O sonho de ter um negócio próprio está presente na vida de seis em cada dez brasileiros, segundo pesquisa do Sebrae. Esse desejo perde apenas para a casa própria e viagens pelo país. Porém, trocar a estabilidade da carteira assinada pela incerteza do empreendedorismo exige mais do que vontade.
Entre a necessidade de conhecimentos específicos de gestão e a resiliência diante de adversidades, ter o próprio negócio exige muito dos empreendedores de primeira viagem. Para quem pensa em deixar o emprego para empreender em 2026, o caminho começa com passos bem definidos.
Por que 2026 pode ser o momento certo para empreender
Segundo a mentora e especialista em educação empresarial Surama Jurdi, o momento certo para empreender surge quando há alinhamento entre capacidade, oportunidade de mercado e clareza de propósito. Quando esses três elementos se encontram, as chances de iniciar um negócio de forma estratégica e sustentável aumentam.
Esse equilíbrio permite contrariar a lógica de que empreendedores precisam falhar antes de alcançar o sucesso. Com planejamento adequado, torna-se possível reduzir riscos desde o início.
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A importância de não romantizar o empreendedorismo
Esse é o conselho mais direto de Ycaro Martins, CEO e fundador da Maxymus Expand, empresa focada em estratégias de crescimento. Para o especialista, empreender exige preparo, clareza e coragem.
Antes de sair do emprego, é preciso validar a ideia, testar o modelo e entender o problema real que o negócio vai resolver. Muitas pessoas desejam empreender porque estão cansadas da CLT, mas fazer isso como uma fuga é considerado um erro. A recomendação dos especialistas é clara: empreender por propósito e solução, não por fuga e emoção.
O que fazer antes de pedir demissão
Algumas etapas são consideradas essenciais antes de abandonar o emprego:
- Realizar estudo de mercado completo
- Validar o produto ou serviço com clientes reais
- Fazer planejamento financeiro detalhado
- Definir a estratégia do negócio
- Desenvolver e testar a solução
Quanto mais estruturado estiver o planejamento prévio, maiores serão as chances de construir resultados sustentáveis. Para quem deseja se preparar, o Pensar Cursos oferece cursos gratuitos em diversas áreas.
Deixar o emprego para empreender: a construção da “máquina mínima”
Trabalhar com carteira assinada representa estabilidade e segurança que poucos estão dispostos a abrir mão. Por isso, deixar o trabalho formal é recomendado apenas após construir uma “máquina mínima”, explica Martins.
A transição precisa ser planejada e não impulsiva. Deixar o emprego só faz sentido quando essa máquina mínima estiver funcionando. O negócio não precisa estar totalmente estável, mas precisa estar gerando resultados. Não é necessário esperar a perfeição para começar — a empresa precisa estar “viva”.
O risco da pressa
Surama Jurdi reforça que empreendedores novatos devem evitar a pressa e o desejo por crescimento acelerado. A recomendação é tomar decisões de forma estratégica, respeitando a cultura da empresa, o propósito do negócio e o estudo prévio de mercado.
Manter processos operacionais objetivos e simples também faz diferença nos primeiros meses de operação.
Tendências de mercado para 2026
O consumidor está mais exigente e nativamente digital, o que obriga empresas a adaptarem estratégias para lidar com mudanças. Quem conseguir unir propósito, demanda, tecnologia e boa entrega terá vantagens competitivas no mercado.
Em 2026, alguns fatores favorecem quem deseja empreender. Os novos hábitos de consumo e o mundo cada vez mais global e conectado criam oportunidades. Surgem nichos antes pouco explorados pela combinação de tecnologia acessível, novos canais e capacidade de escalar globalmente.
Obrigações fiscais e tributárias
Para reduzir as chances de fracasso, é necessário considerar todas as obrigações fiscais e tributárias envolvendo a abertura e funcionamento de uma empresa.
Porém, a formalização deve ser um passo posterior ao início das atividades. Martins recomenda não pular etapas como o primeiro relacionamento com clientes. O que valida o negócio são as vendas, o foco inicial deve ser vender primeiro e profissionalizar depois. Não há necessidade de se prender a logo, site ou burocracia no começo.
Preparação e autoconhecimento
Disciplina e inteligência emocional são requisitos básicos para qualquer pessoa que deseje abandonar a CLT. Construir uma reserva de emergência também é considerado indispensável, já que existe um período de transição nos primeiros meses até que a empresa comece a dar lucro.





