Uma pesquisa realizada pela QuiteJá, uma empresa especializada em renegociação de dívidas, revelou que os brasileiros endividados estão optando por parcelar suas dívidas bancárias por meio do Desenrola Brasil.
O programa, lançado pelo Governo Federal em julho do ano passado, inicialmente focou na anulação de dívidas bancárias de até R$ 100, e ofereceu opções de renegociação para indivíduos com renda de até R$ 20 mil e dívidas bancárias sem limite de valor.
Em sua segunda fase, o Desenrola Brasil ampliou seu alcance, abrangendo não apenas dívidas bancárias, mas também débitos não bancários, como contas de serviços públicos, varejo e despesas educacionais. Este está disponível para pessoas com renda de até dois salários mínimos ou cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com dívidas de até R$ 5 mil.
Segundo a QuiteJá, um estudo realizado demonstrou um aumento expressivo de 81,40% no interesse das pessoas em se informar sobre o programa em comparação com períodos anteriores.
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Luiz Marchiori, Head de Negócios da QuiteJá, afirmou que isso mostra o desejo dos beneficiários em aprimorar sua educação financeira e lidar de maneira mais eficiente com suas dívidas.
Além disso, a pesquisa revelou uma mudança clara nas preferências de pagamento dos beneficiários. Houve um aumento de 20,25% na escolha por parcelamento, indicando uma preferência por opções de pagamento mais flexíveis.
Em contrapartida, houve uma queda de 37,11% nas escolhas de pagamento à vista. Isso sugere que os beneficiários estão mais inclinados a escolher planos de parcelamento que se adequem melhor às suas necessidades financeiras em vez de optarem por maiores descontos oferecidos nos pagamentos à vista.
Marchiori enfatizou que a educação financeira desempenha um papel crucial na capacitação dos beneficiários para tomar decisões financeiras informadas e gerenciar suas dívidas de forma responsável.
Confira o total renegociado no evento Mutirão do Desenrola Brasil
O Ministério da Fazenda divulgou que cerca de 72 mil pessoas renegociaram um montante de R$ 433 milhões em dívidas durante o Dia D – Mutirão Desenrola, ocorrido em 22 de novembro. Esse valor foi sete vezes maior que a média diária registrada na última semana.
Foram renegociados 150 mil contratos, levando em consideração que algumas pessoas possuíam mais de uma dívida. O desconto médio concedido durante o mutirão foi de 86,3% em relação ao valor original das dívidas. O valor médio para parcelamento ficou em torno de R$ 1.087, enquanto a média para pagamentos à vista foi de R$ 262.
Durante os momentos de maior acesso à plataforma online do Desenrola, o Ministério da Fazenda destacou que houve mais de duas renegociações por segundo. Desde o início do parcelamento de dívidas entre R$ 5 mil e R$ 20 mil na segunda-feira (20), o Desenrola se tornou um dos três termos mais pesquisados no Google. No dia do mutirão, foi o termo mais buscado, com mais de 200 mil pesquisas.
Para facilitar o acesso, as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil abriram uma hora mais cedo durante o Dia D – Mutirão Desenrola. A iniciativa buscou incentivar as renegociações, especialmente entre a parcela da população com dificuldades de acesso à internet, incentivando o direcionamento a uma agência bancária.
O evento foi resultado de uma parceria entre o governo federal, bancos públicos e privados, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e outras entidades credoras participantes do programa. O atendimento destinado ao público do Desenrola continuará pelos canais dos bancos e demais credores envolvidos no programa.
Na fase atual do Desenrola, os devedores da Faixa 1, com renda de até dois salários mínimos, têm a chance de renegociar dívidas de até R$ 20 mil com descontos e opção de parcelamento em até 60 meses, sem necessidade de entrada. Além disso, o pagamento da primeira parcela pode ser postergado para 2024, e os juros aplicados são de 1,99% ao mês.
O programa abrange dívidas negativadas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022, incluindo várias categorias, como débitos bancários, cartões de crédito, contas atrasadas de serviços públicos e varejo.
Para acessar a plataforma de renegociação, o consumidor deve ter cadastro no Portal Gov.br, com conta nível prata ou ouro, e manter os dados cadastrais atualizados. Depois, o devedor deve escolher uma instituição financeira ou empresa participante do programa para realizar a renegociação, selecionando o número de parcelas desejado e efetuando o pagamento.
Lançado em 17 de julho, o Desenrola Brasil já permitiu que mais de três milhões de brasileiros renegociassem cerca de R$ 26 bilhões em dívidas. Como parte do programa, os principais bancos do país removeram automaticamente 10 milhões de registros de negativação referentes a pequenas dívidas, com valor de até R$ 100.
Na primeira fase do programa, da Faixa 2, era possível renegociar dívidas de qualquer valor com bancos e outras instituições financeiras por indivíduos com renda de até R$ 20 mil. Ao contrário da Faixa 1, as renegociações não eram realizadas pela plataforma do Desenrola, mas sim pelos canais de atendimento dos bancos.