As festas de fim de ano trazem encontros familiares que nem sempre são tranquilos. Entre abraços e comemorações, surge aquele parente que opina sobre tudo: relacionamentos, carreira, escolhas pessoais. Mesmo sem ninguém pedir, alguém oferece um conselho não solicitado.
Esse tipo de interferência pode ser desconfortável e até prejudicial. Pesquisas indicam que opiniões sem pedido ameaçam a autonomia e diminuem a autoeficácia, afetando diretamente a confiança para enfrentar desafios.
A especialista em psicologia Shadé Zahrai compartilhou cinco frases eficazes para lidar com essas situações. Essas respostas permitem estabelecer limites sem romper vínculos, mantendo o respeito e preservando a paz nas relações.
Por que conselhos não solicitados incomodam tanto?
Quando alguém oferece uma opinião sem ser convidado, a mensagem implícita sugere que a pessoa não consegue resolver seus problemas sozinha. Essa percepção afeta a autoeficácia, a confiança em suas próprias capacidades. Estudos sobre suporte em relacionamentos mostram que esse tipo de interferência pode gerar desconforto, reduzir a motivação e prejudicar a autoestima.
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O impacto na saúde mental
Receber conselhos não solicitados repetidamente pode gerar ansiedade e frustração. A sensação de julgamento constante afeta o bem-estar emocional, principalmente quando a pessoa já está fragilizada por situações como término de relacionamento, perda de emprego ou momentos de incerteza.
Como responder com inteligência emocional
Zahrai, especialista em alto desempenho e liderança, explica que usar comunicação assertiva é a melhor alternativa ao sarcasmo. As frases sugeridas permitem expressar limites com clareza, mantendo um tom calmo e respeitoso.
1. “Obrigada. Vou levar isso em consideração”
Essa resposta reconhece a contribuição do outro sem comprometer a própria autonomia. A frase estabelece um limite sutil e deixa claro que a decisão final pertence a quem recebeu a opinião. Funciona especialmente bem em contextos profissionais e pessoais onde se deseja manter a cordialidade sem estimular novas interferências.
Quando usar: Em situações formais ou quando o conselho vem de alguém com quem se precisa manter bom relacionamento.

2. “É um ponto de vista válido, mas prefiro…”
Essa abordagem demonstra que a opinião foi ouvida, mas a escolha sobre como agir já foi feita. Zahrai recomenda essa frase quando o assunto ainda não está totalmente decidido e alguém se adianta para dizer o que “deveria” ser feito.
A resposta funciona bem com chefes, mentores ou pais, pois reconhece a experiência sem abrir mão da própria posição. Desenvolver essa habilidade de comunicação é fundamental para o crescimento pessoal e profissional.
3. “Agradeço a sugestão. Já tenho um plano para isso”
Essa combinação transmite segurança e encerra a conversa de forma respeitosa. A frase reduz a chance de que o conselho seja repetido insistentemente. Zahrai indica essa resposta para situações onde as opiniões são persistentes, como acontece com familiares que duvidam da capacidade de decisão.
Vantagem: Demonstra preparação e autoconfiança sem necessidade de justificar escolhas.
4. “Isso significa muito. Neste momento, valorizo mais apoio do que soluções”
Há momentos em que o objetivo ao compartilhar algo é apenas receber acolhimento, não orientações. Quando falta validação emocional, essa resposta ajuda a redirecionar a conversa para o que realmente se precisa: empatia.
A frase protege a sensação de controle e é eficaz quando amigos ou familiares confundem escuta com aconselhamento. A inteligência emocional aqui consiste em identificar o que se deseja e comunicar isso com clareza.
5. “Entendo. Se eu precisar de mais orientação, aviso”
Aqui, o limite é claro, mas o esforço do outro é reconhecido. Essa abordagem evita novos comentários não solicitados e deixa a porta aberta para um eventual pedido futuro. Também é útil para encerrar conversas marcadas por uma sequência de “você deveria”.
A importância do tom de voz
Em todos os casos, Zahrai destaca que o tom faz toda a diferença. Manter a calma, firmeza e respeito é fundamental. Pessoas que conseguem estabelecer limites de forma adequada tendem a reduzir conflitos e fortalecer relacionamentos.
Pesquisas apontam que 93% da comunicação é não verbal. Isso significa que postura, expressão facial e entonação comunicam tanto quanto as palavras. Praticar essas respostas com consciência sobre a linguagem corporal aumenta a eficácia.
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