O trema, um diacrítico utilizado em várias línguas, tem funções distintas de acordo com o idioma. No alemão, o ele é colocado sobre as vogais a, o e u, com a finalidade de alterar o som das vogais. Ele indica uma mudança no ponto de articulação da vogal, deslocando o som de uma posição mais posterior para uma mais anterior na boca. Esse fenômeno fonético é conhecido como Umlaut (ou “metafonia”), um processo que modifica o som da vogal como se um som de “e” fosse inserido, afetando a qualidade da vogal original. Exemplos disso incluem palavras como ändern (mudar), Ähre (espiga), hören (ouvir), München (Munique), entre outras.
Já em francês e grego, o uso do trema serve a uma função diferente. Nessas línguas, o diacrítico é aplicado para distinguir sons vocálicos. Em francês, ele é usado para indicar que duas vogais consecutivas devem ser pronunciadas separadamente, quando originalmente formariam um ditongo. Por exemplo, na palavra maïs (milho), o trema separa as vogais a e i, fazendo com que a leitura seja /ma.is/ e não /mɛ/. Em grego, o trema cumpre um papel similar, como em εβραϊκό (hebraico), onde o trema indica a separação dos sons de alfa (α) e iota (ι), pronunciando-se /evraikó/.
O trema também é utilizado em outras línguas, como o espanhol e o catalão, embora com uma função mais semelhante à do português, em palavras que necessitam da separação de sílabas com gue e gui, como em vergüenza (vergonha).
No entanto, em línguas como o turco e o sueco, ele não é considerado um diacrítico para indicar mudanças fonéticas, mas sim parte integrante de letras próprias do alfabeto, como o ü. Nessas línguas, o trema não reflete um processo fonético, mas uma alteração no valor da letra, sendo parte da escrita padrão.