Os acentos gráficos desempenham um papel crucial em todos os idiomas, pois são essenciais para a identificação da sílaba tônica em cada palavra. Na língua portuguesa, essa regra é igualmente relevante. Compreender como acentuar corretamente e conhecer as diretrizes que regem o uso de cada tipo de acento é um conhecimento fundamental que aprimora significativamente a sua habilidade de escrever e pronunciar palavras de maneira adequada e clara.
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Para revisar as normas da acentuação gráfica, os diversos tipos de acentos e ressaltar sua importância específica em nosso idioma, vamos explorar este assunto com profundidade e esclarecer quaisquer dúvidas que você possa ter.
O que é acento gráfico?
O acento gráfico é um recurso linguístico presente em diversos idiomas, que serve para indicar a sílaba tônica de cada palavra, auxiliando na correta pronúncia. Na língua portuguesa, sua utilização é crucial, pois muitas palavras têm a mesma grafia, mas significados e pronúncias distintas.
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Tipos de acentos gráficos
No português, há três tipos principais de acentos: o agudo, o circunflexo e o grave.
- Agudo (´)
O acento agudo é um dos mais frequentes na língua portuguesa e é aplicado apenas em vogais. Sua principal função é indicar um som mais aberto. Um exemplo claro da importância do acento agudo pode ser observado nas palavras “pele” e “Pelé”. Apesar de terem a mesma grafia, elas diferem na pronúncia e no significado: “pele”, sem acento, é um substantivo comum que se refere à camada externa do corpo humano, enquanto “Pelé”, com acento agudo, é um substantivo próprio que designa o famoso jogador de futebol brasileiro.
Outro exemplo do uso do acento agudo pode ser encontrado nas palavras “sabia”, “sábia” e “sabiá”. A primeira é o verbo “saber” conjugado na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito, a segunda é um adjetivo que se refere a alguém que possui conhecimento, e a terceira é um substantivo que nomeia uma espécie de pássaro comum no Brasil. Embora todas tenham a mesma grafia, a presença ou ausência do acento altera completamente a pronúncia, a classificação gramatical e o significado.
- Circunflexo (^)
O acento circunflexo, por sua vez, denota um som mais fechado ou anasalado. É utilizado exclusivamente nas vogais “a”, “e” e “o”. Para ilustrar a importância desse acento, consideremos as palavras “avô” e “avó”. A diferença na pronúncia é perceptível: “avó”, com acento agudo, refere-se à mãe do pai ou da mãe, um substantivo feminino, enquanto “avô”, com acento circunflexo, designa o pai do pai ou da mãe, sendo também um substantivo comum, mas no gênero masculino.
- Grave (`)
O acento grave tem uma função mais específica. Ele indica a fusão do artigo feminino “a” ou “as” com a preposição “a”, ou a contração da preposição “a” com os pronomes demonstrativos (aquilo, aquele, aquela), sejam eles usados no plural ou não. O acento grave é utilizado somente na junção desses termos e sua identificação ocorre através do contexto em que aparece. Por exemplo, na frase “Vamos à ópera este final de semana”, o acento grave aparece devido à junção da preposição “a” com o artigo definido feminino “a”, que antecede o substantivo feminino “ópera”.
Esses três tipos de acentos gráficos são essenciais para a correta compreensão e pronunciamento das palavras em português, evidenciando como pequenas diferenças podem gerar grandes mudanças de sentido.
Diferença entre gráfico e tônico
Os acentos gráficos, conforme mencionado anteriormente, são símbolos que indicam a sílaba mais forte da palavra, baseando-se em critérios ortográficos. Por outro lado, os acentos tônicos destacam a sílaba tônica de acordo com a fonética. É importante notar que o til (~) não é considerado um acento gráfico; ele é um sinal que indica que a sílaba deve ser pronunciada de forma anasalada. Em alguns casos, o til pode coexistir com acentos gráficos.
Um exemplo disso é a palavra “bênção”, onde a sílaba tônica é a primeira, enquanto o til na segunda sílaba expressa um som anasalado. O trema (¨) também não é classificado como um acento gráfico; em vez disso, ele servia para indicar a pronúncia correta de certas palavras, especialmente em sílabas com “que”, “qui”, “gue” e “gui”. No entanto, com a implementação do Novo Acordo Ortográfico, o uso do trema foi abolido nas palavras de origem portuguesa, promovendo uma unificação na escrita dos países de língua portuguesa. Por exemplo, “eloqüente” tornou-se “eloquente” e “lingüiça” passou a ser “linguiça”.
É importante ressaltar que o trema ainda é utilizado em palavras de outros idiomas para ajudar na pronúncia correta de algumas sílabas, como no nome da modelo Gisele Bündchen, por exemplo.