A concordância verbal é fundamental para uma comunicação precisa em português. Ela direciona a relação entre o sujeito e o verbo, ajustando o verbo ao número e à pessoa do sujeito. Entender como aplicar essa regra é importante para evitar erros e garantir clareza, seja na escrita ou na fala. A cada contexto, há situações específicas que pedem atenção ao acordo entre os termos, o que, muitas vezes, gera dúvidas até entre quem tem boa familiaridade com a língua portuguesa.
Embora o ponto de partida seja claro — o verbo acompanha o sujeito em número e pessoa — diversos casos particulares desafiam tanto estudantes quanto profissionais. Desde situações com sujeitos compostos até expressões que indicam quantidade, entender as tantas possibilidades de combinação é uma habilidade importante nos estudos e na vida cotidiana.
Entendendo a concordância verbal na prática
De modo geral, o verbo se ajusta ao sujeito da oração seja ele singular ou plural, simples ou composto. Veja alguns exemplos simples:
- Eu estudo toda manhã.
- Eles trabalham juntos.
No entanto, a variedade de construções na língua portuguesa faz surgir exceções e regras específicas, abordadas nos tópicos a seguir.
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Sujeito coletivo
Quando o sujeito é um substantivo coletivo, o verbo normalmente fica no singular:
- A equipe venceu o campeonato.
- O grupo saiu cedo.
Se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ir para o singular ou o plural, dependendo do foco:
- A multidão de estudantes invadiu a avenida.
- A multidão de estudantes invadiram a avenida.
Coletivos partitivos
Nesses casos, a flexão do verbo pode variar:
- Grande parte das pessoas participou do evento.
- Grande parte das pessoas participaram do evento.
Expressões com “mais de”, “menos de”, “cerca de”
O verbo concorda com o numeral:
- Mais de um candidato foi aprovado.
- Mais de dez alunos responderam à pesquisa.
Nomes próprios e artigos
Quando um nome próprio está acompanhado de artigo, o verbo assume o plural:
- Os Estados Unidos influenciam políticas globais.
Sem artigo, o verbo pode ficar no singular:
- Estados Unidos mantém influência internacional.
Pronome relativo “que”
O verbo concorda com o termo antecedente:
- Fui eu que trouxe os documentos.
- Fostes tu que levantaste cedo.
Pronome relativo “quem”
Nesta construção, o verbo pode concordar tanto com o termo antecedente quanto permanecer no singular:
- Fui eu quem fez.
- Fui eu quem fiz.
Expressão “um dos que”
O verbo pode ser empregado no singular ou plural:
- Ele foi um dos que mais colaboraram.
- Ele foi um dos que mais colaborou.
A prática das regras de concordância no português eleva a qualidade da comunicação, tanto escrita quanto falada. Foto: Pensar Cursos
Casos especiais de concordância
Sujeitos compostos por sinônimos
O verbo pode se flexionar no plural ou concordar com o núcleo mais próximo:
- Confiança e respeito fortalecem vínculos.
- Confiança e respeito fortalece vínculos.
Sujeitos em gradação ou enumeração
- Um mês, um ano, uma década passa rápido.
- Um mês, um ano, uma década passam rápido.
Pessoas gramaticais diferentes
O verbo assume o plural com prioridade de pessoa:
- Eu, tu e ele fomos premiados. (primeira pessoa prevalece, equivalente a “nós”)
- Nós e vocês resolveremos o problema. (primeira e segunda pessoas juntos: “nós”)
Sujeitos ligados por “ou”
Quando os elementos indicam alternância, o verbo vai para o singular; se a ação for conjunta, vai ao plural:
- Lúcia ou Carla resolverá a questão.
- O pai ou a mãe comparecerá à reunião.
- O diretor ou os funcionários decidiram juntos.
Ligações por “nem”, “com”, “não só… mas também”
- Nem frio nem calor agradam ao atleta.
- O gerente com os assistentes discutiram o caso.
- Não só Ana, mas também Pedro ajudaram.
Uso da partícula “se”
Se “se” for índice de indeterminação, o verbo vai ao singular:
- Procura-se profissional qualificado.
Se for partícula apassivadora, o verbo concorda com o sujeito:
- Vendem-se ingressos para o show.
Verbos impessoais
Verbos como “haver” (significando existir), “fazer” (tempo), ou verbos de fenômenos naturais são impessoais e mantêm-se na terceira pessoa do singular:
- Há vagas disponíveis.
- Faz dois meses que começou o inverno.
- Choveu forte ontem.
Sujeitos com “tudo”, “nada”, “ninguém”, “nenhum”, “cada um”
- Tudo contribui para o sucesso.
- Cada um fez sua parte.
Ligações por “como”, “assim como”, “bem como”
- O caráter, assim como o talento, influem no desempenho.
- O treino, bem como o descanso, são fundamentais.
Locuções de preço, quantidade e peso
- Quinze reais é suficiente.
- Duas horas é pouco.
Verbos “dar”, “soar” e “bater” com horas
- Soaram onze horas.
- Bateu uma hora.
Indicações de datas
- Hoje são 10 de junho.
- Hoje é dia 10 de junho.
Verbos no infinitivo
O infinitivo não flexiona quando tem valor de substantivo, de imperativo, ou é regido por preposição. Flexiona quando se refere a sujeitos diferentes:
- Cantar é agradável.
- Pedi para eles ajudarem.
Aplicando as regras de forma assertiva
Reconhecer o sujeito e identificar se ele está no singular, plural, se envolve coletivos, pronomes relativos ou construções específicas facilita muito a análise da oração. Ao longo do tempo, a observação das concordâncias corretas eleva a qualidade da comunicação escrita e falada, tornando os textos mais coesos. Em situações de dúvida, consultar o Pensar Cursos sobre regras gramaticais é uma prática para aprimorar o domínio do português.
Perguntas Frequentes
Quando o verbo concorda com o plural?
O verbo fica no plural quando o sujeito é composto ou quando indica mais de uma pessoa ou coisa. Por exemplo: “Eles viajaram ontem”.
O que acontece se o sujeito estiver oculto?
Mesmo que o sujeito esteja subentendido, o verbo deve concordar em número e pessoa com ele.
Como funciona a concordância com expressões partitivas?
O verbo pode ir ao singular ou plural, a depender do sentido do enunciado e do foco desejado.
Sujeito é coletivo, mas há ênfase nos indivíduos. O verbo vai para o plural?
Sim, ao destacar os elementos do coletivo, o verbo pode ser flexionado no plural.
Veja dicas de como escrever a palavra corretamente: