5 analisa a capacidade do participante de apresentar uma proposta de intervenção relacionada ao problema debatido, sempre de acordo com os direitos humanos. Ou seja: a solução precisa respeitar valores como dignidade, liberdade, igualdade, democracia, diversidade e laicidade do Estado. Todo o argumento, desde o início até o fechamento da redação, precisa levar em conta o respeito a esses princípios, especialmente na conclusão.
O que caracteriza o desrespeito aos direitos humanos?
Segundo as orientações oficiais, algumas ideias e condutas serão sempre consideradas desrespeitosas, como defender tortura, pena de morte, mutilação, castração química, ou incentivar qualquer tipo de violência por motivos de raça, gênero, origem, religião ou condição social.
Além disso, discursos de ódio contra grupos específicos são índice claro de infração. Não importa se o estudante buscou fortalecer o argumento: ao sugerir ações que violem essas garantias, a competência 5 é diretamente afetada e pode ser zerada.
Como montar uma proposta de intervenção adequada?
Uma redação bem pontuada vai muito além do chavão “é preciso combater”. Uma proposta realmente boa apresenta cinco elementos fundamentais:
- Ação concreta: o que será feito para combater o problema apresentado?
- Agente: quem vai implementar a ação? Pode ser o Estado, famílias, ONGs, escola, sociedade civil, empresas etc.
- Meio/modo de execução: como a solução será colocada em prática?
- Finalidade: qual o objetivo, o efeito esperado da ação?
- Detalhamento: algum acréscimo sobre tempo, espaço, recursos, público-alvo ou exemplos para dar especificidade à proposta.
É também fundamental que a intervenção seja coerente com a argumentação feita durante todo o texto. Soluções exageradas, vagas ou “fora do tema” sempre colocam a nota da competência em risco.
Se o enunciado pede alternativas para um problema como adultização de crianças nas redes sociais, sugerir punições cruéis aos responsáveis, por exemplo, fere a dignidade humana e é penalizado com nota zero.
Direitos humanos e os principais erros na proposta de intervenção
Entre as principais razões para uma proposta ser zerada na competência 5, estão:
- Ausência de proposta: quando o aluno não apresenta nenhuma solução, perde pontos e pode zerar.
- Cópia integral do enunciado ou dos textos de apoio: falta de autoria é penalizada.
- Solução fora do tema: propostas incompatíveis com o problema apresentado não são aceitas.
- Agente ou ação nula: usar termos vagos (“alguém”, “você”, “medidas devem ser tomadas…”) sem identificar quem fará ou como será feita a solução faz perder pontos.
- Sugestões que ferem a dignidade: incitar violência, discriminação, mutilação ou soluções desumanas resulta em nota zero, como “castração química” para infratores ou eliminação sumária.
Exemplo prático de erro grave
Imagem: Freepik
Em um tema sobre exposição infantil na internet, propor que adultos envolvidos passem por processos de castração química é inaceitável: essa sugestão descumpre o princípio da dignidade humana e zera a competência 5.
Por outro lado, sugerir que o Ministério dos Direitos Humanos crie campanhas educativas e promova fiscalização específica atende à matriz do Enem sem ferir direitos fundamentais.
Documentos e referências para embasar sua proposta
Todos os critérios se baseiam nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos e principalmente na Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948). Os temas mais comuns que aparecem na redação — violência urbana, inclusão social, cyberbullying, minorias, igualdade de gênero — também estão fortemente vinculados a essas regulamentações.
Uma dica é conhecer ao menos os princípios básicos desses documentos para argumentar e sugerir intervenções que estejam sempre de acordo com o respeito à vida, liberdade, diversidade e justiça social.
Saiba como funciona a competência 5 e veja passo a passo como elaborar sua proposta de intervenção
Dicas finais para garantir nota na competência 5
- Evite radicalismos: soluções extremas quase sempre ferem algum direito fundamental.
- Respeite todas as diversidades: gênero, etnia, religião, condição física, origem regional e opinião política.
- Inove com consciência: elaborar propostas originais, mas que estejam em consonância com políticas já existentes ou que possam ser ampliadas.
- Fuja do senso comum: apresentar ideias concretas e direcionadas ao problema exposto sem recorrer a frases prontas ou vagas.
- Atualize-se: acompanhe notícias e mudanças na legislação, assim como exemplos de boas práticas de textos anteriores.
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Perguntas frequentes
- O que pode zerar a competência 5 na redação do Enem? Apresentar propostas desrespeitosas aos direitos humanos, copiar a proposta do enunciado, não apresentar solução ou trazer ideias fora do tema leva a nota zero nessa competência.
- Soluções “duras” sempre levam à nota zero? Não necessariamente. Só receberão nota zero intervenções que desrespeitem a dignidade ou incentivem práticas ilícitas ou desumanas.
- Propostas já existentes na sociedade podem ser usadas? Podem, desde que apresentem algum tipo de inovação ou ampliação, evitando apenas copiar o que já existe.
- Posso sugerir mudanças na legislação como intervenção? Sim. Mudanças que respeitem os direitos humanos são possíveis, desde que explicadas de forma clara.
- Qual peso da competência 5 na redação do Enem? A competência 5 vale até 200 pontos na nota final da redação.
- O STF ainda autoriza zerar a redação completa por direitos humanos? Não. Desde 2017, somente a competência 5 pode ser zerada por esse motivo.
- Quais temas exigem mais atenção quanto aos direitos humanos? Temas como discriminação, violência, inclusão social e direitos das minorias costumam exigir cuidado redobrado na proposta de intervenção.
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