Você aprendeu acentuação gráfica? Veja os exemplos e regras
Descubra quando usar acento agudo, circunflexo e diferencial no português.

Você sabe quando usar acento agudo, circunflexo ou o temido acento diferencial? A acentuação gráfica é uma parte fundamental da escrita em português e, embora pareça complicada à primeira vista, pode ser dominada com prática e atenção às regras. Hoje, nós também vamos relembrar os principais tipos de acentos, mostrar exemplos práticos e explicar as regras que regem o uso correto da acentuação. Preparado para tirar suas dúvidas de vez?
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As regras da acentuação gráfica
A acentuação gráfica é um dos pilares da ortografia da língua portuguesa. Com a vigência do Novo Acordo Ortográfico, algumas normas foram modificadas, fazendo com que certas palavras pareçam “estranhas” para quem estava acostumado à grafia anterior, como é o caso de ideia, que deixou de levar acento agudo.
Dominar essas regras é fundamental em diferentes contextos: seja ao redigir uma redação para o Enem, elaborar um artigo acadêmico ou escrever um e-mail profissional. Mas afinal, você conhece as regras atuais de acentuação gráfica e sabe o que mudou com o novo acordo? A acentuação consiste em um conjunto de normas que define quando e como usar os sinais gráficos (acentos), os quais indicam a correta pronúncia das palavras escritas.
Esses sinais são essenciais para marcar a sílaba tônica, diferenciar palavras com escrita semelhante e, em certos casos, atribuir sentidos distintos a vocábulos iguais.
No português, utilizamos três tipos principais de acento:
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Acento agudo (´): indica que a sílaba é tônica e que a vogal “a”, “e” ou “o” tem pronúncia aberta. Exemplos: café, avó, parabéns.
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Acento circunflexo (^): também sinaliza a tonicidade, mas indica pronúncia fechada das mesmas vogais. Exemplos: pêssego, vovô, você.
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Acento grave (`): usado exclusivamente para indicar a crase — junção da preposição “a” com o artigo definido “a” ou com pronomes como “aquele”, “aquela”. Exemplos: à, às, àquele.
Além desses, há também o til (~), que não é um acento em si, mas um sinal gráfico utilizado para indicar a nasalização das vogais “a” e “o”. Exemplos: maçã, irmãos.
Regras gerais de acentuação
Monossílabos tônicos recebem acento quando terminam em:
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–a, –as: já, lá, vás, cás
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–e, –es: fé, lê, pés
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–o, –os: pó, dó, pós, sós
Oxítonas (última sílaba tônica) são acentuadas se terminam em:
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–a, –as: cajás, vatapá, ananás
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–e, –es: você, café, pontapés
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–o, –os: cipó, jiló, avô
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–em, –ens: também, ninguém, vinténs
Paroxítonas (penúltima sílaba tônica) são acentuadas quando terminam em:
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–i, –is: júri, cáqui, lápis
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–us: vírus, bônus
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–r: caráter, éster
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–l: fácil, nível, têxtil
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–x: tórax, fênix
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–n: éden, hífen
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–um, –uns: álbum, médium, álbuns
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–ão, –ãos: órgão, órfão, órfãos
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–ã, –ãs: ímã, órfã, ímãs
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–ps: bíceps, fórceps
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–on(s): rádon, rádons
Todas as proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica) são acentuadas. Exemplos: abóbora, histórico, relâmpago, xícara, jurídico, último, número, matemática.
O que mudou com o Novo Acordo Ortográfico?
Veja a seguir um resumo das alterações mais relevantes nas regras de acentuação:
1. Fim do acento nos ditongos abertos “ei” e “oi” em palavras paroxítonas
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Antes: assembléia, idéia, platéia, heróico
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Agora: assembleia, ideia, plateia, heroico
Obs.: o acento permanece em palavras oxítonas como papéis, herói, céu, fiéis.
2. Fim do acento em hiatos “oo” e “ee” em verbos na 1ª pessoa do singular e 3ª do plural
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Antes: enjôo, perdôo, lêem, vêem, dêem
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Agora: enjoo, perdoo, leem, veem, deem
Hiato é o encontro de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes. Exceção: os verbos ter e vir, bem como seus derivados, mantêm o acento: ele tem – eles têm, ele vem – eles vêm, ele contém – eles contêm.
3. Eliminação do acento diferencial em palavras homônimas
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Antes: pára (verbo), pêlo, pêra, péla
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Agora: para (verbo), pelo, pera, pela
Homônimos são vocábulos com a mesma grafia, mas significados diferentes. A exceção é o uso do acento para diferenciar pôde (pretérito do verbo poder) de pode (presente) e o verbo pôr da preposição por.
4. Fim do acento na letra “u” em formas verbais rizotônicas com “gue”, “gui”, “que”, “qui”
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Antes: argúi, enxágüe, averigúe
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Agora: argui, enxague, averigue
Formas rizotônicas são aquelas cuja sílaba tônica está no radical da palavra.
5. Não se acentuam mais o “i” e o “u” tônicos em paroxítonas precedidos de ditongos
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Antes: feiúra, baiúca, boiúna
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Agora: feiura, baiuca, boiuna
6. O trema (¨) foi abolido em palavras da língua portuguesa
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Antes: lingüiça, tranqüilo, freqüente
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Agora: linguiça, tranquilo, frequente
O trema permanece apenas em nomes próprios estrangeiros e seus derivados, como Bündchen ou mülleriano.
Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “Criando filhos leitores – 4 dicas para incentivar a leitura”, já que o hábito da leitura estimula a criatividade, melhora o desempenho escolar e fortalece o vínculo familiar.