Muitos estudantes se sentem inseguros na hora de escrever uma redação, especialmente no uso do português. Com prática e atenção, é possível evitar erros comuns que podem comprometer o desempenho. A seguir, confira uma lista de 15 erros de português frequentemente cometidos nas redações, com exemplos práticos para ajudá-lo a melhorar sua escrita.
1. Diferença entre “Meio” e “Meia”
Um erro comum é confundir o uso de “meio” e “meia”. “Meio” é utilizado no sentido de “um pouco”, enquanto “meia” refere-se a uma peça de roupa ou a metade de algo. Exemplo:
- Ela estava meio cansada ontem. (um pouco cansada)
- O almoço está marcado para meio-dia e meia. (metade da hora)
2. “Houve” e “Houveram”
O verbo “haver”, no sentido de existir, deve ser conjugado apenas na terceira pessoa do singular, ou seja, “houve”. Por outro lado, “houveram” só é utilizado no sentido de ter, como em “eles compareceram à reunião”. O termo “houveram” é empregado com o significado de “ter”, mas não deve ser utilizado no sentido de “existir”.
Exemplo:
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- Houve muitos problemas com o sistema.
- Eles tiveram de trabalhar no fim da semana.
3. Regência de “Chegar” e “Ir”
Muitos erraram ao usar essas palavras sem a preposição correta. Os verbos “chegar” e “ir” desativam a preposição “a”. Exemplo:
- Ele chegou ao evento cedo.
- Eles foram à reunião ontem.
4. “Ah”, “Há” e “A”
Confundir essas três palavras é um erro comum. “Ah” é uma interjeição, “há” indica tempo passado, e “a” é uma preposição que se refere a distância ou direção. Exemplo:
- Ah , que bom ver você!
- Há muitos anos não nos encontramos.
- O restaurante fica a 200 metros daqui.
5. “Resignação” e “Resiliência”
Resignação significa aceitar algo passivamente, enquanto resiliência se refere à capacidade de resistir e superar adversidades. Exemplo:
- Ele aceitou o fim com resignação.
- Mostrou resiliência após as dificuldades.
6. “Sob” e “Sobre”
“Sob” refere-se a algo que está embaixo, enquanto “sobre” refere-se a algo em cima. Exemplo:
- O cachorro estava sob a mesa.
- O livro é sobre uma escrivaninha.
7. “Ir a” vs. “Ir para”
É comum as pessoas usarem “ir a” para ações momentâneas e “ir para” quando a intenção é permanecer. Exemplo:
- Vou para São Paulo morar com minha irmã. (longa permanência)
- Vou a São Paulo para uma reunião rápida. (curta permanência)
8. Regência do Verbo “Querer”
Quando o verbo “querer” é usado no sentido de desejar, não há necessidade de preposição. Já não há sentido de ter afeto por alguém, deve-se usar a preposição “a”. Exemplo:
- Eu quero muito este livro. (desejo)
- Eu quero aos meus amigos. (estimativa)
9. Concordância Verbal e Nominal
Outro erro recorrente é a falta de concordância entre o sujeito e o verbo ou entre o substantivo e o adjetivo. Exemplo:
- As pessoas ficaram felizes com o resultado. (não: estava feliz)
- Eles têm muita confiança no projeto. (não: tem)
10. “Mas” x “Mais”
“Mas” é uma conjunção adversativa (porém), enquanto “mais” é um advérbio de intensidade ou quantidade. Exemplo:
- Gostaria de ir, mas estou ocupado.
- Quero aprender mais sobre o tema.
11. Crase: Quando usar?
O uso da crase pode confundir muitos estudantes. Geralmente, usa-se crase antes de palavras femininas que desativam a preposição “a”. Exemplo:
- Fui à farmácia.
- Esta camisa pertence à minha irmã.
12. “Onde” e “Aonde”
Use “onde” para indicar um lugar fixo e “aonde” para verbos que indicam movimento. Exemplo:
- Onde você estava ontem à noite?
- Aonde você vai depois da reunião?
13. Plural dos Compostos
Palavras compostas nem sempre seguem as regras comuns de pluralização. Exemplo:
- Os guarda-chuvas estão no carro. (não: guardas-chuvas)
- Eles têm muitos cavalos-vapor . (não: cavalos-vapores)
14. “Menos” ou “Menas”?
“Menos” não varia em gênero, ou seja, é sempre “menos”, mesmo para palavras femininas. “Menas” não existe. Exemplo:
- Há menos pessoas do que imaginávamos.
15. “Por que”, “Porque”, “Porquê” e “Por quê”
Essas variações são comuns e suas diferenças devem ser compreendidas. Use “por que” em perguntas, “porque” em respostas ou justificativas, “porquê” como substantivo, e “por quê” quando a frase termina com a expressão. Exemplo:
- Por que você não veio?
- Não fui porque estava ocupado.
- Não entendi o porquê da sua ausência.
- Você não veio, por quê ?