Passar grande parte do dia dedicado ao trabalho pode ser desafiador quando o ambiente envolve responsabilidades, demandas e pressão constantes. A busca por satisfação profissional deixou de ser vista como algo impossível e passou a ser objeto de estudo científico.
Laurie Santos, cientista da felicidade e professora na Universidade de Yale, apresenta um método que pode transformar a experiência profissional de qualquer pessoa. O conceito, conhecido como job crafting ou elaboração do trabalho, foi descrito em artigo da Harvard Business Review como um processo que “reenergiza a vida profissional” por meio de paixões e propósitos do funcionário.
Em entrevista à revista Exame, Santos afirmou que “pesquisas mostram que existem estratégias que podemos usar para nos sentir mais felizes no trabalho”. A cientista destaca que um dos caminhos mais importantes para alcançar esse objetivo é por meio da conexão social.
O que é job crafting
O job crafting representa uma abordagem onde o profissional ajusta aspectos do trabalho para criar maior alinhamento com seus valores e objetivos. Diferente de mudanças impostas externamente, essa técnica permite que cada pessoa redesenhe elementos de sua rotina profissional.
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A proposta não envolve abandonar responsabilidades, mas sim reorganizar a forma como as tarefas são executadas e como as relações profissionais são construídas. O foco está em encontrar significado e satisfação nas atividades diárias.
As 3 estratégias para felicidade no trabalho
Estratégia 1: reorganização de tarefas
A primeira estratégia indicada por Santos envolve ajustar as atividades diárias. Para ter felicidade no trabalho, é necessário estabelecer limites, assumindo mais ou menos tarefas ou mudando a forma como elas são executadas.
A psicóloga Denise Milk explica que uma simples reorganização das atividades ou responsabilidades pode gerar um grande impacto positivo. “No meu próprio trabalho, aprendi a valorizar mais o que realmente agrega sentido e a não me deixar sobrecarregar por detalhes menores”, declarou a especialista.
Essa abordagem permite que o profissional identifique quais atividades trazem satisfação e quais apenas consomem energia sem agregar valor significativo. O objetivo é priorizar tarefas que estejam alinhadas com os propósitos pessoais.

Estratégia 2: fortalecimento de relacionamentos
A segunda estratégia foca nas conexões humanas dentro do ambiente profissional. Mudar ou ampliar relações com profissionais de outras hierarquias ou áreas pode gerar felicidade no trabalho.
Denise Milk destaca a importância da comunicação com os colegas. A especialista relembra um caso prático: “Em um dos meus atendimentos, trabalhei com uma equipe que estava lidando com conflitos internos constantes. Ao focarmos em melhorar a comunicação e a confiança entre os membros, houve uma mudança significativa na dinâmica de trabalho e, com isso, na felicidade de todos os envolvidos”.
Relacionamentos saudáveis no ambiente profissional contribuem não apenas para o bem-estar individual, mas também para a qualidade do trabalho em equipe e para o clima organizacional como um todo.
Estratégia 3: alinhamento cognitivo
A terceira estratégia trata do fator cognitivo, que indica a importância de trabalhar em um local alinhado com os propósitos pessoais. Ter o trabalho e os propósitos individuais igualados pode trazer mais felicidade no trabalho e satisfação na realização das tarefas.
Esse alinhamento pode ocorrer de diferentes formas, como na participação em ações sociais promovidas pela empresa ou na busca por projetos que reflitam valores pessoais. Quando existe essa conexão entre o que se faz e o que se acredita, as atividades ganham novo significado.
O papel do autoconhecimento
Além das três estratégias principais, Denise Milk enfatiza outro elemento importante: o autoconhecimento. “Além dessas três estratégias, o autoconhecimento é algo que, na minha experiência, faz toda a diferença para encontrar felicidade no trabalho. É fundamental estarmos atentos às nossas próprias emoções, entender o que nos motiva e o que nos desgasta”, sugere a especialista.
Conhecer a si mesmo permite identificar padrões de comportamento, reconhecer gatilhos de estresse e compreender quais aspectos do trabalho geram satisfação genuína. Esse processo de reflexão pessoal é complementar às três estratégias apresentadas.
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