O ensino superior brasileiro atingiu uma marca histórica em 2024: pela primeira vez, o número de estudantes matriculados na educação a distância (EAD) superou o de cursos presenciais. Esse avanço reflete mudanças significativas na forma como o brasileiro acessa a graduação, abrindo caminhos para públicos antes limitados pelo fator geográfico ou pela jornada de trabalho. O crescimento do EAD acompanha a ascensão das novas tecnologias, facilitando o aprendizado e gerando novos ambientes de estudo em milhares de municípios.
Crescimento da EAD e retração do ensino presencial
Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2024, organizado pelo Inep, as matrículas em cursos EAD representam 50,7% do total na graduação, demonstrando um aumento de 5,6% em apenas um ano. Em contraste, os cursos presenciais viram seu número de alunos cair 0,5% no mesmo período.
Esse salto pode ser atribuído à combinação de demanda crescente por flexibilidade, avanços tecnológicos e políticas públicas que ampliam a cobertura da oferta. Outro fator relevante foi a regulamentação de três modelos possíveis de graduação: presencial, semipresencial e a distância, permitindo que diferentes perfis de estudantes sejam contemplados por estruturas adaptáveis de formação.
Distribuição regional e capilaridade
O EAD se faz presente em 3.387 municípios, o que equivale a 61% das cidades brasileiras. Esse número evidencia um crescimento expressivo de 97% em dez anos, comparando-se a 2014. A descentralização do ensino superior contribui diretamente para o desenvolvimento local e reduz as barreiras para que novos polos, de diferentes portes e infraestrutura, sejam integrados ao sistema nacional de ensino.
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Perfil das matrículas e cursos ofertados
Bacharelados continuam sendo os preferidos dos estudantes, concentrando 60% das matrículas. Cursos tecnológicos vêm logo atrás, com 20,2%, seguidos pelos de licenciatura, que somam 16,9%. Entre 2014 e 2024, os cursos tecnológicos lideraram o crescimento, com 99,5% de aumento nas matrículas. Já o bacharelado cresceu 20,4% e a licenciatura registrou incremento de 17,2% no mesmo intervalo.
Ingresso no ensino superior após o ensino médio
Cerca de 33% dos concluintes do ensino médio em 2023 iniciaram graduação em 2024. O índice é maior na rede federal (64%) e nas instituições privadas (60%), enquanto a rede estadual, que abriga a maior parte dos estudantes, apresenta 27%.

Panorama das instituições de ensino superior
O Brasil abriga 2.561 instituições de ensino superior, sendo 2.244 privadas e 317 públicas. Em relação à década anterior, a quantidade cresceu, refletindo o potencial de expansão do setor. As entidades privadas representam aproximadamente 90% das instituições e concentram 79,8% das matrículas, atendendo a mais de 8 milhões de estudantes.
Entre as instituições públicas, 43,8% são estaduais, 38,5% federais e 17,7% municipais. A maioria das universidades é pública, enquanto as particulares dominam em número absoluto de alunos matriculados.
Oferta de cursos e áreas mais procuradas
No ano de 2024, mais de 45 mil cursos de graduação foram oferecidos, com uma média de 17,9 cursos disponíveis por instituição. A minoria disponibiliza 100 ou mais graduações (3,6%), enquanto 28,5% ofertam até dois cursos. Apesar do predomínio da modalidade presencial na oferta total de cursos (80%), o EAD segue ampliando sua participação ano após ano.
Os cursos de pedagogia, administração e direito lideram as matrículas e os ingressos, seguidos por contabilidade, enfermagem, sistemas de informação, gestão de pessoas, psicologia e educação física. Essas áreas refletem a demanda por carreiras com ampla inserção no mercado e atuação em setores essenciais da sociedade.
Conclusão de curso e formação de profissionais
Em 2024, mais de 1,3 milhão de estudantes concluíram a graduação. A rede privada concentrou 80,8% dos formandos, contra 19,2% da rede pública. Pedagogia, direito e administração também lideram entre os cursos finalizados. Mesmo com leve decréscimo nos números de concluintes entre 2023 e 2024, o volume de profissionais formados revela o peso do ensino superior brasileiro na formação de quadros para o mercado de trabalho.
Corpo docente: perfil e tendências
Entre 2014 e 2024, o número de docentes na rede pública cresceu 14,42%, enquanto na rede privada houve redução de 19,54%. A média de idade do professor universitário é de 43 anos. A maioria na rede pública é masculina, enquanto nas particulares, prevalecem mulheres. Na rede pública predominam doutores, já nas privadas o mestrado é mais frequente. Quanto ao regime de trabalho, a integralidade é mais comum no ensino público e, nas privadas, predomina o trabalho parcial. Acompanhe o Portal Pensar Cursos.
Perguntas Frequentes
O que contribuiu para o crescimento da EAD no Brasil?
O aumento da infraestrutura tecnológica, a flexibilização das regras educacionais e a busca por modelos de ensino mais acessíveis potencializaram o avanço da modalidade a distância.
Como funciona o ingresso em cursos superiores a distância?
O ingresso ocorre normalmente via processos seletivos das instituições, que podem incluir vestibular próprio, nota do Enem ou análise curricular.
Quais áreas têm mais estudantes matriculados no EAD?
Pedagogia, administração e direito são algumas das áreas com maior número de alunos em cursos a distância.
Como a EAD beneficia estudantes em áreas remotas?
Oferece acesso ao ensino superior em cidades distantes de grandes centros, por meio de polos de apoio e plataformas online.
A qualidade dos cursos EAD é equivalente à dos presenciais?
A equivalência depende da infraestrutura, corpo docente e seriedade da instituição, mas a legislação exige os mesmos padrões de avaliação para ambas as modalidades.












