A suspeita de vazamento no Enem 2025 acendeu alerta entre estudantes e autoridades em todo o país. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela prova, esclareceu que o cancelamento parcial envolveu três questões. O órgão descartou outras anulações e destacou a complexidade do caso.
O episódio teve ampla repercussão após o estudante de medicina Edcley Teixeira ser associado à divulgação antecipada de pelo menos oito perguntas. A situação levantou debates sobre segurança e integridade do exame, já que os conteúdos teriam circulado meses antes da aplicação oficial.
Cancelamento parcial do Enem 2025
O termo “cancelamento parcial” refere-se à anulação de apenas três questões da prova. O Inep optou por essa medida após identificar semelhanças entre itens divulgados na internet e perguntas presentes na avaliação oficial.
Todo o restante do exame permanece válido, o que significa que os demais 87 itens continuam sendo considerados no cálculo das notas.
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Anulação ficou restrita a três questões
Segundo o presidente do Inep, Manuel Palacios, a decisão inicial foi tomada por precaução, antes mesmo de se conhecer a dimensão das divulgações. Na ocasião, o órgão agiu imediatamente, ainda sem clareza sobre o alcance do suposto vazamento.
Posteriormente, a equipe técnica mapeou proximidades entre o material divulgado e os itens da prova. A análise concluiu que nenhuma questão coincidiu integralmente com o conteúdo apresentado por Edcley Teixeira. As semelhanças existiam, mas não havia coincidência total.
Por esse motivo, o Inep restringiu a anulação a três questões, aquelas consideradas quase idênticas ao material exibido em uma live no YouTube.
Inep descarta novas anulações no Enem 2025
Em nota oficial, o Inep reafirmou que não pretende cancelar outras perguntas. A autarquia sustentou que a memorização parcial e aleatória, entre milhares de itens pré-testados ao longo dos anos, produz efeito estatisticamente irrelevante.
Essa posição baseia-se no funcionamento da Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia utilizada na correção do Enem. O sistema avalia não apenas o número de acertos, mas também a coerência do desempenho ao longo de toda a prova.

Conteúdos discutidos antes da prova
Mensagens compartilhadas em um grupo no WhatsApp usado para mentoria em março de 2025, revelaram discussões sobre problemas específicos. Um deles envolvia diluição de soluções: 10 ml de solução com 99,95% de água e o restante de cloro. O desafio pedia o acréscimo de água pura para atingir 99,90%, com resposta igual a 5.
Uma questão muito semelhante, com enunciado e resultado idênticos, apareceu na prova oficial do Enem.
Outra publicação tratou de probabilidade com lançamento de dados e indicou, de antemão, o resultado 125/216. Segundo relatos, bastaria marcar essa alternativa sem sequer ler o enunciado. A estrutura coincidiu com um item aplicado em novembro e com o gabarito oficial.
Como o suposto esquema funcionava
Esses casos somam-se às três questões anuladas após a live no YouTube, em que Edcley exibiu itens quase idênticos aos da prova. Em entrevista ao Fantástico (23/11), ele afirmou ter identificado no Prêmio Capes de Talento Universitário perguntas usadas como pré-teste do Enem.
A partir dali, segundo seu relato:
- Ofereceu pequenos pagamentos para que universitários memorizassem questões
- Utilizou esse acervo em aulas e mentorias
- Chegou a comercializar parte do material
Pré-teste do Enem
O pré-teste consiste na aplicação de questões a grupos de estudantes que não sabem estar em contato com itens potencialmente utilizáveis em provas oficiais. Essa etapa permite ao Inep calibrar o nível de dificuldade das perguntas antes de incluí-las no banco de itens.
O que muda para os candidatos do Enem 2025
Com a posição pública do Inep, o Enem 2025 mantém sua estrutura, excetuadas as três perguntas retiradas. As notas continuam válidas para Sisu, ProUni, Fies e demais programas.
O resultado do Enem 2025 será divulgado em 16 de janeiro de 2026, conforme cronograma oficial do Inep.
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